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Rosa Maria Oliveira, Verbo Liberto, Aveiro, 1989


Em Louvor de Verbo Liberto

Verbo Liberto é uma simbiose de canto épico, de melodia lírica e de grito dramático.

A voz de um Povo deslizou, "rouca e salgada", num sonho de espuma e, em cada batida do mar, salpicou o coração de esperança e de vontade.

O vento agreste sulcou a pele morena e desafiou as preces dos mareantes. Não quis a Sorte que desistissem desta "ceifa amarga" e lançaram a semente criadora "por entre búzios sussurrantes".

Em noites doiradas, crepitava o amor nos corpos ondulantes. Era a festa à beira-mar como "um eco de memória".

E a luz escondida da madrugada refrescava um sonho prometido:

"Mas se o nevoeiro dissolve teu encanto
perder-me-ei nas vagas da madrugada
a não ser meu amor
que cantes em cada momento
                  UM VERBO LIBERTO"


Verbo Liberto é, como a Mensagem de Fernando Pessoa, "a voz do meu povo que escuto / intensa e aguda presença / que o tempo não apaga. / Ora oprimida ora liberta / sempre intacta existe e grita."

Aveiro, Maio de 1989
Pel'O Júri
Ana Paula Cabrita Dias
 

 

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