Alípio Baptista
(7.º ano)
(Conclusão do número anterior)
Quando
os europeus chegaram à América do Norte, já os índios conheciam o
petróleo e o utilizavam para
diversos e estranhos fins. No
entanto desconheciam em absoluto o seu valor.
É na Europa, contudo, que
se localiza a descoberta do precioso líquido, que está ligado a uma curioso história.
Um jovem inglês chamado James Young tinha
a paixão das investigações científicas, que fazia por puro amadorismo. Certo dia resolveu
explorar uma mina de carvão abandonada, em Afriston, Inglaterra, e
ao fazer um buraco no solo reparou num líquido negro
que nele aflorava. À primeira
vista julgou ser água vulgar que se misturasse ao pó negro do carvão, que abundava naquela mina. Uma melhor observação
permitiu-lhe verificar que este líquido diferia um pouco da água. Estranhando o facto, resolveu levar para Glasgow,
onde morava, uma amostra do líquido negro que tanta confusão lhe
fazia. Uma vez chegado a casa, deu-se ao trabalho de proceder a
demoradas observações, tendo concluído que estava em presença de um
líquido
desconhecido. Entusiasmado,
começou a fazer uma série de análises, tendo, passado muito tempo,
conseguido extrair a parafina do líquido negro que parecia não ter valor algum.
Deste modo James Young tirou
a patente da sua descoberta, tendo enriquecido rapidamente, e o seu nome tornou-se popular em todo o mundo.
A grande novidade de se obter
a parafina pelo novo
método chegou rapidamente
ao continente americano. Aqui ligaram-se então ideias e concluiu-se
que o líquido, que os
índios aplicavam para os fins
mais inacreditáveis, era nem
mais nem menos o petróleo,
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que tanto furor estava a causar na Inglaterra.
Começou a estudar-se este assunto a sério e em 1854 criou-se uma companhia
(Pennsylvania Rock Oil Company) que tinha a finalidade
de explorar o petróleo americano. Esta companhia cometeu,
porém, um grave erro, pois
procurou só as aflorações superficiais do petróleo à semelhança do que faziam os
índios e, assim, pouco conseguiu. À
beira da falência, teve de desistir dos seus intentos.
Surgiu, então, um velho
coronel, Drake, que tinha
ideias revolucionárias sobre o assunto. Pretendia usar uma
broca que perfurasse o solo até encontrar um manto de petróleo, do
qual, segundo a
sua opinião, deveria jorrar abundantemente.
Ninguém lhe deu ouvidos
e o pobre coronel resolveu
deitar mãos à obra, servindo-se dos seus magros proventos.
Conseguiu construir uma
broca e com meia dúzia de dedicados operários, que trabalhavam «por amor à arte»,
iniciou os trabalhos.
As primeiras tentativas
foram desanimadoras, pois a poucos metros encontraram um manto de água
lamacenta
que cobria tudo. Com muito
trabalho conseguiram vencer este obstáculo, para logo outro se lhes
deparar: por baixo da água surgiu um rocha que
resistia a todas as investidas
da broca, que ameaçava partir-se a todo o momento.
Mas o trabalho tudo vence
e assim Drake e os seus fieis
companheiros, no dia 27 de Agosto de 1859, tiveram a alegria de sentir que a rocha
cedia e, passados momentos,
um enorme ruído subterrâneo anunciou a chegada do petróleo que num jacto irresistível
subiu ao céu, arrastando consigo a broca e todo o material
que rodeava o furo, onde eles,
sem desfalecimento, tinham
trabalhado durante anos.
Estava consumada uma das maiores descobertas de todos os tempos. Uma
nova era se abria à Humanidade.
Drake, no entanto, morreu
pobre, pois, sem dinheiro
para adquirir todo o material necessário à exploração da
nova riqueza, pelos métodos
por ele criados, teve de recorrer a empréstimos sucessivos
que o arruinaram e fizeram a
fortuna dos agiotas, que lhe
emprestavam o capital e lhe confiscavam os poços de petróleo por falta de pagamento. |