Lá
vai a caminhar.
Trôpegos passos,
Da vida já cansada
De sofrer.
Os anos que passaram,
A correr,
Já nem recorda!
Caminho
da igreja,
Dia a dia,
Procurando remir
Tanto pecado...
Que nem pecados foram, afinal.
Lá vai calcorreando,
Passo a passo,
Orações murmurando
Em fúnebre compasso.
Um compasso final.
Na
nave da igreja
Entrou!
Silêncio respeitoso.
Ao fundo, o altar,
A cruz sombria,
Igual à que ela carregou
Toda uma vida...
Os joelhos trémulos vergou
E começou a orar
Sua oração preferida.
“Pai-Nosso que estais no Céu...”
Não
pôde continuar:
O esforço venceu
O coração cansado.
O corpo inerme
Descaiu para o lado.
No
banco da igreja
Duma nave sombria,
Agora o sol dardeja
Um clarão de luz:
Sobre um corpo iluminado
A sombra duma cruz.
Sem
data
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