SÃO poucos ainda os
elementos que possuo para escrever
um trabalho regular sobre este ramo da minha família; vai o que sei e,
mais tarde, se possível for, se completará algum tanto.
Até aos meus sextos avós, Maria Gomes Godinho e
Bento Pacheco Soares, aligeirarei as descrições genealógicas porque já
estão expostas noutros canhenhos meus; daí
para diante procurarei não deixar no tinteiro o que sei. Os erros, que
não serão poucos, rectificar-se-ão, podendo...
E vamos lá a este esboço da minha penugem pintesca:
− Francisco de Moura
Coutinho e Paiva Cardoso de
Almeida de Eça, nasci em Estarreja em 4 de Outubro
de 1866, etc., etc., etc.
Meus pais:
− D. Maria Francisca de Moura Coutinho e Paiva de
Almeida de Eça, nasceu, no Porto a 8 de Julho de 1842 e
faleceu em Braga a 1 de Novembro de 1919. Casou no Porto,
na igreja da Vitória, a 16 de Outubro de 1866, com seu primo
/
265 / Dr. José Maria Cardoso de Lima, que nasceu em Coimbra
a 9 de Junho de 1838 e faleceu nas Caldas da Rainha, onde era Juiz de
Direito, a 11 de Maio de 1881, filho de António
José Cardoso Guimarães, cavaleiro da Ordem de Cristo, abastado proprietário, antigo capitão da Guarda Nacional, vereador e presidente da Câmara Municipal de Coimbra, etc., e
de sua mulher D. Antónia Albina de Paiva e Lima, natural
do Porto, filha de José Eleutério Barbosa de Lima, cavaleiro professo da
Ordem de Cristo, proprietário quartado no ofício de escrivão dos órfãos na Vila da Feira, senhor da casa da Praça na
mesma vila, e de sua mulher D. Ana Norberta
de Paiva e Sousa.
Filhos:
− Francisco, acima referido.
− João de Moura Coutinho e Paiva Cardoso de Lima
de Almeida de Eça, nasceu em Anadia a 25 de Março
de 1872. Arquitecto. Casou a primeira vez com D. Maria
Eduarda Guedes e Silva, sem geração, e a segunda com
D. Lucília da Costa, com geração.
− D. Maria da Conceição de Moura Coutinho, nasceu em Anadia a 18 de Maio de 1875 e casou com o
Dr. Artur Duarte de Almeida Leitão, médico, jornalista,
antigo deputado, etc., de quem se divorciou. Com
geração.
− Houve outra filha, Maria Inês, primogénita, que
morreu de pouca idade.
D. Maria Francisca, depois de viúva, tornou a casar em
Coimbra com o seu primo Dr. João Maria de Almeida e
Moura, advogado, professor do liceu de Aveiro, filho ilegítimo do Dr.
João de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
adiante nomeado; sem geração.
Meus avós:
− Francisco de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
nasceu na casa de Esgueira a 7 de Janeiro de 1816 e faleceu
na sua casa de Tarrio, Vila Nova de Famalicão, a 11 de
Março de 1899. Fidalgo de geração, antigo oficial do exército de D.
Miguel, pelo seu casamento senhor das casas de
Tarrio e da de Vilar de Perdizes, na rua das Taipas no Porto.
Casou a primeira vez, a 17 de Março de 1839, com sua tia materna
D. Inês
Francisca de Sales Paiva de Sousa e Brito,
senhora das referidas casas, filha de José de Paiva Ribeiro,
negociante, capitalista e proprietário no Porto, e de sua
,mulher D. Maria Joaquina de Paiva e Sousa, filha do capitão
de mar-e-guerra e cavaleiro professo da Ordem de Cristo
/
266 /
António de Sousa Pires e de sua mulher D. Josefa Pereira de Jesus e
Sousa. Com geração. Francisco de Moura casou a segunda vez com sua
prima D. Emília Máxima Barbosa de Lima, na capela de Tarrio, a 12 de
Maio de 1879, filha de José Eleutério Barbosa de Lima, senhor da casa da
Praça em
Vila da Feira, e de sua mulher, já referidos. Quando D. Inês Francisca
casou com Francisco de Moura já era viúva do desembargador da Casa da Suplicação e cavaleiro professo da Ordem de
Cristo, Bento José de Macedo de Araújo e Castro, do qual não tinha
geração.
Filhos do 1.º matrimónio (do 2.º não houve geração):
− D. Maria Francisca de Moura Coutinho
e Paiva
de Almeida de Eça, atrás referida.
− Francisco de Paiva de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu no
Porto, no palacete de Vilar de Perdizes, a 15 de Fevereiro de 1844.
Morreu novo, estudando em Coimbra, sem geração.
− João de Paiva de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu no Porto a
24 de Maio de 1845 e faleceu em Esgueira a 27 de Abril de 1884, casado
com D. Elisa Augusta da Costa Pinto de Magalhães, filha do Dr. Alexandre
da Costa Pinto de Magalhães, advogado no Porto, e de sua mulher D.
Joaquina das Neves de... Com geração.
Bisavós:
− Dionísio de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
nasceu na casa de Esgueira a 15 de Novembro de 1778, fidalgo de geração,
capitão mor de Esgueira e Arada por carta patente de 11-12-1823,
cavaleiro professo da Ordem de Cristo, condecorado com a medalha de
Fidelidade, senhor da casa de Esgueira e, pelo seu primeiro casamento,
administrador dos vínculos da Macieira, Vidigal e Fonte Arcada e
padroeiro do convento das Arrábidas em Lisboa. Casou duas vezes, a
primeira com sua prima D. Maria Tomázia de Sousa e Eça de Morais Rebelo,
a 7 de Novembro de 1801, filha e herdeira de Tomás Borges de Morais
Rebelo, senhor dos vínculos referidos, e de sua mulher, de quem foi o
primeiro marido, D. Brites Angélica de Moura Coutinho de Almeida de
Eça, sem geração; e a segunda, em 28 de Novembro de 1811, no
Porto,
com D. Teresa Febrónia de Paiva e Sousa, filha de José de Paiva Ribeiro
e de sua mulher D. Maria Joaquina de Paiva e Sousa, já atrás citados.
Filhos do 2.º matrimónio:
− Dionísio de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu na casa de
Esgueira a 11 de Dezembro de 1812,
/
267 /
senhor da casa de Salreu, perto de Estarreja, onde casou,
em 24 de Janeiro de 1847, com D. Ana Margarida da
Silva Valente Brandão, filha do Dr. José Valente da
Silva e de sua mulher D. Rosa Margarida Nogueira. C. g.
− José de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu na casa de Esgueira em 28 de Outubro de 1813,
bacharel em Direito, advogado na Vila da Feira onde foi
senhor da casa da Praça pelo seu casamento com sua
prima D. Maria Máxima de Paiva e Lima, filha de José
Eleutério Barbosa de Lima, cavaleiro professo da Ordem
de Cristo, proprietário quartado no ofício de escrivão
dos órfãos da Vila da Feira, Ovar e coutos anexos,
senhor da casa da Praça, e de sua mulher D. Ana Norberta de Paiva e
Sousa. C. g.
