Sinto poesia
estando nesta Quinta
Saboreando ar puro nos pulmões.
Estou certo que não há quem a não sinta
Julgando, dentro dela, ser Camões.
Sinto poesia
quando nasce alguém
E como cresce no seu dia-a-dia;
Mas também sinto quando a morte vem
E tudo esconde sob a terra fria.
Sinto poesia
quando sou pedreiro
Para ganhar, em cada dia, o pão;
Mas também sinto quando sou bombeiro
Sem interesse, por abnegação.
Sinto poesia
aonde existe amor,
A coisa mais sublime que há na terra,
Mas também sinto aonde existe dor
Originada p'la terrível guerra.
Sinto poesia
olhando bem o Mundo,
As coisas todas que ele possa ter,
Mas também sinto imaginando o fundo
Do Universo que não posso ver. |