Ezequiel Arteiro, Palavras que eu canto,  1ª ed., Aveiro, O Nosso Jornal - Portucel, 1984, 96 pp.

A viola e a guitarra

 

A viola e a guitarra
Em qualquer tristeza ou farra
São sempre amigas leais!...
Se uma geme, a outra chora,
Mas se reza, a outra ora
No seu sentir são iguais.

Se acaso uma é dedilhada
A sua amiga aliada
Trina e vai unir-se a ela
Seja no palco ou na rua,
À luz do Sol ou da Lua,
Ou numa escura viela.

Quanta saudade e ternura,
Ciúme, dor e amargura,
Ao som delas é cantado!...
E Portugal apelida
A estas cenas da vida
Como seu castiço fado.

Às terras muito distantes
Que recebem emigrantes
Afirmo com altivez
Que onde um português exista
Existe nele um fadista
Porque o fado é Português.

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