− João, morreu novo.
− Francisco de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
meu avô atrás referido.
− D. Teresa, nasceu na casa de Esgueira a
1 de
Janeiro de 1817 e morreu solteira com perto de 23 anos.
− João de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu
na casa de Esgueira a 20 de Fevereiro de 1818, formado em Direito pela Universidade de Coimbra onde se
doutorou a 12-2-1843, reitor do liceu de Aveiro e senhor da casa dos
Mouras Coutinhos (1.º ramo) pelo seu casamento com sua prima D. Antónia Jesuína da Rocha
Colmieiro, filha herdeira do brigadeiro Manuel Maria
da Rocha Colmieiro, senhor de vários morgados, e de
sua mulher D. Maria Emília Leite Pereira de Berredo.
Com geração.
− Vicente de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
nasceu a 21 de Janeiro de 1819 na casa de Esgueira; engenheiro civil; casou com sua prima D. Maria Júlia Barbosa de Lima, filha de José Eleutério Barbosa de Lima,
segundo do nome, e de sua mulher D. Maria Teresa
Pacheco Ferreira. Com geração.
− D. Maria, nasceu em 14-3 -1820 e morreu a
16-8-1821.
− Bento Fortunato de Moura Coutinho de Almeida
de Eça, nasceu na casa de Esgueira a 17 de Outubro de 1825, bacharel
formado em Matemática pela Universidade de Coimbra, com o curso de Pontes e Calçadas de Paris, e o da
Escola do Exército. Tendo seguido a
arma de Engenharia foi general de divisão, como também foi engenheiro inspector e director geral das Obras
Públicas e Minas, do conselho de Sua Majestade, Vogal
extraordinário do Supremo Tribunal Administrativo,
publicista, etc., etc. Casou com D. Maria Eduarda
Barreto Perdigão de Vilas-Boas, filha de José Sanches
Barreto de Figueiredo e Amaral, fidalgo da Casa Real,
/
268 /
administrador de um vínculo em Góis, e de sua mulher D. Maria Carolotina
Henriques Seco e Albuquerque, com geração.
− António de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu na casa de
Esgueira a 1 de Novembro de 1826; bacharel formado em Direito pela
Universidade de Coimbra e advogado nas Caldas da Rainha. Casou com uma
irmã de sua cunhada D. Maria Eduarda, D. Ana de Jesus Barreto Perdigão
de Vilas-Boas, com geração. Esta senhora, tendo enviuvado, casou em
segundas núpcias com o conselheiro Dr. Francisco Eduardo de Andrade
Pimentel, médico, administrador do Hospital Real das Caldas da Rainha,
de quem não teve geração.
Terceiros avós:
− D. Angélica Jacinta Pacheco Soares, nasceu em
Esgueira a 2 de Janeiro de 1739 e casou, também em Esgueira,
com Francisco Caetano da Gama de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça,
fidalgo de geração, senhor da casa de Esgueira dos Mouras Coutinhos (2.º
ramo), que nasceu nesta casa a 7 de Agosto de 1742 e era filho de Manuel
de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça, fidalgo de geração e senhor da
referida casa, e de sua mulher D. Josefa, Angélica de Almeida Cabral.
Filhos:
− D. Teresa de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça, nasceu na casa de
Esgueira a 14 de Abril de 1765 e casou com Paulo José Correia Botelho.
Tiveram uma só filha que morreu em seguida à mãe.
− Frei José Caetano da Gama de Almeida de Eça, nasceu na casa de
Esgueira a 29 de Janeiro de 1768; tomou o hábito no convento de S.
Domingos de Aveiro em 15 de Agosto de 1785 e professou a 16 de Agosto do
ano seguinte. Pregador régio.
− Luís da Gama de Almeida de Eça, nasceu na casa de Esgueira a 25 de Agosto de 1770 e morreu a 5 de Março de 1773.
− D. Maria Cândida de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça, nasceu na
casa de Esgueira a 20 de Dezembro
de 1772 e com António Caldeira Leitão de Albuquerque Cardoso Brito
Moniz, filho de Francisco Caldeira Leitão Moniz de Albuquerque, da
Sertã, capitão-mor de S. Vicente da Beira, administrador de vários
vínculos, e de sua mulher D. Inês Caetana de Morais Sarmento. António
Caldeira era irmão de Gonçalo Caldeira que foi o pai do 1.º Visconde da
Borralha. Com geração extinta.
/
269 /
− João da Gama de Sequeira Coutinho de Almeida
de Eça, nasceu na casa de Esgueira a 18 de Junho de 1775
e embarcou para o Brasil a 20-12-1791 e lá morreu.
− Dionísio de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
meu bisavô atrás referido.
− Manuel de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça,
foi distribuidor, inquiridor e contador da vila de Esgueira.
Depois de velho casou mal com Maria Angélica. Com
geração.
Quartos avós:
− D. Angélica Jacinta Pacheco Soares, nasceu em
Esgueira e casou nesta vila em 24 de Julho de 1735 com Gregório de Almeida Barreto, filho do licenciado Manuel
Barreto, do Algarve, e de sua mulher Tomásia de Almeida,
de Esgueira, irmã do vigário de Esgueira Agostinho Ribeiro
de Almeida, onde foi colado a 7 de Outubro de 1703,
segundo averiguei. Em 1694 vivia em Esgueira, tendo uns
75 anos, Manuel Ribeiro de Almeida, escrivão do público
como se vê no processo do Santo Ofício de António Pinto
Leitão, familiar, do qual processo adiante falarei. E nada
mais sei, crendo que D. Angélica e Gregório Barreto só
tiveram a seguinte filha:
− D. Angélica Jacinta Pacheco Soares, atrás mencionada.
Quintos avós:
− Baptista Pacheco Soares,
natural de Esgueira, não
sabendo se lá exerceu algum cargo; casou(2) com Mónica
da Costa de quem os genealógios da casa não dão a filiação
/
270 /
nem qualquer outra noticia; porém no genealógio dos Pintos de Águeda, manuscrito na casa da Borralha, documento
valioso para o estudo desta progénie, de que o Conde da
Borralha gentilmente me mandou uma cópia, encontro a
notícia de uma Mónica, que o documento escrito em 1703
ainda dá por solteira e que eu creio bem ser a mulher
de Baptista Pacheco Soares. Era ela filha, di-lo o manuscrito, do cavaleiro professo da Ordem de Cristo Manuel Jorge da Costa,
casado em Aveiro com outra D. Mónica
filha de Manuel da Cunha Rebelo, que casou em Aveiro com Catarina
Pinto, filha bastarda de um Fernão Pinto, e este
/
271 /
Manuel da Cunha Rebelo que foi «julgador d'el-rei» − diz
o genealógio − teve um irmão, Francisco de Pinho, que foi
clérigo e vigário de Eixo, ambos filhos de outra Mónica de
Figueiredo, casada em Águeda com Manuel de Pinho Rebelo,
e netos maternos de Vitória Borges e de Manuel Cerveira
da Cunha, de Esgueira. Vitória Borges foi filha de Jorge
Pinto e de Sua segunda mulher Isabel Borges de Figueiredo,
de Besteiros, neta paterna de Brites Pinto e de Diogo Martins e bisneta, por Brites Pinto, de Violante Pinto e de João
Lopes, o cipo dos Pintos de Águeda como adiante se verá detalhadamente.
