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Veio de longe, da infância,
avultou, cresceu;
soa ainda, envolvida num abraço
– é a canção do berço – que jamais morreu
e ficou, no éter, cortando o
espaço.
E, ao som argênteo desta melodia
meu ser vibra, harmonioso, como a lira,
esboçando, um cântico que, dia a
dia,
em meu peito, em sinfonia, mais delira.
Sonhos, em alto voo, embalados à Criança,
semente duma planta que
floresceu,
são corola que, olhando o sol, não se retrai.
Na tempestade ou na calma da bonança,
em meu fundo, recôndito, prevaleceu
numa lágrima chorada por meu Pai. |