Manuel Vítor dos
Santos Rigueira
(2.º ano)
Em Aveiro, há
algumas festas populares muito interessantes.
Uma delas é a festa de S. Gonçalinho que se realiza no bairro
piscatório da Beira-mar.
Num pequeno largo ajardinado ergue-se a capelinha de forma
cilíndrica e telhado cónico. Em volta, na parte superior, há um
varandim de onde se atiram as cavacas, tradição que julgo ser única
no País.
Janeiro chega e, com ele,
o dia 10, dia de S. Gonçalinho.
As ruas são ornamentadas. Erguem-se os coretos para as bandas de
música.
Os altares da capelinha são enfeitados a capricho com as mais lindas
flores.
As devotas e os devotos cumprem promessas. Há quem passe o dia na
Capela a rezar e, de vez em quando apanhe cavacas que outros atiram.
A maior animação, porém,
é no arraial. Junta-se imensa gente. E, quando do alto do varandim
atiram sacos e sacos
de cavacas ao som do repique festivo dos sinos, é uma grande
balbúrdia. Grandes e pequenos todos procuram apanhar alguma. Uns
trazem redes, outros abrem os chapéus de chuva e os estudantes
estendem as suas capas. É um
entusiasmo e uma alegria indescritíveis. Há quem se magoe, mas
isso quase nem conta.
No dia seguinte continua a
mesma animação.
À tardinha os Mordomos vão com a música dar as boas-festas aos
novos Mordomos.
De gabão e barrete eles dançam alegremente. E, à noite, há a
despedida.
Na capelinha todos cantam.
Nestes dias de festança,
Aqui vai nosso carinho,
Hás-de ir connosco na dança
Ó rico S. Gonçalinho,
Hás-de saltar as fogueiras
À noite no arraial
E com as velhas gaiteiras
Numa dança divinal. |