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Confronto entre a Forma e o Conteúdo - 2 a 24 de Outubro de 2010



Algumas reflexões críticas do confronto entre "a forma e o conteúdo" na sua obra

 

Ao iniciar este pequeno texto de introdução à obra plástica do meu amigo Mário Morais, sublinho a sua ainda jovem carreira de artista um tanto experimentalista, a quem desde já manifesto a minha admiração. Artista de contrastes percorre este mundo à procura de novas emoções e cargas românticas. Tem a noite como um aliado para a divagação, e é pelas horas de madrugada que melhor se posiciona perante as telas. Esta fase do Mário Morais é um marco muito importante do seu percurso artístico e todos apreciamos neste difícil esforço que o leva a atingir novas facetas da realidade, novos sinais e códigos figurativos que estruturam os seus quadros. Toda a sua inquietude e compromisso detêm-se numa enorme e variadíssima leitura de formas e manchas cromáticas que o leva a descodificar .até ao ponto em que cada elemento irá ocupar o seu lugar de visível representação e funcionalidade. Esta exposição, é uma virtude de múltiplas combinações e vários itinerários, distintos ângulos que nos impedem de visualizar onde está a ficção e a realidade.


Há uma figuração abstracta na sua génese onde parece mudar constantemente para logo voltar a ressurgir com outros valores e significados plásticos. Existem muitos filões emotivos que o artista descobriu, como um arqueólogo que não desiste do seu objectivo final. Existe um fio condutor de experiências conhecidas, várias fases e trajectórias que Mário Morais nos habituou. Lembro-me das suas telas miniaturas, nos desafios a preto e branco – seus primeiros testes da sua embrionária criatividade. Soluções de pequeno formato, peças soltas que se formavam como um puzzle, fazendo parte de um todo carregado de significados. São quadros dentro de quadros em múltiplas interioridades, novas formas e figuras em arquitecturas ocultas difíceis de descodificar. É preciso descobrir o que está e o que não se vê. A partir de hoje a sua obra ganhou uma maior solidez plástica, consolidou uma melhor dinâmica, mais actual, que esperamos não seja última.

Gostamos desta exposição porque ela reflecte a essência de uma aventura artística, um grande desafio estético que este pintor de Aveiro está a viver. Nunca é tarde para sentirmos por dentro aquela luzinha brilhante no chamamento para as grandes causas. Queremos que esta fase do Mário Morais, este desafio do seu presente contenha aspirações de futuro. O AVEIROARTE, ao qual tens servido com grande abnegação, estará sempre contigo. Os teus amigos não esquecem o teu esforço em prol de uma cultura que todos desejamos melhor e abrangente. O nosso Círculo de Artes Plásticas sente-se orgulhoso por ter ajudado a forjar um novo artista. 

Hélder Bandarra


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