1) Situação
Timor encontra-se, bem destacado, numa vasta zona insular,
denominada Insulíndia ou Indonésia, no hemisfério sul do
Extremo Oriente, entre os paralelos 80º 20' e 10º 22' e os
meridianos 132º 37' e 136º 50' (Este de Greenwich).
A costa norte é banhada pelo mar de Savo,
Estreito de Ombai e de Wetar; a costa sul, pelo mar de Timor,
que separa a ilha do continente australiano. Juntamente com
Bali, Lomboc, Sumbava, Flores, Loblem, Pantar, Alar, Wetar e
outras ilhas de somenos importância e de área muito reduzida
constitui o arquipélago chamado «Sunda Menor», um dos vários
em que se arbitrou agrupar as inumeráveis ilhas daquelas
paragens. O terreno está classificado como sendo de natureza
vulcânica, embora / 4 / não existam ali vestígios claros de
antigas crateras nem se registem frequentes e fortes abalos
sísmicos.
Com um mapa à vista, nota-se que a ilha de
Timor ocupa um lugar fora do conjunto em que foi incluída, num
ponto intermediário, entre a Insulíndia e a Australásia, com
existência própria, isolada, aparecendo esta característica
também em outros sectores da sua vida.
Timor, quer dizer Nascente, insinuando já
este nome certa magia de um sol fascinante que ilumina aquela
terra de típica beleza. A posse da ilha está dividida entre
Portugal e a jovem República Indonésica. São portugueses os
férteis territórios de leste, metade da ilha, aproximadamente,
com 18.909 km2; é indonésica a região, um tanto árida,
prolongada para Ocidente. Nesta zona Portugal possui ainda o
enclave de Oecussi, com uma área calculada em cerca de 850
km2; em frente de Timor, a ilha de Atauro, (Pulo-Cambing) com
a superfície de 144 km2 e mais o desabitado ilhéu Pulo-Jaco,
no extremo leste. Todos estes territórios, incluídos sob a
designação comum de Timor, constituem, naquelas paragens, a
quarta «Província Ultramarina Portuguesa», em extensão
territorial.
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2) Relevo
O timorense imagina a sua ilha sob a forma de um monstruoso
Lafaec (crocodilo), emergindo das águas. O dorso extenso de
semelhante configuração / 5 / é formado por uma cadeia de
montanhas alterosas que, desde os extremos leste e oeste, vêm
subindo, até se encontrarem no cume do monte Tata-Mai-Lau (Ramelau),
com perto de 3.000 metros de altitude, centro e zénite da
ilha. Desta cadeia central derivam as longas vertentes norte e
sul, em lento e acidentado declive, com as mais variadas
paisagens orográficas, até morrerem na planura de beira-mar.
Podemos agrupar as inúmeras montanhas do
complicado relevo timorense em dois sistemas principais; o
primeiro, com origem no Tata-Mai-Lau; o segundo, formando-se
no monte Mate-Bian, já muito para leste. À volta do
Tata-Mai-Lau, servindo-lhe de contrafortes, agrupam-se os
montes Cailaco, Lacus, Fatu-Lulic, Taroma, Cablac, Fahi-Nian,
Macfahe, Turiscain, Leto-Foho, Cutu-Lau, Guguleu, e muitos
mais. Rodeiam o Mate-Bian os montes Mundo-Perdido, Aflicai,
Baguia, Laritana e outros. Deve notar-se que a vertente norte,
em quase todo o seu comprimento, se aproxima da costa, sem
formar consideráveis planícies e, em certos pontos, caindo
sobre o mar de altos precipícios, ao passo que a vertente sul
vai dar, por vezes, a planícies de extensão que parece
interminável. São dignas de menção, na costa norte, as de
Metinaro, Hera, Díli, e principalmente a de Maliana; na costa
sul, a de Viqueque, Luca, Dilor, Kiar-Aas, Bibiçusso, etc.
Nomeemos ainda os planaltos de Baucau, onde se construiu o
melhor aeroporto da ilha, e o de / 6 / Fuiloro, com ricas
possibilidades para culturas. A orografia timorense é de
grande importância na vida daquela terra, não só pela
influência que exerce na meteorologia local, mas também pelas
características que imprime na psicologia das populações, que
fazem das montanhas o seu «habitat» preferido, durante a vida,
e após a morte, o lugar santo do repouso eterno.
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3) Hidrografia
O mais importante agente hidrográfico de Timor são as chuvas
reguladas pelo fenómeno das monções. De Outubro a Dezembro
chove, abundante e regularmente, em toda a ilha. Timor fica
então sob a influência da monção oeste, asiática; é a primeira
época das chuvas. De Maio a Julho, continuam aguaceiros só na
costa sul, trazidos pela monção anticiclónica do continente
australiano; neste período decorre a segunda época pluviosa.
