Na
minha juventude, batizei o amigo Carlos Batista Coelho como CARBATY,
pseudónimo que o acompanhou até ao fim dos seus dias.
Companheiro na lide das artes e das letras, nasceu em Aveiro, e aí
faleceu, em 1995.
Figura controversa, tinha o dom da palavra, e captava amigos com
facilidade.
Espírito aventureiro e multifacetado nas artes, era um artista
reconhecido, principalmente como ceramista.
Embora falecido com 60 anos, a sua vida foi recheada de
acontecimentos.
Foi
um dos fundadores do AveiroArte, do Teatro Independente de Aveiro, e
fez parte da direção do Círculo Experimental de Teatro de Aveiro.
Trabalhou durante muitos anos nas Fábricas Aleluia, onde se
especializou, com Zé Augusto, na criação de peças artísticas
pintadas com tintas reativas.
Expôs
em Aveiro, Lisboa e Espanha.
Lembro-me que, em 1966, com Artur Fino, realizamos na Galeria Borges
a primeira exposição não figurativa na cidade de Aveiro.
CARBATY era dotado de uma voz muito apreciada. Fez parte do Grupo
Polifónico dos Trio Harmonia, coro de S. Gonçalinho, Fábricas
Aleluia, e mais alguns.
Tinha
também jeito para a escrita. Por volta de 1990 começou a escrever
crónicas em vários jornais da cidade. No semanário “O Litoral”,
chegou a ocupar o cargo de chefe de redação.
Figura polémica e carismática, CARBATY ficará sempre ligado às
inúmeras iniciativas culturais da nossa cidade.
Jeremias Bandarra |