Ezequiel Arteiro

Gente da nossa terra

 

Vem o lindo moliceiro
A transbordar a poesia
Que vai expor ao soalheiro
Nas margens da nossa Ria!

Sem o menor preconceito
Talvez até como herança,
Ele, por vezes, é leito
P'ra nascer uma criança!

E quando ela for crescida,
Levada por tanta fome,
P'ra sobreviver na vida
Tira uma sardinha e come!

Ai! Tantas crianças giram
Na Ria desta maneira!...
Comem o peixe que tiram
E dormem numa bateira!...

São estes seres DEUS meu
A mais ardente poesia
Que a natureza tem
Nas margens da nossa Ria!

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