Interessa-me
ser um professor que procura exercer a sua competência
profissional. Essa competência baseia-se no facto de me
preocupar em ser um estudioso e investigador de todo o
sistema de ensino ( mais no campo pedagógico ) e, ao
mesmo tempo, praticante de tudo o que vou adquirindo ao
longo da minha actividade. O domínio evolutivo de
conhecimentos teóricos e práticos conceptualizam as
referências base para o entendimento do ensino; o domínio
evolutivo de técnicas e aptidões, fundamentam a minha
actuação. Creio que o mais importante em todo o processo
e o que na realidade é válido, são as questões de
princípio, que me levam a responder ao para quê, para
quem, como e em que contexto implemento decisões. Nem
sempre o que se planifica resulta. Sou dos que aprendem a
reestruturar mais com um erro do que com o que sai bem.
Tudo depende de como determino os modos de acesso à
aprendizagem do aluno e essa empatia é a base
determinante de uma progressão positiva para todos os
implicados. Apesar de ter vinte e um anos de trabalho como
docente, apesar das mudanças vertiginosas da organização
social na actualidade ser responsável aos desajustes de
valores que, transportados para a Escola, tornam o ensino
numa luta renhida entre focos de informação, tento
recusar-me a não desafiar os problemas. A Escola não se
pode isolar como instituição porque, além da Escola,
existem mais agentes de educação. A Escola não se deve
ocupar de todos os alunos da mesma forma, porque uma
resposta educativa pode ser vista de uma maneira diferente
por cada aluno. A Escola não pode ser um
"pulverizador" de saberes inertes, porque deixa
de ser viva e inovadora. A Escola não pode ser um local
para onde se transferem responsabilidades familiares,
porque não há receitas milagrosas de substituição
familiar, mas a Escola também não pode ser um local onde
os agentes não se envolvam nas suas tarefas com
responsabilidade e amor ao próximo, por não se sentirem
motivados por qualquer razão. Então qual será a Escola
ideal? Só sei que um professor é tudo porque dele
depende uma boa condução, é nada porque se deve
colocar em "ausência" para que essa condução
seja criativa e espontânea. Quando a missão educativa
vai a bom porto, no sentido do seu ideal de serviço,
provoca autonomia e responsabilidade no aluno. Munir os
jovens de consciência crítica e provoca-lhes um melhor
controle de si mesmos é o que, de bom, a OFICINA DE
TEATRO tem para oferecer, tanto na sua génese como na sua
essência.
EXECUÇÃO
DE PRESSUPOSTOS INICIAIS
1- A existência dum projecto inicial concreto, é
o maior suporte para a efectivação de todas as formas múltiplas
de integração do trabalho expressivo;
2- Na criação, prova-se que a expressão teatral
é aquela que nos permite uma melhor integração das
outras expressões;
3- Por se realizar um espectáculo não se privilegia o produto em vez
dos processos. O que determina tudo são os espaços de
experimentação, que se vão organizando durante o
processo;
4- Na Criação Teatral na Escola Secundária ,não
é prioritária uma aprendizagem ligada à Arte/Teatro em
si, é mais uma aprendizagem do saber-ver, a saber
fazer-fazendo, interpretar-experimentando, uma dimensão
de aprendizagem vivencial de dimensão múltipla que
facilita a reflexão para a VIDA.
Será sempre na modificação do entendimento de
Escola que se movimenta uma reforma na Educação.
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