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Na
pequenina pedra onde tropeço,
No largo da igreja onde medito,
Julgo ouvir dizer um coração aflito:
«Ó pátria amada, já te desconheço!».
Da
portuguesa história que já esqueço,
De heróicos feitos construída,
Meu coração murmura, em voz dorida,
«Ó pátria amada, já te desconheço...»
Também
sou português, também padeço,
Também sinto a opressão dum ditador;
Também, com meus irmãos, digo, com dor:
«Ó pátria amada!... Já te desconheço...»
(Década de 1960)
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