Eu creio que a Mónica da Costa, apontada
no manuscrito da casa, era a Mónica filha de Manuel Jorge
da Costa e de outra D. Mónica, porque: 1.º a computação dos
tempos admite-o; 2.º a Mónica da Costa lá tem o apelido
Costa que usou o Manuel Jorge do hábito de Cristo; 3.º porque este vivia em Aveiro e Baptista Pacheco Soares em
Esgueira, isto é, vizinhos e ainda parentes, e 4.º porque o
nome de Mónica é tão pouco vulgar que não é muito crível
que naquela região vivessem por esse tempo duas Mónicas da Costa.
Só tenho notícia de uma única filha:
− D. Angélica Jacinta Pacheco Soares, atrás referida.
Sextos avós:
− Maria Gomes Godinho, natural de Esgueira, onde
casou com o capitão Bento Pacheco Soares, natural de
Angeja, fidalgo de cota de armas que em 26 de Outubro
de 1688 teve carta de brasão passada com as armas dos Soares e Fonsecas (n.º 91 da pág.
30 dos Brasões Inéditos do
Dr. JOSÉ MACHADO). Era filho de António Pacheco Henriques e de sua mulher Juliana Soares, moradores em Angeja
e de geração nobre, da qual tenho tratado nos outros livros
e aqui não vale repetir. Bento Pacheco Soares, depois de
viúvo de Maria Gomes Godinho, passou a segundas núpcias
com Teresa Jacinta Coelho do Amaral, filha de Francisco
Cardoso Pacheco, dos Cardosos de Esgueira, e de sua mulher
Isabel Ribeiro do Amaral, de quem também teve filhos dos
quais vêm gerações ilustres. Esta Maria Gomes Godinho
é a última citada, neste ramo da geração dos Pintos de Águeda, no manuscrito da Borralha, e nestes termos:
Maria
Godinho casou em Esgueyra com Bento Pcº Soares, fº de
N., de q.m teve dous f.os Mas os manuscritos da minha
casa dão-lhe três:
− João Gomes Godinho Pacheco
Soares, senhor da casa
destes em Esgueira, casou com D. Maria Gomes da Silva,
filha de Domingos Rodrigues da Silva e de Sebastiana Marques (notícia
/
272 / tirada do
Arbolário Genealógico, tábua 183, manuscrito
da Biblioteca de Évora).
Filhos:
− João Gomes Godinho Pacheco Soares, senhor da casa destes em Esgueira,
fidalgo de geração, cavaleiro professo da Ordem de Cristo; casou com D.
Maria Ana Josefa da Rocha Tavares Pereira, filha de Salvador da Rocha
Tavares Pereira, senhor dos morgados de S. Martinho de Argoncilhe,
Castelãos, Pigeiros, etc., e de sua mulher D. Ana de Sousa Vareiro e
Ávila.
Filhos:
− João Pacheco Soares da Rocha Tavares, morreu menino.
− Baptista, idem.
− D. Ana, sem mais notícias.
− Bento Pacheco Soares da Rocha Tavares, idem.
− Dionísio Pacheco Soares da Rocha Tavares,
capitão-mor de Esgueira e Arada. Foi o padrinho de baptismo de meu
bisavô Dionísio de Moura. Sem geração.
− D. Juliana, sem mais notícia.
− Tomás Pacheco Soares, idem.
− D. ...
Maria, idem.
− Pedro Leitão Pinto Pacheco Soares da Fonseca Godinho, fidalgo de
geração e de cota de armas, sargento-mor da comarca de Esgueira e
morador na mesma vila. Teve brasão de armas por carta de 15 de Julho de
1757 (n.º 2180 da pág. 547 do Arquivo Hist. Geneal. do visconde de
SANCHES DE BAÊNA). Casou com D. Luísa Angelina Joaquina de Abreu, de
quem mais nada sei. Filho, e não sei se houve outros:
− Luís Godinho Pacheco Leitão, que casou com
D. Maria Balbina da Rocha Tavares de Castro Côrte-Real, irmã de João de
Castro da Rocha Tavares Pereira Côrte-Real, senhor da casa de Fijô e
capitão-mor da Vila da Feira, que teve carta de brasão de armas em
20-1-1825 (Arquivo Hist. Geneal. de SANCHES DE BAÊNA, n.º 1119, pág.
281), ambos filhos do sargento-mor Francisco Joaquim da Rocha Tavares
Pereira Côrte-Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, juiz dos
direitos reais no condado da Feira, e de sua mulher D. Violante Luísa
Pereira de Castro, filha de Manuel Pereira de Castro, senhor da casa de
Fijô e morgado de Serzedelo. D. Maria
/
273 /
[Vol. XI -
N.º 44 - 1945]
Balbina, quando casou com Luís Godinho, já era
viúva do Dr. Pantaleão da Rocha Faria, do Porto, do qual também havia
tido filhos. Com geração.
− D. Brites Margarida Pacheco Soares;
casou com
Manuel Alberto da Rocha Tavares Pereira, senhor dos
morgados de S. Martinho de Argoncilhe, Castelãos, Pereira, Pigeiros,
etc., irmão da mulher de João Gomes
Godinho.
Filhos:
− D. Joana Quitéria.
− D. Mariana, que morreu de 5 dias.
− D. Mariana Inácia Antónia da Rocha Tavares
Pereira Côrte-Real, recolhida em Santa Isabel do Porto.
− D. Eufrásia Maria Violante da Rocha Tavares
Pereira Côrte-Real de assentar, idem.
− Salvador Manuel da Rocha Tavares Pereira,
sucessor, que casou em Esgueira com sua prima
D. Angélica Violante Colmieiro Teles Coutinho,
com geração.
− D. Antónia, morreu menina.
− João José da Rocha Tavares Pereira Côrte-Real, sem mais notícias.
− D. Maria Isabel da Rocha Tavares Pereira
Côrte-Real de Assentar, recolhida em Santa Isabel
do Porto.
− Baptista Pacheco Soares, atrás referido.
− Raimundo Pacheco Soares, que morreu na batalha de
Almança em 25-4-1707.
