Ao Dr. Henrique de Oliveira
(com amizade)


Queria oferecer-lhe um soneto sublime,
rendilhado de cânticos e de flores
espalhar «algo» que agradeça e estime...
num soneto que cantasse só louvores!...


Mas cantar eu, versos em delírio,
em ritual de singeleza e candura,
será sempre para mim cruel martírio,
será, pobre de mim, coisa tão dura!


Sem pretensões, o que «só» sei dizer
neste anseio, nesta minha aflição,
é augurar-lhe, com amizade, «um bom viver»,


isto, intento em êxtase e sem tortura,
são «prodígios» do fundo do coração,
brotados de minh’alma sem amargura.

              Aveiro, 1997

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