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Ao
ritmo de...
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Eu sei que não sei cantar...
mas canto!
Canto, sim; gosto de me animar;
não me sinto frustrada
nem por mim própria enganada.
Quando oiço o meu cantar
fico deslumbrada.
O meu canto, quando canto,
anima-me, dá-me mais vida,
nunca me sinto perdida!
Pelo contrário,
espanto o mal,
espanto a tristeza.
Oiço-me e sinto que a minha voz
tem ritmo, tem beleza!...
Mas... eu sei que não sei cantar
como qualquer cantadeira
que faz da sua canção
uma vida, uma profissão.
E eu, na minha teimosia
canto de noite ou de dia,
solto com a voz um pregão:
velho ou recente, dócil ou refilão.
Acreditem:
não sei cantar,
mas sei espalhar,
sem pretensões a corista,
a minha alegria tão vária
que até me «oiço» fadista.
E quem não me puder ouvir
paciência; terá de suportar
as minhas toadas perdidas
(que só por mim, são sentidas!)
E, assim, eu canto
na certeza de que,
«quem canta, seu mal espanta».
Aveiro,1989
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