Sétimos avós:
− Pedro Leitão Pinto, licenciado, nobre de geração e
capitão-mor de Esgueira e Arada. Casou com Brites Godinho (o nobiliário da Borralha diz Barbosa, mas é engano),
filha de António Duarte Ferreira, da Mourisca, perto de Águeda, e de Maria Gomes Godinho, de Esgueira. Pedro
Leitão Pinto era natural de Mogofores e foi casar a Esgueira,
onde teve casa. O seu sogro, António Duarte Ferreira, devia ter sido
parente próximo de um Pedro Duarte Ferreira,
também da Mourisca, casado com Isabel Pinheiro (de quem
adiante se falará) citados a pág. 141 do 2.º volume do Tombo
Histórico-Genealógico em um artigo infelizmente incompleto: «Apontamentos para a história de algumas famílias
originárias da Beira», e destes diz o autor desse trabalho que
/
274 /
um comissário do Santo Ofício, num processo daquele tribunal, informava que «foram pessoas nobres
tementes a
Deus e viviã da sua fazenda à lei da nobreza...». Maria
Gomes Godinho(3), mulher de António Duarte Ferreira, era
irmã de Pedro Godinho Barbosa, também de Esgueira, que
casou com Petronilha Baptista de Araújo, de quem descende~a família do conselheiro José Luciano de Castro.
Filhos:
− António Pinto Leitão,
familiar de Santo Ofício
(1694) que casou com Mariana da Costa Bombarda(4),
de Aveiro. Na Torre do Tombo está o processo deste
/
275 /
familiar (maço 29, n.º 782) e na petição inicial declara o
próprio que é morador na vila de Esgueira e «que elle
assim a respeito do seu procedimento como do de seus
filhos se deseja mostrar cristão velho») e pede lhe façam
promover as diligências necessárias, declarando-se filho
legítimo do licenciado Pedro Leitão Pinto, natural do
lugar de Mogofores, «da freguesia de N.ª S.ª da Conceição» e de Brites Godinho, natural de Esgueira;
neto paterno de António Leitão, natural de Avelãs do
Caminho, freguesia de S. Vicente de Sangalhos (irmão
inteiro de legítimo matrimónio de Ângelo Leitão, avô
do reitor de Fermelã, comissário do Santo Ofício) e de Maria Pinto,
natural de lugar de Águeda, freguesia de
Nossa Senhora da Conceição; e neto materno de António Duarte Ferreira, da Mourisca, freguesia de S. Salvador da vila de Trofa, e de Maria Gomes Godinho «irmã
de legitimo matrimonio de Pedro Guodinho Barbosa Avó de Agostinho Coelho
de Figueiredo Familiar do St.º Offício». Pelo que toca à mulher, Mariana
da Costa
Bombarda, diz António Pinto Leitão que era filha legítima de João Gomes
Bombarda e de Isabel da Costa,
naturais de Aveiro, neta paterna de André Gonçalves
Loureiro, de Aveiro, e neta paterna de André Nunes da
Costa e de Antónia Pacheco, também de Aveiro. Nas
informações prestadas consta que «o pretendente é de boa
vida e costumes e capacidade para servir o St.º Officio,
supposto não ser muito abastado de bens, mas vive com
a sua pobreza sem offender pessoa alguma, é de gente
nobre e principal da sua terra tanto por si como por seus
pais, avós paternos e maternos...». António Pinto Leitão recebeu carta de familiar em 10 de Setembro de 1694
e pelo que diz na petição teve geração, que eu desconheço(5)...
− Maria Gomes Godinho, atrás referida.
− Bárbara Godinho, freira em Jesus de Aveiro, diz
o manuscrito da Borralha.
Oitavos avós:
− Maria Pinto, natural de
Águeda, freguesia de Nossa
/
276 / Senhora da Conceição. Casou com António Leitão(6), natural de Avelãs
do Caminho (Sangalhos), que era filho de outro António Leitão e de sua
mulher Catarina Martins, ambos de Avelãs do Caminho. António Leitão,
marido de Maria Pinto, foi irmão inteiro de Ângela Leitão que casou com
Pedro de Oliveira, morador em Avelãs e natural de Oliveira do Bairro, e
deles foram filhos, talvez entre outros, Manuel Ribeiro Leitão, capitão
de Infantaria, morador em Aveiro na freguesia de Nossa Senhora da
Apresentação, que teve carta de familiar do Santo Ofício em 30 de Julho
de 1645, sendo casado com Maria Migueis, filha de João de Torres e de
Maria Migueis, moradores em Aveiro, neta paterna de Pedro Afonso e
Catarina Vaz, de Torres Novas, e materna de Domingos Rodrigues e de
Filipa Migueis, naturais de Aveiro.
Na petição inicial para ser admitido como familiar declara
Manuel Ribeiro Leitão que era filho de Pedro de Oliveira e de Ângela
Leitão, já referidos, neto paterno de Pedro Gonçalves e de Maria Jorge, moradores em Oliveira do Bairro, freguesia de
S. Miguel, e materno de António Leitão e Catarina Martins, naturais de
Avelãs do Caminho, freguesia de S. Vicente de Sangalhos(7). Outra filha
de Ângela Leitão e de Pedro de Oliveira foi Maria Ribeiro Leitão que
casou com Pantaleão Afonso Alfena, morador em Aveiro e natural de Leça
de Matosinhos, bispado do Porto, filho de António Afonso Alfena e de sua
mulher Catarina Pires de Matos, também naturais de Leça de Matosinhos.
Maria Ribeiro Leitão e Pantaleão Afonso Alfena foram pais de outro Pantaleão
/
277 / Afonso Alfena(8),
licenciado, reitor de Fermelã, que foi familiar e comissário do Santo Ofício (Torre do Tombo, maço
1, dil. n.º 9). Destes processos aqui referidos só tenho cópia das petições iniciais; possível é que
esses processos tragam informações interessantes, que desconheço.
Filhos:
− Pedrõ Leitão Pinto, atrás referido;
− N........, frade mariano.
− Maria Pinto, casou com Manuel de Oliveira Barreto, de Aveiro, de quem foi filho:
− Vicente de Oliveira Barreto, que casou em
.Aveiro com a filha de um estrangeiro chamado Corim,
e destes descendem os senhores do prazo de Mogofores, alcaides-mores do couto de Alcobaça, como
mais tarde direi.
− Branca Pinto, que casou com o seu parente Jorge
Pinto de Figueiredo, de Carvalhais, filho de António de Figueiredo e de
Joana de Almeida e neto paterna de
Jorge Pinto e de sua 2.ª mulher Isabel Borges de Figueiredo, como adiante se verá.
Filho:
− António de Figueiredo Borges, que casou com
Feliciana Pereira, filha de Roque da Costa Pimentel,
ouvidor em Carvalhais, e tiveram, além de duas filhas,
Jorge Pinto que casou em Aveiro, parece. Aquela
Joana de Almeida era da quinta do Morangal, em Águeda, e filha de António de Almeida e de sua primeira mulher Joana de Almeida.
