Desde 31 de
outubro de 1999 que ficou toda uma obra digna de louvor
intemporal. Obra construída inicialmente ainda muito jovem, e já
ao lado de quem foi seu mestre, Fausto Sampaio, e mais tarde,
seguindo o seu caminho natural por diversos ambientes que se
tornaram os reflexos, nas suas telas, das suas experiências
pessoais e profissionais. Desde sempre, transmitiu o que
aprendeu, inovou e acrescentou com o que conheceu e coloriu com
o que viveu. De forma única e original, destacando-se, deixando
passo a passo aquele que outrora fora o mestre da partida no seu
percurso de revelação da arte inata do seu ser pintor singular.
Artista
insatisfeito, exigente crítico de si próprio e da sua atividade
pictórica, e artífice de vocação, revelou sentimentos, estados
de alma de povos e culturas, humanizou paisagens aquáticas e
florestas exuberantes.
Com a sua
paleta, interpretou a Ria de Aveiro, espelhando nas suas águas
os moliceiros, os saleiros e os palheiros alquebrados das suas
margens, dispôs tons verdes da Ilha de São Miguel, traduziu o
mais belo das matas de café da Serra de Uíje, expôs o mistério e
o luxuriante verde da Selva do Maiombe de Cabinda, testemunhou o
drama de uma guerra, contornou e preencheu os trajes de figuras
africanas com intenso colorido, imbuiu a atmosfera quente da
imensidão do Alentejo e do trabalho duro das suas gentes,
concebeu painéis cerâmicos contempladores da tradição da cidade
de Aveiro.
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Ria de Aveiro - Óleo s/ Madeira -
23x43 cm - 1940
Costa Nova - Óleo s/ Platex - 51x77
cm - 1967
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