Vasco Afonso Branco &
Luís Manuel Branco Lopes
(4.º ano)
OS cruzados vindos do Oriente tinham disseminado o gosto pelo luxo
oriental.
As especiarias vindas do extremo Oriente, comerciadas pelas
repúblicas italianas, tinham de sofrer inúmeras contingências.
Havia, além disso, o perigo
dos assaltantes e ladrões nas
vias por onde estas riquezas
circulavam.
Era absolutamente necessário ir buscar directamente à
Índia aquelas riquezas tão desejadas pelas quais os homens
europeus vibravam.
A iniciativa foi tomada por um reino de homens com espírito de
navegadores e aos quais o mar temia, escondendo-se Neptuno nas suas
cavernas mais tenebrosas. Sim!
Neptuno já sentia não ser o deus do mar.
D. João lI, homem de
ideias certas e seguras, escolhe para comandante da sua frota Bartolomeu Dias que descobriu a
passagem Sul. Prepara ainda a grande viagem empreendida por D.
Manuel I e que notabilizaria Vasco da Gama «Homem solteiro e de
idade para sofrer os trabalhos duma tal
viagem» (extraído da «História dos Descobrimentos Portugueses» por
Damião Peres).
A esquadra era constituída pelas naus S. Gabriel, S.
Rafael e
Bérrio, previamente escolhidas e equipadas.
Era nestas cascas de nozes que Vasco da Gama, Paulo da Gama,
Nicolau Coelho e, depois Gonçalo Nunes, iam
depor do seu trono Neptuno
e, mais uma vez, vencer o Gigante Adamastor.
Partindo do Restelo no dia 8 de Julho de 1497, rumaram às Canárias
impelidos pelo vento favorável às naus e aos válidos empreendimentos.
A frota ancorou em Cabo Verde, partindo de seguida. Detém-se
novamente um pouco antes do Cabo da Boa Esperança. Desembarcando
na Baía de
Santa Helena, Vasco da Gama
aproveita a oportunidade para se pôr a par das riquezas
existentes naquela parte do Mundo Português, enquanto reparavam
os navios.
As naus ultrapassaram o Cabo em 22 de Novembro de 1497. Estava
aberto o caminho
para a Índia onde as riquezas
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abundavam, à espera que fossem trazidas para a Europa.
O navio de apoio, devido às fortes correntes é despedaçado, mas os
alimentos são distribuídos pelos restantes.
Todos estes movimentos
comandados por uma voz poderosa mas serena o que inspirava plena
confiança aos membros da equipagem. Estando já a tripulação cansada
e tendo-se propagado a peste, surge um dia em que o vento
faz com que a expedição ganhe
o caminho perdido.
Havendo necessidade de reabastecimento de água, incitados pela voz
fremente de
Vasco da Gama, os portugueses, os grandes navegadores portugueses atingem a Terra da Boa Gente
em 11 de Janeiro de 1498.
Este descobrimento teve uma repercussão extraordinária no carácter
da alta burguesia europeia que se lança no fausto e no ócio.
Mas aquele grandioso pequeno reino, ligado intimamente ao mar como se fossem irmãos,
tornara-se por seu intermédio num grande e poderoso Estado.
Portugal descobria as entranhas e segredos do mar, enquanto este lhe pagava os seus
descobrimentos, dando-lhe fama e glória. |