O que dizem os jornais

Transcrição da notícia da homenagem publicada pelo jornal "Diário de Aveiro", na sua edição de 23 de Maio de 2002, na página 6.

Secundária José Estevão presta homenagem

Cecília Sacramento e Aveiro-Arte laureados

Cecília Sacramento e o Grupo Aveiro-Arte/Círculo Experimental dos Artistas Plásticos de Aveiro foram homenageados pela Escola Secundária José Estevão. Nesta ocasião, Cecília Sacramento anunciou ao Diário de Aveiro que tem já terminado o próximo romance, intitulado de «Cidade Azul», pronto a ser publicado. O Aveiro-Arte, na voz de Gaspar Albino, membro fundador, «é um movimento único no país», acreditando que «não deve haver mais nada semelhante». Página 6


Escola Secundária José Estevão presta homenagem

Cecília Sacramento 
e Aveiro-Arte laureados

A Escola Secundária José Estevão prestou uma singela homenagem à escritora Cecília Sacramento e ao Grupo Aveiro-Arte/Círculo Experimental dos Artistas Plásticos de Aveiro. Em paralelo foi inaugurada uma exposição relacionada com a vida e obra dos homenageados.

CRISTINA PAREDES/PAULO RAMOS (FOTO)

Cecília Sacramento e o Grupo Aveiro-Arte foram homenageados, anteontem, pela Escola Secundária José Estevão. A homenagem, que partiu do Departamento de Línguas Românicas e Clássicas, vai já na segunda edição, tendo, no ano passado, laureado Vasco Branco, Costa e Melo, Bartolomeu Conde e o CETA.

«Eu nem acredito que isto seja para mim. Parece que sou uma estranha a tudo isto», diz Cecília Sacramento ao Diário de Aveiro, com um ar doce e calmo, quando questionada sobre a importância da singela homenagem. Mais, considera, «acho que ultrapassa todos os limites que me são próprios». Todavia, sublinha, «a homenagem tem uma coisa muito positiva. Quando estou a escrever, às vezes sinto-me desanimada, pensando que ninguém me lê. Por isso, quando alguém fala dos meus livros e troca impressões comigo, eu fico muito contente», refere. Assim sendo, conclui, «a homenagem trouxe-me uma prova realmente inestimável, ficando eu com a certeza de que regionalmente sou lida».

A escritora aproveitou a ocasião para dedicar a homenagem a um grande amigo e outrora seu professor - José Pereira Tavares -, na altura reitor da Secundária José Estevão, frequentada por Cecília Sacramento. Do contacto que manteve com o docente, a escritora recorda o momento em que ele lhe contou a história do seu nome, associando-o à padroeira da música, também ela Cecília. Um amigo que não esquece, garantindo que a ele se fica a dever o facto de ter enveredado pela via da escrita. «Pedia-me sempre para ler as minhas redacções à turma», facto que se repetiu durante os cinco anos em que foi meu professor», recorda com uma certa nostalgia, considerando que «o estímulo daquele grande mestre» viria a fazer com que se tornasse escritora. Sem tempo, com uma vida difícil, Cecília Sacramento só viria a escrever a sua primeira obra após ter-se reformado.

A sua bibliografia é composta por seis obras: «Apenas uma luz inclinada», um romance (1993); «Uma flor para Manuela», romance (1994); «Palavras de Luz», romance (1995); «Tempos do Tempo», pequenos contos (1999); «O rasto dos dias», livro de memórias e afectos (2000) e, por fim, «Por terra batida», romance (2001).

A escritora tem, no entanto, um novo romance para ser publicado e que intitula de «Cidade Azul». O primeiro livro que escreveu foi talvez aquele que mais entusiasmo lhe deu, «por ser o que muito esperou para ser escrito, porque o tempo e os afazeres não deixavam».

 

Aveiro-Arte, «um movimento único»

«Acima de tudo a homenagem é confortante. Além disso, é consolador verificar que instituições com um peso tão grande na vida cultural e na formação dos aveirenses são reconhecidas», considerou Gaspar Albino, membro fundador do Aveiro-Arte. Mais, defende, «quando os estabelecimentos de ensino promovem este tipo de homenagens a pessoas, como Cecília Sacramento, ou a instituições, como o Aveiro-Arte, sem dúvida que há um elo que se estabelece entre a escola que forma jovens e as pessoas que poderão ajudar nessa mesma formação». Assim sendo, aplaude, «se este tipo de homenagens favorecer esse relacionamento, isso será muito bom».

Criado em 1970, o Grupo Aveiro-Arte surge no seguimento de uma iniciativa nascida no seio do Clube dos Galitos - o Círculo de Artes Plásticas -, recorda Gaspar Albino. A seu ver, o que importa «é o facto do Aveiro-Arte ter conseguido subsistir (graças à carolice, por exemplo, de Artur Fino, Jeremias Bandarra e Vasco Banco) como grupo de amigos, sem estatutos (reconhecidos só em 2000), a quem cabia fazer uma exposição de obras novas por ano». «Julgo ser um movimento único no país, não deve haver mais nada semelhante», resume.

A escolha dos homenageados (nunca pessoas já falecidas), segundo Abílio Tarrinha, coordenador do Departamento de Línguas Românicas e Clássicas, «partiu de uma proposta apresentada pela equipa base, composta pelas docentes Fátima Nunes e Alice Pinho, entretanto aprovada».

 Cecília Sacramento          AVEIRO/ARTE

Palavras de C. Sacramento          Palavras de G. Albino

Intervenção de A. Martins

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