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A cruz da minha
vida, carunchosa,
Roída pelo tempo, já torcida,
Tão triste, tão cansada, enegrecida,
Perdido o que tinha de formosa,
À cova quer
descer. Mas, oh! Tristeza,
A branca sepultura por que anseia,
E tem por nome Céu, está tão cheia
Que não leva nem mais uma freguesa!
Tentou o Purgatório...Que
aflição,
Que nem alojamentos vagos encontrou!...
Somente no Inferno, e por favor.
Lá foi de mala
às costas p’rá pensão...
Pediu a Belzebu, que a empregou
Como lenha, no seu aquecedor.
25/02/2004 |