Eduardo Mortágua
(7.º ano)
As máscaras
angolanas destinam-se, em princípio, a cobrir
e mascarar o rosto dos bailarinos.
São usadas apenas pelos homens. O que se designa
por «o segredo da máscara», ideia que comporta a de
mascarada, é vedada às mulheres e indivíduos do sexo masculino antes
da circuncisão. Raramente, em Angola, a máscara tem outras funções
ritualistas, além daquelas decorrentes da sua função de mascarar os
indivíduos.
Na sua maioria, as máscaras são usadas como deturpadores de vozes, e
só mascarados cujas falas não vão além de simples monossílabos é que
as dispensam. A função deturpadora da voz tem por finalidade
assegurar a crença da origem sobrenatural do mascarado.
Aos mascarados cumpre anunciar a abertura da
mucanda e ajudar a
recolha dos adolescentes ao recinto. Admite-se que os mascarados têm
uma função judicial. castigando desvarios, etc..
A par destas funções dos mascarados, há mascarados divertidos e
cómicos, excêntricos, conselheiros. etc..
Nesta ordem de ideias, se, ao executar as danças, acontecia
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que, por acidente, as vestes do mascarado se rompiam, mostrando a
sua condição humana, o bailarino tinha o cuidado de se deixar
tombar por terra, enquanto os outros mais autorizados acudiam,
gritando que o farsante morrera por estar a fingir de mascarado.
Depois, levavam-no morto para sítio onde pudesse despir o traje de mascarado e regressar ao mundo
dos vivos sem revelar o segredo.
Alguns antigos bailarinos eram sobrinhos de sobas e, por isso,
pessoas da sua confiança. Figurando ou bailando mascarados, algumas
vezes exerciam justiça.
Mais raramente, em
Angola, há máscaras que significam doenças e temperamentos.
Há, finalmente, máscaras
sintéticas ou por definição. (?)
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