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Capitão Fernando Rosendo Tavares Dias

 

(FUNDADOR DO COLÉGIO MARQUÊS DE POMBAL)

 

 

NOTAS BIOGRÁFICAS

 

Nasceu em Lisboa (freguesia de Santa Isabel), a 1 de Março de 1891.

 

Depois de ter completado o curso do liceu, frequentou a antiga Escola Politécnica, onde estava quando foi chamado para prestar serviço militar numa escola de oficiais milicianos. Como tinha a habilitação necessária, optou pela Escola do Exército, onde tirou o curso de Infantaria. Promovido a Alferes (em 24/9/1917), foi colocado no antigo Regimento de Infantaria n.º 35, em Coimbra.

 

Prestou serviço no Ultramar, durante a l.ª Grande Guerra e, depois de regressar à unidade, foi promovido a Tenente (11/6/1921). Solicitou, posteriormente, uma licença ilimitada, só tendo retomado o serviço em 1930; transferido, a seu pedido, para a Guarda Nacional Republicana, foi no mesmo ano colocado em Pombal, como comandante da respectiva Secção.

 

Promovido a Capitão em 1936 (25 de Junho), solicita nova licença ilimitada. No ano seguinte fixa residência em Lisboa e, em 1938 reingressa no serviço militar, tendo sido colocado no Colégio Militar, estabelecimento de ensino onde depois foi professor. Posteriormente, pediu a transferência para o Instituto dos Pupilos do Exército, onde foi colocado como professor, lugar que exercia à data do seu falecimento, em 25 de Agosto de 1944, quando já tinha passado à situação de reserva (31/3/43).

 

/ 9 / Paralelamente à vida profissional, cujo desempenho, aliás, mereceu condecorações e louvores, consagrou sempre grande dedicação ao ensino, e foi talvez por isso que não completou o curso do Estado Maior, de que ainda tirou os preparatórios.

 

Antes de ter seguido a carreira militar, foi professor do Liceu de Pedro Nunes, e, mais tarde, quando fixou, definitivamente, residência em Lisboa, leccionou no Instituto Lusitano e no Colégio Infante de Sagres. A sua estadia nas duas terras da metrópole, onde prestou serviço, foi assinalada com a fundação de dois colégios — o antigo Colégio-Liceu, em Coimbra, e o actual Externato Marquês de Pombal, em Pombal, que presentemente comemora as suas «Bodas de Prata». As duas licenças ilimitadas que solicitou e com que interrompeu a sua carreira militar estão ligadas à existência destes colégios, aos quais dedicou o maior carinho, particularmente ao último, mercê das condições especiais que acompanharam a sua fundação e do esforço necessário para o manter e assegurar a sua continuidade.

 

Apesar de ter exercido sempre uma actividade constante e extraordinária, mesmo absorvente, ainda conseguiu dispor de tempo para dedicar a quase todos os géneros literários, particularmente o teatro e a poesia. Assim, colaborou em diversos jornais e revistas e é autor de muitas peças teatrais, poesias, episódios radiofónicos, trabalhos que, na sua quase totalidade, estão inéditos.

 

Foi publicado em edição póstuma, por iniciativa do Ex.mo Senhor Frederico de Sousa, o livro de quadras — «100 Contas do meu Rosário»­ — com um prefácio do Prof. Dr. Lobo de Campos, também já falecido. Em separata, do Anuário do Colégio Militar (1938-1939) foi também publicada a palestra «A negação para a matemática», lida no teatro daquele estabelecimento militar, em 9 de Março de 1939. O poema moçambicano, lido na Instituto dos Pupilos do Exército, em 4 de Maio de 1944, constituiu um dos números de um serão cultural e artístico, integrado na «Semana do Ultramar», e foi depois transmitido pelo Rádio Clube Português, em 25 de Junho do mesmo ano.

 

Em Pombal, foi representada, em 25/10/1931, a sua revista, de costumes locais, «A Volta do Cardal», e, em 2 de Setembro do mesmo, já havia sido representada a peça em 1 acto, «Poder mais Alto» (Episódio da vida coimbrã).

 

M. T. D.

 

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