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Pedaços de Vida - Lisboa,
2021, p. 38 |
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É
madrugada |
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É madrugada…
É a hora da insónia,
da raiz invertebrada.
Estímulo desencontrado
da razão a hora morta.
Um galo canta sozinho
ali na rua e em mim.
Nada nos separa, enfim,
do duplo-jogo-cidade.
Fogosidade.
Verbosidade.
Auditório adormecido.
Crista engalanada, agora
aprumada em feitos
de caneta sem sono.
Eis, senhores, o galináceo
na hora criticável
da escrita não razoável.
Silêncios… Espaços…
Ruídos… Linhas…
Escritos apetecidos
Tornados palavras
Aqui re-inventadas.
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21-12-1977 |
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