“Eh! Çenhores!!!
Qué lá iço, de estarem cempre a
cassoar cu a jente? Nós só çabemos do trabalho e mais nada!
Qué lá iço, de nos acalcarem
acim na sussiedade, cumo se muleiro fôce o quê? Caspaxo
p’ralimpar os pés? Trapo de cilha de lombo de mula ó
d’alimpa-rábo de porca parideira? Ó quê?
Qué lá iço dandarem a inbentar
vrasões com alusórias ó nóço cuótidiano? Qué lá iço
dandarem por tudi por nada a falar najente, qué cóba do máxo, qué
máxo do muleiro, qué muleiro da cóba, qué da cóba do Funtão,
qué ótra bêz do máxo?... qué lá iço?!!!
Qué lá iço de çó bosemessês
é que tãêm níbel? Que ção instroídos?
Qué lá iço de no nóço cantinho
çó aber cazévres e esterqeiros com licho de bácas e porcos e
galinhas? E avêlhas? De quim ção as avêlhas, de quim ção? Dos
muleiros? Das nóças famíleas? Qué lá?!!!...
Qué lá iço dandarem acim todos
intertidos há lambada uns cús outros e se arressolbêrem a metêr
nos ó barólho?! Qué?!...
E a nóça prezensa sussial?
E a nóça afirmassão aqui no
resto do lugar?
E as nóças clientélas?
Qué lá iço?!
Bá lá, bá lá, quinda ajente é
munto bãe adisposta!... Mas daqi para diênte já num bai çer açim!
E a európa? Quéque bai diser a európa? Cuidadinho agora amigos!
Beijam lá çe bão faser poico das peçôas lá pró Mali!... quéças
é que meréssem!
Ó tamãe gustabam cajente bos afanáce
os gipes e as carrinhas e as outras abiaturas todas que aqui deichácem
quando biécem au Çular do Çenhor Duque ou Do ôtro Cónde da
Barba Têza núma caisquer ócazião datrincar na çardinha açada
na têlha? Gustabam?
Qué lá iço?
Fontõn, 25 de Maio de mil 992
Pel’A CDDSMCM
|