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– O Cruzeiro da Independência
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No dia 1 de Dezembro de 1940, foi inaugurado, junto à
última casa do Fundo do Lugar (ao tempo a casa do Manuel Santana) o
Cruzeiro comemorativo do 8º centenário da independência e o 3º da
Restauração de Portugal.
Num artigo publicado na “Voz do Domingo” de 10/02/1991,
Francisco Furriel recorda essa data em que era ainda criança:
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1. Junto ao Cruzeiro da Independência,
em 19??. Na imagem, ??? e ???. |
«Lembro-me bem que o dia da inauguração estava lindo, de
sol brilhante; foi uma festa solene, com missa cantada no local, sermão,
e recitação de poesias de índole patriótica, por crianças como eu, nesse
tempo em plena 2ª Guerra Mundial.
No final foi lida, em voz alta, uma acta do
acontecimento, que julgo existir ainda nos arquivos paroquiais, e hoje,
decorridos 50 anos, fazemos votos para que nos próximos cinquentenários,
nunca deixe de ser realçado o nome e o valor humano e espiritual do
inesquecível pároco Henrique Antunes Fernandes, à memória do qual
quisemos também, nesta ocasião, juntar a nossa modesta mas sincera
homenagem.»
Acta da Inauguração do Cruzeiro da Independência
«No ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1940, no
primeiro dia do mês de Dezembro, veio ao local onde agora fica o
Cruzeiro chamado da Independência grande multidão de povo, vindo
dos diversos lugares da freguesia com o fim de assistir à bênção e
inauguração do Cruzeiro.
Pôde ele ser construído com o produto duma subscrição
aberta entre os habitantes do Alqueidão e Carreirancha, que para se
associarem às comemorações ou centenários – VIII da Fundação e III da
Restauração de Portugal – quiseram mandar erguer este padrão. Todo em
pedra de cantaria, consta de 2 degraus formando quadrado, do meio dos
quais se levanta um pedestal sobre o qual assenta uma coluna redonda
encimada por uma pedra lavrada, formando 4 faces, numa das quais se
desenha o escudo da bandeira portuguesa (ou armas de Portugal), noutra a
esfera armilar, e nas outras duas, uma espada e cruz cruzadas. |
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Por sobre esta assenta outra pedra circular em forma de
coroa, e é desta que sai uma cruz latina com que termina todo o
monumento.
Mede este 6 metros em toda a sua altura, e no pedestal
está gravada esta inscrição: VIII centenário da Independência – III da
Restauração de Portugal – 1940.
Foi empreitado incluído o seu assentamento por 1.380$00
escudos.
Às 9 horas e meia desse dia, o pároco celebrou a missa
paroquial, que foi cantada, subindo ao púlpito na altura própria para
fazer a homilia. Enalteceu as glórias cristãs de Portugal, a fé dos seus
paroquianos, lançando maldição sobre os que, no presente ou no futuro,
venham a negar a fé e a fazer irreverência a este glorioso cruzeiro.
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Terminada a missa, organizou-se um cortejo em que
tomaram parte os organismos da Acção Católica, Juventude Católica
Masculina e Feminina, Liga dos Homens da Acção Católica, Cruzada
Eucarística, crianças das escolas do Alqueidão, dos Bouceiros e do
posto de ensino dos Casais, com os seus professores, trazendo cada
qual um distintivo e estandarte, e muito povo. |
Padre
Henrique e Cruzada Eucarística em 1938. |
No local procedeu o pároco à bênção do Cruzeiro
acrescentando algumas palavras ditadas pelo seu espírito patriótico.
Foram recitadas poesias por diversas crianças e outras pessoas. Houve
um pequeno coro falado em que tomou parte muita gente. Tendo pronunciado
discursos Fernando António Pereira dos Santos, professor primário
oficial do Alqueidão, e António Luís Fernandes, também professor
primário em Leiria.
O bom acolhimento que esta festa havia de ter
manifestou-se logo na generosidade das ofertas para as despesas a fazer
com este monumento, e por isso o entusiasmo foi grande nesse dia de
verdadeira festa patriótica em que estrugiram vivas e aplausos.
Deixamos esta acta que vai ser arquivada, como
testemunho e exemplo para os vindouros, da nossa fé religiosa e
patriótica, formulando o voto de que no ano cinquentenário desta
celebração, o então pároco desta freguesia promova, em dia e mês que lhe
pareça mais conveniente, a celebração de uma missa cantada pelas almas
daqueles que hoje tomaram parte nesta festividade e se empenharam por
ela para que, ao relembrar esta data, no sufrágio, se junte o estimulo
da devoção e patriotismo que devem aliar-se sempre na alma dos
portugueses.
Com fé de que os presentes que Deus deixar chegar a esse
dia empenhem a sua palavra. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. |
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Alqueidão da Serra junto ao Cruzeiro da Independência.
Ao primeiro dia do mês de Dezembro de 1940.
E eu, Henrique Antunes Fernandes, pároco desta
freguesia, a subscrevo.»
Foi autor do projecto o então pároco da freguesia, Padre
Henrique Antunes Fernandes, que se empenhou numa subscrição publica para
a construção deste monumento. Custou nesse tempo, colocado onde está,
1.380$00 (mil trezentos e oitenta escudos).
A pedra utilizada é proveniente da pedreira do “Chaimite”,
perto da Perulheira, onde foi executado, segundo o projecto ali levado
de bicicleta por Joaquim Vieira Saragoça (o Joaquim Velho).
Acesso à 1ª
página em PDF. |
O Cruzeiro foi iluminado pela primeira vez no início dos
anos 70. Desde então é a Junta de freguesia que se tem encarregado de
fazer a manutenção daquela iluminação, que embeleza o ambiente nocturno
numa das entradas do Alqueidão.
Este monumento já faz parte da memória colectiva dos
Alqueidoenses.
Em Março de 1994 foi iniciada a publicação de um jornal
mensal de nome “O Cruzeiro”, propriedade da Cooperativa Cultural
Cruzeiro, que informava a população de todo os factos de interesse que
aconteciam na aldeia, bem como curiosidades, lendas, etc. O preço deste
jornal era de 100$00.
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2
– Restantes
cruzeiros
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Duas imagens do
Cruzeiro
da Capela de Nossa Senhora da Tojeirinha. |
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Em Alqueidão da Serra existem ainda mais dois cruzeiros:
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O
Cruzeiro da Capela de Nossa Senhora da Tojeirinha. É o mais antigo, e é
um belo trabalho esculpido em cantaria onde os diversos símbolos da
paixão de Cristo aparecem com extrema perfeição.
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O
cruzeiro do alto da Carreirancha. Foi mandado fazer, em 1927, pelo
devoto de Nossa Senhora de Fátima, Francisco Henriques, da Mata de Porto
Mouro, da freguesia de Santa Catarina, concelho das Caldas da Rainha, no
cumprimento duma promessa, de assinalar no alto da carreirancha o
caminho para Fátima aos numerosos peregrinos da sua região, que já nesse
tempo se deslocavam frequentemente a pé ao Santuário. |
Cruzeiro do alto da Carreirancha. |
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