Nonos avós:
− Branca Pinto, natural de
Águeda, casou com Sebastião Rodrigues de Paiva, natural de Mogofores, onde viveram, e
ele era filho de outro Sebastião Rodrigues de Paiva,
/ 278 /
que veio do Botão para o couto de Mogofores com sua mulher Inês Luís.
Acerca destes Paivas da Bairrada possível é que mais tarde alguma coisa
mais possa dizer.
Filhos:
− António Pinto Bôto, familiar do St.º Ofício (Torre do Tombo, maço 7,
n.º 303). Na petição inicial declara que é morador na quinta da
Borralha, termo da vila de Recardães, e que é filho de Sebastião
Rodrigues, morador em Águeda, e de sua mulher Branca Pinto, neto paterno
de Sebastião Rodrigues e de Inês Luís, que vieram do Botão para o couto
de Mogofores, e neto materno de Pedro Martins e de Isabel Pinto,
moradores em Águeda. Era casado com Leonor Gomes, filha de Simão
Fernandes de Carvalho, morador em Recardães, e de sua mulher Helena da
Silva, de Aveiro, neta paterna de Simão Fernandes e de Marta Jorge,
moradores em Recardães, e materna de Miguel Chamorro, e Leonor Gomes,
moradores em Aveiro. António Pinto Bôto foi capitão-mor das vilas de
Recardães, Segadães e Brunhido; instituiu a capela de Santo Elias no
Buçaco, a primeira, dos particulares, que lá se construiu, e casa na
quinta da Borralha da qual foi senhor; sua mulher chamava-se Leonor
Gomes da Silva e era filha de Simão Fernandes de Carvalho, senhor da quinta da Borralha e da feitoria de,
Baçaim, na índia, capitão-mor das vilas de Recardães,
Segadães e Brunhido, feitor nessas terras do conde da Sortelha, casado
em 1580 com Helena da Silva, filha de Miguel Chamorro da Silva e de sua
mulher Leonor Gomes de Pinho, de Aveiro. Isto são informes do distinto
linhagista D. FERNANDO TAVARES DE TÁVORA, e o nobiliário da Borralha
também diz que António Pinto Bôto foi o instituidor da capela de Santo
Elias no Buçaco.
Filhas:
− Leonor Gomes, solteira, s. g.
− Maria Pinto, idem.
− Antónia Pinto, casou no Botão com Marcos
Rodrigues Pereira, sem
geração, e instituíram a capela do Deserto no Buçaco, segundo diz o
nobiliário da Borralha.
− Isabel Pinto, casou com
Miguel de Almeida, de Águeda, e tiveram:
− Antónia de Almeida, que casou
no Botão com
Manuel Rodrigues Pereira, capitão-mor, sobrinho de Marcos R. Pereira
atrás referido, s. g.
/
279 /
− Helena Pinto, casou em Mogofores com Crisóstomo
de Paiva, capitão-mor, irmão de Julião Rodrigues de
Paiva que foi casado com Isabel Pinto de Macedo, moradores em Mogofores, e pais do Dr. Cristóvão Pinto de
Paiva, como depois se dirá. Crisóstomo e Julião eram
filhos de João Rodrigues de Paiva e netos de Cristóvão
Rodrigues de Paiva.
Filhos:
− Pedro Rodrigues Pinto, prior de
Águeda.
− Isabel Pinto de Paiva, casou
na quinta da
Borralha com Constantino de Paiva de Carvalho,
moço da câmara de el-rei, filho de Simão Fernandes
de Carvalho e de Sua mulher Helena da Silva Constantino de Paiva de
Carvalho, como lhe chama o
nobiliário da Borralha. O CONDE DA BORRALHA, numa
comunicação que fez para o Instituto Etnológico da
Beira, em 26 de Julho de 1922, chama-lhe Constantino da Silva de Carvalho, ou Chamorro, 4.º Sr.
da casa e quinta da Borralha, moço da Camara
de El rei D. Filipe II (alv. de)o de janeiro de 1619. Reg. liv. 3 da matricula
fl. 63 doc. do A. C. B.)
com obrigação de ir a Índia, para onde foi na
nau «Capitaina», no ano de 1619, servindo até ao
fim de 1626... Casou em Mogofores com Isabel Pinto de Paiva (pouco depois de ter regressado)
f.ª de Chrisostomo de Paiva, capitão mar do couto de Mogofores, e Helena
Pinto... Este meu trabalho é um simples resumo genealógico, e quando
especialmente tratar da casa da Borralha é possível
que vá mais longe, pois para isso tenho elementos.
Filhos:
− Constantino da Silva Pinto, prior de
Águeda.
− Crisóstomo de Paiva Pinto, solteiro, s. g.
− Fr. Simão, religioso de
St.º António.
− D. Miguel da Natividade, cónego regular
de St.º Agostinho.
− Maria Pinto e Helena da Silva, solteiras.
− Eulália da Silva Pinto, casou com o seu
parente Miguel Pinto de Macedo, filho de João Pinto Pinheiro e de Maria
Pinheiro, c. g.
− D. Isabel Pinto de Paiva, casou com o
seu parente António Velez de Castelo Branco,
baptizado a 16-3-1624, senhor do couto de Louredo e Morgado de
Mogofores, em 2 de Fevereiro de 1677. Era ele filho de Diogo Velez de
/
280 / Castelo Branco, filho natural legitimado de Lopo
Álvares Velez de
Castelo Branco; C. g.
− Maria Pinto, casou em Vila Nova de Monçarros com N...... de Carvalho.
Filhos:
− António Pinto, casou no Campo com N...... e tiveram dois filhos:
António Pinto (que casou com Mariana da Mota e tiveram um filho que
morreu novo e António Pinto que foi clérigo) e Cristóvão Pinto que casou
em Fermelã. C. g.
− Jacinto de Carvalho, que morreu na
índia, s. g.
− Maria Pinto, casou em Mogofores com o seu parente Julião Ferreira de
Paiva, e tiveram João Pinto de Vasconcelos, julgador deI rei, Manuel
Pinto e Maria Pinto, solteira.
− Helena Pinto, solteira.
− Maria Pinto, que casou com António Leitão, atrás
referidos.
− Catarina Pinto, casou em Besteiros com Pedro Viegas, de quem mais
nada sei, porque o nobiliário da Borralha é muito conciso e eu vou-me
encostando a ele.
Filho:
− António Pinto Boto, casou com N... de
Almeida.
Filhos:
− Pedro de Almeida Pinto, casou com
Helena da Mota Veiga, irmã do abade de Moura,
s. g.
− Maria Pinto, casada no Botão com N . . .,
capitão-mór, e tiveram Manuel Pinto, capitão-mór, e mais filhos.