Durante estes meses do ano, caudais impetuosos precipitam-se
das montanhas e vão engrossar as ribeiras que buscam o mar, em
meandros contínuos, derrubando árvores, destruindo pontões e
provocando a erosão. São muitas as ribeiras que, durante as
chuvas, transportam volume de água apreciável. Nenhuma, porém,
é navegável na mais pequena extensão, devido à violência do
seu declive, aos obstáculos que arrastam e à pouca
profundidade do seu leito. A grande utilidade destas ribeiras
está no serviço que prestam à / 8 / agricultura, às quais os
indígenas vão buscar as derivações necessárias para o amanho
das suas várzeas, geralmente situadas nas margens destes
caudais, quando já deslizam mansos. Nomearemos, entre outras,
as seguintes na costa norte, começando na ponta leste:
Mota-Malai, Laivai, Seiçal, Vemassin, Laleia, Lacló, Comoro e
Lois; na costa sul: Ira-Bere, Boro Vei, Cuac, Luca, Dilor,
Mota-Sahen, Mota Cler, Lacló, Mota-Sui, Be-Lulic. As duas
principais são a Lois e a Lacló. A primeira conta, entre os
seus afluentes, Marobo, Lau-Heli, Gleno, Garai Be-Bai e
outros. No tempo das chuvas, quando vai caudalosa, a sua
confluência é sulcada de correntes que os barcos dificilmente
vencem. A ribeira Lacló forma-se nos montes de Turiscain e
divide-se para ambas as vertentes, formando a Lacló do norte e
a Lacló do sul, servida também por vários afluentes. No seu
longo percurso, por uma e outra costa, banha zonas de cultura
e as suas águas alimentam extensos arrozais.
A constituição da ilha não permite grandes
acumulações de águas, tanto que apenas existem os lagos de
Surubec, mais conhecido pelo nome de Mua-Pitini, o de Soloi,
em Aileu, e as lagoas de Tibar, perto de Díli, provenientes de
infiltrações do mar. A água das nascentes precipita-se ou é
absorvida pelos terrenos. Localidades há onde estas nascentes
jorram um volume de água que poderia ser aproveitado como
força motriz, embora modesta. As nascentes de Baucau são das
mais ricas e aproveitadas, / 9 / desde há muito, para accionar
um moinho e um motor que fornece electricidade à vila.
Abundam também mananciais de águas
sulfurosas, com propriedades terapêuticas, designadas pelos
indígenas com o nome de Be-Manas (Água-Quente). São conhecidas
as de Viqueque, Laculuta, Bibiçusso, Cai-Mauc, Samaran e
Marobo. Até aqui, só estas têm sido aproveitadas, havendo
estâncias termais com registos de verdadeiras curas de
variadas micoses e de outras doenças de pele.
As monções que dominam em Timor são pouco
húmidas e pouco ventosas. Em certos pontos baixos e na
contra-costa, durante a segunda época das chuvas, nota-se de
madrugada, certo grau de humidade, mas nunca esse detestado e
constante gotejar que tudo amolece e ensopa, em vários pontos
do Oriente.
A sanha dos tufões também não chega a Timor
e se, por vezes, nos princípios do verão, ventanias moderadas
tombam o milho já grado, no mar, durante a maior parte do ano,
os marinheiros indígenas, por noites calmas, invocam o zéfiro,
assobiando-lhe para que ondule a vela de seus beiros.
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4) Fauna
A fauna de Timor é bastante reduzida em espécies e quantidade,
sendo esta última falha devida, sobretudo, à incúria indígena
e ao desprezo por elementares princípios pecuários. Os
animais, mesmo aqueles que constituem riqueza, como o búfalo,
o / 10 / cavalo, o porco, etc., são obrigados a viver à solta,
abandonados em manadas, ao sol, à chuva e à fome, no tempo da
estiagem. As galinhas vivem também em regime bravio,
procurando os alimentos em franca liberdade pelos campos, e à
noite, regressam ao dono, empoleirando-se no tecto da palhota
ou nos ramos da árvore comum da povoação.
As manadas bovinas são diminutas, assim
como os rebanhos de cabras e ovelhas, propriedade de algum
colono ou de certos chefes indígenas, mais abastados. Tanto a
espécie bovina como ovelhum é de importação, poderíamos dizer,
recente, encontrando-se, por isso mesmo, pouco reproduzida
ainda.
O búfalo é o símbolo da riqueza timorense,
avaliando-se, pelo número de manadas, a grandeza de um régulo,
chefe ou simples homem do povo. Presta excelentes serviços ao
indígena no amanho das várzeas para onde são lançados, afim de
pisar a terra que há-de receber a semente. A sua carne é a
mais comum e apreciada, e na maior parte do território, a
única que se pode adquirir desta espécie. Os búfalos bravos,
tão perigosos noutras partes, em Timor não passam de animais
tresmalhados que se vão reproduzindo no mato, sem dono, por
domesticar, mas sem aquela ferocidade peculiar à sua espécie
selvagem.
