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Patrimónios  -  4 de Março a 4 de Abril de 2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patrimónios  -  4 de Março a 4 de Abril de 2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .



Claudette por Gaspar Albino
 

Acompanhei a Claudette ao longo dos anos, pois que de anos se trata, na captura, com a sua, e pela sua óptica, da maior parte das imagens que estão na base dos trabalhos ora expostos.

 

Intencionalmente usei a palavra "trabalhos", pois que a sua elaboração começou por longas, prolongadas e trabalhosas caminhadas, num bater de porta em porta à cata das aldrabas que a sua sensibilidade de artista mandava guardar na película da sua câmara.

 

O que a Claudette hoje nos apresenta é fruto de anos de pesquisa e de recolha de fotografias que ela cuidadosamente foi arquivando, com uma persistência que só a ela cabe, na busca do enriquecimento do tema que ela escolheu, tendo por objectivo final a criação duma reserva de memória de "património" que ela, mercê da sua ecléctica formação, não deixou nunca de sentir poder estar em perigo.

 

Sempre me disse que, um dia, gostaria de expor tal acervo que, com tanto carinho e com tanto denodo foi sabendo construir ao longo do tempo.

 

Ao princípio sempre julguei que seria uma mera exposição de muito boas fotografias, que ela as tinha e tem. Mas não. Enganei-me. É que a Claudette, para além do curso de Direito, para além do curso de Gestão de Artes, para além da pós-graduação em Ciências da Educação, foi fazendo cursos de informática que lhe vieram a permitir, nas áreas da vertente artística, tirar partido do muito que a tecnologia faculta na construção de novas leituras plásticas do material de que se parte.

 

Esta exposição é fruto de tudo isso. Mas tudo isso não seria o que é, não fora a enorme exigência duma grande sensibilidade estética no manuseio das ferramentas que os programas informáticos põem ao seu alcance.

 

Desde os cuidadosos enquadramentos em que o essencial da imagem inicial fica salvaguardado, até ao trabalhar enriquecedor das variantes cromáticas que facultam uma mais rica leitura da plasticidade dessa mesma imagem, tudo isso foi sendo transformado nestes quadros mágicos.

 

São as mesmas fotografias do trabalho inicial, mas outras, como que resultado de mágica alquimia.

 

E, apesar dessa transformação, desse enriquecimento estético, o "património" aí está, aí fica, por certo facultando uma sua leitura mais aliciadora.

Gaspar Albino


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