Décimos avós:
− Isabel Pinto, casou em Águeda com
Pedro Martins
(Pinheiro) e ela era de Castanheira do Vouga. Diz o CONDE DA BORRALHA,
na citada comunicação para o Instituto Etnológico da Beira feita em 26
de Julho de 1922: «Pedro Martins, que era Pinheiro, se por ventura
descendia da nobre família
deste apelido, devia o ramo a que pertencia estar em grande decadência,
pois exercia seu irmão Diogo Martins (bem
/
281 /
como outros membros da família) a profissão mecânica de
ferreiro, com tenda em Águeda, em 1533 (vide Tombo Antigo
do Hospital de Águeda), se é que o nome não deriva, como
pretende o Sr. COSTA VEIGA (Tombo Hist. Genealógico,
tomo lI) baseado no depoimento das testemunhas da habilitação de Jerónimo Pinto, acima citado, do facto de seus
ascendentes terem vindo do lugar do Pinheiro perto de
Angeja, de cuja terra tomariam o apelido, tornado notável
na primeira metade do século XVII pelo Padre Mestre Dr. Frei Jorge Pinheiro, ilustre pregador, Lente da Universidade e
Provincial da Ordem de S. Domingos».
Ficará para outra ocasião dizer mais alguma coisa sobre
estes Pinheiros, que tudo indica não serem de origem nobre.
Filhos:
− João Pinto de Escobar, de Águeda, casou em
Maçadas de Castanheira do Vouga com Filipa de Macedo.
Filhos:
− António Pinto de Macedo, solteiro, s. g.
− Manuel Pinto de Escobar, morreu mancebo.
− João Pinto, prior de Óis da Ribeira.
− Isabel Pinto, casou em Mogofores com Julião
Rodrigues de Paiva (viúvo de Francisca Coronel),
filho de João Rodrigues de Paiva e neto de Cristóvão Rodrigues de Paiva.
Filhos:
− O Dr. Cristóvão de Paiva, lente da Universidade, colegial de S. Pedro, deputado da
Mesa de Consciência e Ordens, fidalgo da Casa
Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo.
Fundou em 1672 a capela dos Pintos na igreja
de Mogofores. Fez testamento em 26 de Julho
de 1672, documento interessantíssimo que serviu
de tese para a comunicação do CONDE DA BORRALHA, em 26 de Julho de 1922, para o Instituto
Etnológico da Beira. Acerca deste Dr. Cristóvão
mais terei a dizer no capítulo seguinte.
− João Rodrigues de Paiva, solteiro.
− António Pinto, solteiro.
− Julião Rodrigues, solteiro.
− Feliciana Pinto, solteira.
− Isabel de Macedo, solteira.
− Antónia Pinto, casou com Diogo VeJlez de
Castelo Branco, de Aveiro, filho natural legitimado
de Lopo Álvares Velez de Castelo Branco, fidalgo
/
282 /
de geração, e neles se segue a casa dos Quadros de Soure.
Filhos:
− Lopo Velez de Castelo Branco, casou em Aveiro com D. Luísa
Perestrelo, filha de Francisco de Oliveira, o cego, e de sua mulher D. Sebastiana Perestrelo, e tiveram uma filha, D. Sebastiana Velez, que
casou em Coimbra com Duarte de Melo, filho de Luís de Melo, c. g. em
que seguem os Albuquerques da Ínsua e senhores de Molelos.
− João Pinto Velez, solteiro, s. g.
− António Velez de Castelo Branco, casou
na quinta da Borralha com Isabel Pinto de Paiva, sua prima, filha de
Constantino da Silva de Carvalho e de Isabel Pinto de Paiva, como já
deixei referido. C. g.
− Branca Pinto, atrás
referida, casada com
Sebastião Rodrigues de Paiva.
− Isabel Pinto, que casou com Jerónimo de
Almeida, s. g.
− Joana Pinto, que casou em Mogofores com Gaspar Rodrigues, com geração
desconhecida, diz o nobiliário da Borralha. Será este Gaspar Rodrigues,
de Mogofores, da geração dos Paivas daquela terra?
Undécimos avós:
− Violante Pinto, que casou com
João Lopes, e que foram criados do Conde
da Feira (talvez o segundo). Violante e o marido, ou só a Violante
depois de viúva, foram viver para a Castanheira, onde ela tinha um irmão
prior. Desconhece-se documentalmente quem foram os pais de Violante
Pinto, conquanto se julgue que ela era parenta dos Pintos de Paramos,
portanto dos Pintos bons, e assim o cipo dos Eintos de Águeda − até
que mais se prove − fica sendo esta Violante Pinto.
O nobiliário da Borralha principia assim:
Violante Pinto filha de N. e
prima direyta de Ruy Pinto Freyre snr. da
honrra de Paramos, os quais descendem de hum Irmão do prim.º snr. de Ferreyros, Tendais, casou com N. da terra da Feyra por
cuja morte veyo p.ª caza de seu Irmão o Prior de Castinheyra, que hé
aprezentação do Conde daquella Villa... Por sua vez o CONDE DA BORRALHA
diz na
/
283 /
sua já referida comunicação para o Instituto Etnológico da
Beira: «...João Lopes e Violante Pinto, criados do Conde
da Feira (presumimos do segundo), que foram os primeiros
desta família que vieram viver para esta região (vide Habilitação para S. O. de Jerónimo Pinto). De ambos se desconhece a filiação. Violante passa por ser
aparentada com
os Pintos, senhores da honra de Paramos, sem haver disso
documento, mas apenas um processo que correu em 1706
em Recardães, e em que se dizia haver um documento que
hoje não aparece junto ao referido processo, e que o tabelião declarava ser um
dezestimento que fez Pedro Pinto
Freyre Senhor da honrra de Paramos feyto na era de mil,
e seiscentos; e quarenta; e seis; annos com sinco reconhecimentos; ao pée, do qual se devia concluir parentesco deste com um membro da família dos Pintos de Águeda, António
Pinto Bôto, tio do autor do processo, João Pinto de Macedo.
Neste documento e noutro (esse outro nada prova) o juiz
considera haver superabundante legalidade para julgar João
Pinto de Macedo legitimo parente descendente dos legitimos Pintos Snrs. da honrra de Paramos por descenderem
destes por legitima descendencia Pero Leytão Pinto e Antonio Pinto Botto seu tio. (Doc. do A. C. B.). Violante deve
ter nascido por 1473, pois um seu neto, Diogo Pinto, que
não era o mais velho, tinha profissão de tabelião em 1563 (Chancel. D.
Sebastião, liv. 16, fIs. 37) devendo pois ter os
seus 30 anos e ter nascido em 1533, ano em que sua mãe
teria 30 e sua avó 60...»
