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Senti vontade de dizer «Bom
dia!» à florzita amarela
Que a Primavera deixou florescer no meu jardim.
Mostra-se, porém, indiferente, ao ver-me,
Bem cá dentro, assim cinzenta…
Olha-me com seu olhinho castanho e ergue-se ainda,
Tão linda, glorificando o Sol e o Deus que a criou,
Esquecida de quem é, mas não do Ente que a dotou
De tanta cor e beleza,
Ignorando apenas o destino estranho
De que amanhã será murcha e causará tristeza
E que de todo esse esplendor e fortaleza
Restará, precoce, e apenas, o esquecer-se de si
Na indiferença serena de um voar.
17-03-2006
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