O cavalo timorense de proveniência árabe,
pequeno e nervoso, duma resistência inesgotável, quando bem
tratado, constitui para o indígena e para o europeu, uma
aquisição indispensável, como / 11 / animal de condução. Os
indígenas empregam-no também no transporte de seus artigos a
vender no bazar, aparelhado com uma sela feita de corda que
lhe faz ganhar chagas crónicas, tratadas, depois, com tabaco e
cal. É impressionante ver o timorense colado a um cavalo
bravio, apanhado na manada, segurar-se destribado, em
correrias desenfreadas na pista ou na caça ao veado. Não se
sabe, então, a que ascendência terá ido buscar o timorense
aquela destreza de equitação demoníaca.
Não existe gado muar nem asinino em Timor,
e talvez não fosse desacertado de todo procurar introduzir-se
ali esta espécie de animais de carga, procurando dar-se ao
cavalo timorense serviços mais nobres, compatíveis com as suas
qualidades.
As espécies caninas são também pouco
variadas; o rafeiro é o mais comum. Este é outra vítima do
procedimento indígena, obrigando-o a um regime de fome.
Guarda-lhe a choupana e hortas, acompanha-o aos bazares, para
velar, de noite, o acampamento; toma parte importante nas
caçadas, mas quanto a sustentá-lo, entende que as privações
lhe despertam a bravura e a sagacidade. O gato é também
apreciado como caçador de ratos. No mato existe uma espécie
destes animais felinos, chamado «lacu», manhoso, lento, de
olhos muito vivos, escondido durante o dia e, de noite, o seu
miar imita perfeitamente o choro das crianças.
Um pormenor curioso se conta deste «lacu».
Sendo amicíssimo da polpa que envolve os grãos / 12 / do café,
quando ainda na árvore, alimenta-se destes bagos, indo deixar
os caroços «iha li'ur» (lá fora), como dizem os timorenses,
onde germinam e vêm a ser plantas. É este um curioso processo
de cultura do café...
Na família das aves, além das de capoeira,
como a galinha, em grande abundância, o pato, pombos, etc.,
também não há aquela variedade de pássaros que se admira
noutras ilhas da lndonésia. Os mais típicos são o lorico, um
pequeno papagaio, e a catatua que, ensinada, chega a ganhar
certo hábito articulatório.
Não há animais ferozes. O mais bravio é o
veado que aparece em manadas por toda a parte. Conta-se que
este animal teria arribado a Timor, vindo da Austrália, a
nado, não há muitos séculos ainda, pois a sua presença não é
constatada pelos primeiros portugueses ali estabelecidos.
Parece-nos fantasiosa esta proveniência dos veados, em Timor.
Os primeiros portugueses não constataram a presença dos veados
como não deram pela presença de muita outra coisa e seres que
já então, certamente, existiam na ilha.
No verão organizam-se, por toda a parte,
caçadas solenes a este animal que então é dizimado às
centenas. A sua carne, deliciosa quando fresca, é também
consumida pelos indígenas, depois de salgada e seca.
O rato é o mais daninho animal, caindo em
massa sobre os arrozais, quando ainda estão por ceifar, mas /
13 / já grados. Numa noite dizimam uma várzea, lançando-a por
terra, para lhe comerem o grão. Tem-se procurado exterminá-los
com raticidas vários, mas sem resultado nenhum. A praga
continua, mofando dos inventos químicos dos nossos técnicos.
Grande serviço prestaria àquela província quem chegasse a
descobrir qualquer preparado que pusesse termo a semelhante
flagelo.
Parecido com um grande furão, existe ainda
um interessante animal, chamado «meda», degenerado marsupial,
que se aproxima do canguru e parece marcar a transição entre a
fauna australiana e a malaia. É domesticável, mas pouco
conhecido mesmo na ilha, por só aparecer raramente.
Na família dos répteis há muita variedade
de cobras pequenas, mais ou menos venenosas. A mais comum e
maior, atingindo, por vezes, dimensões consideráveis, é a
cobra rateira. Diz-se que existe também, nos píncaros
inacessíveis de algumas montanhas, uma espécie de jibóia
pequena, mas a ser verdade, não deve sair de tais ninhos, pois
não é costume ver-se.