O meu bom amigo D. Fernando Tavares de Távora
− que também descende dos Pintos de Águeda − diz que o
marido de Violante Pinto era o licenciado Francisco Vaz de
Meireles, da casa de Santa Cruz do Douro, e que Violante
era filha de João Martins Pinto e de Brites Rebelo (avós de
Amador Pinto, fidalgo da Casa Real (Arquivo Her. e Gen. 58),
neta de Briolanja Pinto e de seu marido Martim Martins
Monteiro, senhor do solar de Vila Maior, e bisneta de Aires
Pinto, fidalgo da casa do Duque D. Fernando de Bragança e
seu vedor e testamenteiro, casado com Constança Rodrigues
Pereira. A documentar, conservo as cartas e as informações
de D. Fernando Tavares de Távora.
Filhos de Violante Pinto e de João Lopes:
− Maria Pinto(9), casou em Águeda com Gomes
/
284 /
Martins, irmão de Simão Martins, da geração dos Pinheiros de Águeda, dos
quais atrás fiz referência.
Filhos:
− Jerónimo Pinto Pinheiro, familiar do
St.º Ofício. A este se refere COSTA
VEIGA a pág. 140 do Tombo Histórico-Genealógico de Portugal, dizendo:
«devia ter nascido no meado do século XVI, pois a sua habilitação do
Santo Ofício, para meirinho da inquisição de Coimbra, tem a data de
1583 sendo, portanto, uma das mais antigas que se conservam na Torre do
Tombo. As testemunhas(10) sobre ele interrogadas, dão-lhe por pais um
certo Gomes Martins, e sua mulher Guiomar Pinto (eu digo Maria, seguindo
o nobiliário da Borralha) moradores em Águeda. De Gomes Martins, dizem
as mesmas testemunhas que foi filho de um Gonçalo Martins casado com Isabel Afonso,
naturais, um, de Águeda, e o outro, do lugar do Pinheiro, junto a
Angeja, circunstância esta que nos leva a supor que o apelido Pinheiro
desta família deriva dela ser originária do referido lugar. Quanto a
Guiomar Pinto, mulher de Gomes Martins, informa-nos ainda o processo que
seus pais, João Lopes e Violante Pinto, vieram da casa do Conde da Feira,
do qual criados, para a vila da Castanheira, na terra da Feira. Ora no
termo da Castanheira havia o lugar de Maçadas. Semelhante aos Macedos de
Trás os Montes não viria o apelido Macedo, para estes Pintos do provável
facto de terem propriedades em Maçadas?...» Diz o nobiliário da
Borralha que Jerónimo Pinto foi criado de D. João II (?) e que casou em
Abuzam (?) com N. Corueta filha de N. de que teue filhos, que morrerão
sem suçessão.
− Marcos Pinto, beneficiado em Santarém.
− Maria Pinto, casou em Aveiro com Fernando
de Pinho.
Filha:
− Isabel Pinto, casou com Diogo Gomes,
julgador de el-rei, s. g. Este Diogo Gomes
/
285 /
casou segunda vez em Azeitão com D. Jerónima, também sem geração, e foi o que instituiu
naquela vila a capela da Visitação.
− N......., solteira.
− Catarina Pinto, casou em
Águeda com Simão
Martins, irmão de Gomes Martins (Pinheiro), atrás referido. S. g.
− Brites Pinto, casou em Águeda com Diogo Martins, primo de Simão
e de Gomes Martins, arriba referidos.
Filhos:
− Diogo Pinto, que diz o nobiliário ter servido
o duque D. Jorge, filho de D. João lI, e casou em
Santa Comba com N. e tiveram um filho, António
Pinto, que não casou e que deixou os seus bens à
Misericórdia de Santa Comba.
− João Pinto, que casou em Mogofores com
Antónia Rodrigues, (naturalmente de progénie dos
Paivas) e tiveram um filho, António Pinto, que foi
clérigo e instituiu a capela de Santo António na freguesia da Moita, vinculando a ela os seus bens.
− Jorge Pinto, diz o nobiliário da Borralha que
também serviu o duque D. Jorge, e que casou duas
vezes; a primeira em Maçadas, com Isabel de Macedo,
filha do secretário do duque de Viseu e tendo este
sido morto, o secretário fugiu para a Póvoa, junto
à Castanheira, terra da Feira; e a segunda com Isabel Borges de
Figueiredo, de Besteiros.
Filhos:
− Isabel de Macedo (1.º matrim.) casou em
Águeda com Tomé Pinheiro, c. g. (Casa da Borralha).
− Brites Pinto (1.º matrim.), casou na quinta
do Morangal com António de Almeida, viúvo
de Joana de Almeida, c. g. (Casa das Lágrimas
em Coimbra, Osórios Cabral e Velasques Sarmento de Alarcão).
− Feliciana Pinto, casou na Arrancada com
N. Gabriel e tiveram António Pinto, o «condição», que casou em Coimbra com D. Maria de
Carvalho, irmã de Diogo de Carvalho Pinto,
que foi pai do desembargador António Tavares
de Carvalho, que viveu na quinta do Rodão, em
Lorvão. Esta D. Maria, como se subentende do
/
286 /
nobiliário da Borralha, morreu com opinião de Santa. Feliciana era a
3.ª filha do 1.º matrimónio de Jorge Pinto.
− Jerónimo da Cruz (1.º matrim.), frade loio.
− Miguel de Figueiredo (2.º matrim.), casou
em Anadia com Maria Gomes, c. g.
− António de Figueiredo (2.º matrim.), casou
na quinta do Morangal com Joana de Almeida,
filha de António de Almeida e de sua primeira mulher Joana de Almeida,
c. g.
− Jorge Pinto (2.º matrim.), casou
em Aveiro com N. e tiveram: D. N. cónego regular de Santo Agostinho, e
Matias Pinto, beneficiado em Lisboa.
− Vitória Pinto (2.º matrim.), casou em
Esgueira com Manuel Cerveira da Cunha e tiveram seis filhos, sendo o
último Mónica de Figueiredo, que casou em Águeda com o viúvo Sebastião de Pinho, de quem descende Mónica da Costa que eu julgo ter casado
com Baptista Pacheco Soares, como disse.
− Violante Pinto, casou em Águeda com Aires
de Pinho(11).
Filhos:
− Estêvão de Pinho, que casou no campo
de Coimbra com Maria Fradessa, s. g.
− Simão Pinto,
cónego da Sé de Coimbra
e instituidor da capela da Esperança na igreja
de Águeda(12).
/
287 /
− Garcia de Pinho, provisor e vigário geral
em Miranda.
− Sebastião de Pinho, solteiro.
− Maria Pinto, solteira.
− Brites Pinto, solteira. Esta deixou à capela
da Esperança a obrigação de uma missa diária, para o que legou bens
vinculados à confraria da igreja de Águeda, como consta de um letreiro
na sacristia, diz o manuscrito da, Borralha.
− Isabel Pinto, casou com Pedro Martins
(Pinheiro), como dito ficou.
E agora, a título de curiosidade, um pouco de... estatística: − Alguns frades e eclesiásticos que pertenceram à
linhagem dos Pintos, de Águeda:
− N . . . prior da Castanheira.
