AVEIRO
Jogos sem Fronteiras. Reencontro
30 anos depois
Hoje há um encontro da equipa
que venceu os
Jogos sem Fronteiras
Reunião – Já passaram 30 anos desde o dia em que uma
equipa de Aveiro venceu o programa de TV Jogos sem Fronteiras
de Roznov. A 18 de Julho de 1992, a equipa estava na então
Checoslováquia e hoje será um dia de reencontro.
Há
30 anos, uma equipa de 10 pessoas de Aveiro venceu os Jogos
Sem Fronteiras, em Roznov, na então Checoslováquia, em 1992,
um programa de televisão de grande audiência, de famílias,
emitido em vários países. Foi uma participação que nunca
esquecerão assim como os que assistiram pela televisão também
não. Fazendo as contas, os que viram na TV têm agora, mais de
30 anos, ou seja nem todos guardaram uma recordação do que
aconteceu, mas muitos agradecem a prestação dos aveirenses,
que um dia deram o melhor que tinham para trazer uma vitória
dos jogos.
Os Jogos sem Fronteiras foram um
programa de entretenimento que tinha muito de encontro de
países e culturas diferentes, mas também de competição. Há 30
anos, o mundo iniciou uma fase de mudanças rápidas e o
programa passou a fazer parte de um passado cuja ligação da
audiência que manteve durante cerca de 20 anos será difícil de
repetir.
Quando os aveirenses estiveram
naqueles jogos, tinham passado apenas três anos após o derrube
do muro de Berlim; por isso recordam o ambiente de maior
descontracção, em relação ao passado, e de um povo sem aquela
barreira política, visível nas ruas da cidade checa de Roznov.
Antes da Internet
Estes jogos, que terminaram em 1998, realizavam-se em vários
países e cidades europeias; em Portugal havia, apenas, dois
canais de televisão, 1 e 2 da RTP, e na data desses jogos em
que Aveiro venceu ainda faltavam três meses para surgir o
primeiro canal privado no país e estávamos a dois anos do
acesso à Internet em Portugal. Muita da atenção das pessoas
não se dispersava por outros canais, porque não havia –, muito
menos por redes sociais inexistentes –, e este grupo de 10
pessoas passou a famoso.
30 anos depois
Cinco homens e cinco mulheres voltam a encontrar-se, hoje,
porque foi a 18 de Julho de 1992 que tudo aconteceu. Nem tudo,
porque muita coisa aconteceu antes. Desde logo a selecção, a
organização, o suporte financeiro, o apoio de empresas, o
trabalho de muitas pessoas e o acompanhamento da câmara
municipal. Dos dez, participarão no encontro Teresa Solá,
Salete Fradoca, Ana Varela, Cristina Lopes, João Cabral,
Ricardo Fernandes e António Luís Ramos. Paulo Ganha
encontra-se na Holanda e Rui Henriques na Alemanha. Da equipa,
Isabel Pereira, infelizmente, já faleceu.
Com os 10 estavam os treinadores
António Bernardino e Jorge Bernardino. E a mascote era o
Pataréu III.
João Cabral recorda os primeiros
passos na formação da equipa de Aveiro, com as provas de
selecção, «criteriosa e rigorosa», lembra, de resistência,
força, rapidez, equilíbrio, perícia ou destreza, entre outros
atributos, que eram procurados nos 400 jovens que se
inscreveram.
Passados estes anos ficaram os
momentos da competição que viveram, o troféu para Aveiro,
depois de vencer equipas de França, Espanha, Itália, Suíça,
Tunísia, Checoslováquia e País de Gales, e do encontro com
outros países. Todos lembram os jogos que se sucediam ao longo
do programa, das roupas exageradamente grandes que vestiam
para dificultar as provas, os pisos escorregadios que muitas
vezes terminavam na água, a gritaria das claques e das
equipas. Ou ainda a presença e a voz de Eládio Clímaco, o
apresentador português que acompanhava as equipas portuguesas.
A equipa de Aveiro era constituída
por dez elementos que participaram nos jogos de Roznov na
então Checoslováquia
João Cabral traduz as provas por «jogos desportivos, alguns
difíceis e, muitos, engraçados», sendo que implicavam ter
algumas habilidades particulares, como caminhar com andas, ter
boa pontaria ou subir a um poste. Tudo era conjugado para
fazer um grande espectáculo televisivo.» – In "Diário de
Aveiro" de 18 de Julho de 2022
Outro texto evocativo dos
Jogos Sem Fronteiras.
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