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EXPOSIÇÃO COLECTIVA 50 ANOS - 11 de Setembro a 10 de Outubro de 2021


          Construção de uma Exposição - Os 50 anos do AveiroArte         

 

“Silêncio:
Contemplar a neve
Até confundir-se com ela”

J. T. Mendonça,
in “A papoila e o monge”, pág.26

 

É no silêncio, que me confundo com o universo destas obras.

Contemplo com humildade, cada desenho, cada linha, cada mancha, cada palavra, cada imagem, cada som que me rodeiam e envolvem nesta sala.

Cuido desta Exposição para que ela tenha o propósito de vos envolver.

Para que a possam contemplar no silêncio da vossa inquietude.

Porque foi concebida desta maneira e não doutra? Porque foi este, o local escolhido e não outro? Porque é que a construção desta Exposição foi desenhada desta maneira e não doutra? Haverá sempre um “porquê” e um “se”.

A Exposição que temos aqui presente neste belo Museu, que foi convento no séc. XV, pretende retratar, de algum modo (este), a história do AveiroArte, contada no silêncio de cada obra. Pretende desenhar um percurso que, hoje, é (d)OURad(O) e que, um punhado de gente boa se lembrou de começar.

Que alegria sinto por saber que teve continuidade, para que hoje, pudéssemos vestir o melhor fato para vir à festa homenagear tão ilustres autores. Refiro-me aos fundadores do AveiroArte e aos seus seguidores.

Aos fundadores, o meu bem-hajam pela ousadia. Aos seguidores, o meu agradecimento por me incluírem naquilo a que chamaram “Círculo”, objeto de desenho, de Arte, de Vida.

Agradeço, pois, ao AveiroArte terem-me convidado para ser a Curadora desta Exposição.

Não posso também deixar no vazio, a cumplicidade da Câmara de Aveiro, na construção deste evento.

Talvez se consiga ouvir o silêncio da criação através da voz dos vivos, aqui presentes, e tornar-se-á num imenso prazer saber da génese desta Associação.

Espero que aceitem este meu desafio.

Para esta exposição ficar mais completa, projectei a existência de um objecto-imagem: a máquina que mostra a acção, a reflexão, a compreensão, a memória estética da construção de uma época, dos seus intervenientes e dos seus propósitos artísticos.

Este objecto-imagem existe pois, para que a voz, as palavras, o som, a música, as figuras, – tão bem editadas pelo Hugo – pudessem ecoar no espaço-tempo que nos envolve e, dizer-nos da vida que se faz… assim: mostrando, partilhando a Arte, para que sejamos mais felizes.

Agradeço, com imenso afecto, à equipa do Museu de Santa Joana que me acompanhou nesta construção. Este Museu acolhe esta Mostra e, está atenta à sua divulgação, ajudando-me na tarefa de curar, de cuidar, de fazer a ponte entre os Artistas, o Museu, o AveiroArte, a Câmara e o Público que, esperamos nos venha contemplar com tempo, no silêncio dos dias de verão que ainda restam.

Obrigada.

Maria Afonso

 

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