− Marcos Pinto, beneficiado em Santarém, filho de
Maria Pinto e de Gomes Martins.
− António Pinto, clérigo, filho de João Pinto e de
Antónia Rodrigues, que foi o edificador da capela de
Santo António na freguesia da Moita, Anadia.
− Jerónimo da Cruz, frade loio, filho de Jorge Pinto
e de sua 1.ª mulher, Isabel de Macedo.
− Jerónimo Pinto, reitor de EspinheI, filho de João
Pinto Pinheiro e Maria Pinheiro.
− Tomé Pinheiro, «q. estando na India se meteu
frade Dominico, onde foy Inquizidor, e Vindo p.ª A meza
grande se não soube nunqua da nao em q. Vinha», filho dos mesmos.
− D. Pedro da Purificação, cónego regular de Santo
Agostinho, «q acabando de ser Prior de Grijo se sahio p.ª Vigario de Mira, onde morreu, e jaz sepultado à porta
do Capitulo do Convento dos Capuchos de Cantanhede»,
irmão dos dois anteriores.
− D. António da Trindade, cónego regular de Santo
Agostinho, filho de N... Pinheiro e de D. Isabel de Macedo.
− Fr. Tomás Pinheiro, frade
de S. Domingos, filho dos mesmos.
− Fr. Pedro de S. Tomás,
frade de.... filho dos mesmos.
− Miguel Pinheiro, clérigo de missa, idem.
− Fr. Jorge Pinheiro, frade dominico, filho de Sebastião de Macedo e Maria Pinheiro.
− Dr. D. António dos Santos, cónego regular de
Santo Agostinho, filho de Maria de Macedo e de Manuel de Almeida, da
quinta do Morangal.
/
288 /
− António de Almeida, vigário de Eixo, filho de Brites
Pinto e de António de Almeida, da quinta do Morangal.
− António Pinto, prior do Barro, filho de Francisco
Pinto de Almeida, capitão-mor das terras do Duque de Barcelos, e de
D. Leonor Ferreira, da quinta do Bico.
− D. Cristóvão de Santa Maria, cónego regular de
Santo Agostinho, filho dos mesmos.
− Valentim Pinto, cónego da Sé da Guarda, prior
do couto do Mosteiro, filho de Sebastiana Pinto e de Cristóvão
Domingues, da quinta do Bico.
− D. Bernardo da Conceição, cónego regular de
St.º Agostinho, filho dos mesmos.
− Fr. António de Albuquerque, frade bernardo, filho de Manuel de
Figueiredo, do hábito de Cristo, e de D. Mariana de Albuquerque, da
Vacariça.
− António de Figueiredo, prior da Moita, filho de António de Figueiredo
e de Joana de Almeida, da quinta do Morangal.
− D. N . . ., cónego regular de St.º Agostinho, filho
de Jorge Pinto e de D. N . . ., de Aveiro.
− Matias Pinto, beneficiado em Lisboa, idem.
− Feliciano da Cunha, clérigo com benefício simplex, filho de Vitória Borges e de Manuel Cerveira da
Cunha, de Esgueira.
− Manuel Cerveira da Cunha, cónego da Sé de Coimbra, filho de Miguel de Figueiredo e de N... Manso.
− Manuel Cerveira da Cunha, prior do Castelo de Lisboa, filho de João
Cerveira da Cunha e de Brites de Almeida.
− D. Cristóvão da Cruz, cónego regular de St.º Agostinho, e prior de S.
Simão da Junqueira aí por 1703, filho dos mesmos.
− Francisco de Pinho, vigário de Eixo, filho de
Mónica de Figueiredo e de Manuel de Pinho Rebelo.
− Simão Pinto, cónego da Sé de Coimbra. o que instituiu a capela da
Esperança na igreja de Águeda, filho de Violante Pinto e de Aires de
Pinho.
− Garcia de Pinho, provisor e vigário geral em
Miranda, filho dos mesmos.
− João Pinto, prior de ais da Ribeira, filho de João
Pinto de Escobar e de Filipa de Macedo.
− D. Luís de Melo, cónego regular de
St.º Agostinho, filho de D. Sebastíana Velez e de Duarte de Melo.
− Pedro Rodrigues Pinto, prior de Águeda, filho
de Helena Pinto e de Crisóstomo de Paiva. capitão-mór.
− Constantino da Silva Pinto, prior de
Águeda (1703), filho de Isabel
Pinto de Paiva e de Constantino da Silva de Carvalho, da quinta da
Borralha.
/
289 /
− Fr. Simão, religioso de
St.º António, filho dos mesmos.
− D. Miguel da Natividade, cónego regular
de St.º Agostinho, filho dos mesmos.
− António Pinto, filho de António Pinto e de N...,
que casou com Mariana da Mota e que, depois de viúvo,
foi clérigo (1703).
− N..., frade mariano, filho de Maria Pinto e de
António Leitão.
− N..., cónego regular de Santo Agostinho, filho de
António Pinto Leitão e de. . . da Costa Bombarda (trata-se
de D. Pedro do Paraíso, chamando-se a mãe D. Mariana).
Estes 38 reverendos foram catados no genealógio da casa
da Borralha, e existiram desde Violante Pinto, o cipo da progénie, que deveria ter nascido aí por 1473, segundo os cálculos, do Sr. CONDE DA BORRALHA, até o ano de 1703
− em
que foi escrito o genealógio − isto é, durante o espaço de
230 anos, aproximadamente. Outros, porém, é natural que
tivessem escapado à notícia do linhagista e bem poderemos
calcular numas quatro ou cinco dúzias o total dos reverendos Pintos de toda essa época.
Um dos que não foi mencionado aqui, e dos mais notáveis e que pela linha dos Pinheiros estava ligado aos Pintos
de Águeda, é o Dr. Fr. Jorge Pinheiro, filho de Pedro Jorge e de Maria Pinheiro, que nasceu em Águeda e faleceu em
Coimbra (onde vivia ainda em 1635); professou no convento
de S. Domingos de Lisboa a 15-2-1589, foi doutor em Teologia
e lente da cadeira de prima da Sagrada Escritura, em que se
jubilou a 7-2-1647, prior do convento da Batalha, provincial eleito em
1634, deputado da Inquisição de Coimbra de que
tomou posse a 2-4-1635, e que deixou impressos alguns sermões que eu
nunca li, aliás, mas que dizem ser obra limpa
e vernácula.
Agora irei completando, tanto quanto possível, esta
linhagem, enumerando os diversos ramos, Borralha, Velezes, etc. etc., e
juntando notas do que falta e vier a saber.
Tudo isso irá sem ordem, conforme for calhando, pois se trata de simples
apontamentos.
NOTA − Como se trata de matéria bastante vasta, seguirá no próximo
número (Nota do Arquivo do Distrito de Aveiro).
FRANCISCO DE MOURA COUTINHO
(Publicação
póstuma) |