O crocodilo é o animal mais perigoso da
fauna timorense, aninhado em correntes estagnadas, aonde, por
vezes, arrasta vítimas incautas, triturando-as sem
possibilidades de socorro. Apesar de tudo, os timorenses
tratam-no como mascote da terra, servindo-o
supersticiosamente, permitindo-lhe todos os abusos que possa
praticar em pessoas e animais, nos pontos mais frequentados
das ribeiras. Ali mesmo, / 14 / nas suas margens, vão
colocar-lhe alimentos, para que não passe fome o monstro, do
qual descende a raça timorense, segundo as teorias do
transformismo indígena.
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5) Flora
De um modo geral, as descrições feitas sobre flora timorense
deixam-nos supor a existência de matas virgens, florestas
densas, selva compacta, cobrindo grandes extensões da ilha.
Tais descrições não são exactas, porque embora a riqueza de
vegetação se deva considerar apreciável em espécies, já o não
é em densidade e número de povoamentos florestais. Exceptuando
certas zonas montanhosas da costa sul, onde se encontram
maciços de arborização densa, a que poderíamos chamar
florestas, no sentido comum da palavra, a maior parte dos
aglomerados botânicos não vão além de tufos florestais, mais
ou menos densos e extensos, distribuídos por aqueles pontos da
ilha, com ambiente climático propício à vida das plantas, e
que o hábito das queimadas, a ocupação agrícola ou o corte
arbitrário das espécies não extinguiu ainda. Como exemplo
destas aglomerações florestais nomeamos a mata de Loré, a mais
rica e extensa de toda a ilha.
Duas paisagens podemos assinalar,
perfeitamente distintas: a do litoral e a do interior ou da
montanha. No litoral são os paImares que predominam,
nomeadamente, o coqueiro e várias espécies de / 15 /
salgueiro, numa extensão limitada, conforme o contorno da ilha
permite. Quem tenha sido forçado a longos percursos nas
planícies da beira-mar, sob os ardores de um sol escaldante,
não poderá esquecer, jamais, o refrigério experimentado com a
água, fresca e gasosa do fruto colhido nos coqueiros de
Metinaro, Hera, Luca, Dilor, etc.
A paisagem do interior é muito mais
variada, acentuadamente na costa sul, com duas épocas de
chuva, e só três meses de estiagem. Nas colinas de baixas
altitudes o tipo florestal característico é o eucalipto das
montanhas, baixo e copado, distribuído com certa simetria. Nas
altitudes médias caminha-se já por uma arborização complexa,
com exemplares de madeira rica, ou de espécies exóticas, zonas
onde o café vinga, acolhido sob a cobertura diáfana de matas
protectoras. Nas altitudes superiores, a rasar as nuvens, no
solo atapetado de musgos e líquenes, é já o feto arbóreo que
aparece.
Estes instantâneos de paisagem florestal
poderão ser afectados pelas variações de terrenos, por toalhas
de água subjacente, pelo grau de humidade, chuva e de outros
agentes hidrográficos, mas encontram-se um pouco por toda a
parte, animados e viçosos no tempo da chuva, dando à ilha um
aspecto de pujança e fertilidade bravia, que nos faz lembrar a
selva; mas descoloridos, a desmaiar até à aridez, com a
violência da estiagem.
Damos a seguir o nome de algumas árvores da
floresta timorense; umas, fornecendo madeiras / 17 /
preciosas; outras, frutos que poderiam ser fonte de riqueza,
noutras partes. Nas primeiras incluímos o sândalo, teca,
pau-rosa, pau-ferro, eucalipto, casuarinas, etc. Como árvores
de fruto, nomeamos as laranjeiras, tangerineiras, limoeiros,
tamarindos, mangueiras, cajueiro, jaqueira, abacate, cacau, a
árvore de fruta-pão, e muitas outras importadas, como:
pessegueiro, nespereira, ameixoeira, etc. Com esta enumeração
sumária queremos insinuar, somente, as possibilidades
industriais de Timor, ligadas à sua flora.
6) Clima
Até há pouco tempo, ainda Timor era considerado uma colónia
penal; de clima deprimente e doentio. Tal conceito, porém, foi
corrigido e, presentemente, ninguém acredita já nas descrições
exageradas ou falsas que pretendiam fazer da ilha um lugar de
desterro, sobretudo, quem tenha experimentado, um dia, a suave
temperatura do seu clima, os encantos da natureza, a
fertilidade da terra e a brandura das populações.
Embora Timor esteja situado na zona das
temperaturas quentes, a diferença de altitudes garante ali um
sistema de climas variados. Nas regiões baixas das planícies
costeiras, durante a estiagem, o ar é seco, calciante, próprio
de um clima tropical desértico, arrefecendo durante a noite
consideravelmente. Nestas regiões ficam as antigas vilas,
estâncias dos portugueses de outros tempos que, desconhecendo
ainda o interior, qualificavam o clima geral da ilha pelas
inclemências que suportavam nestes centros.
A uma altitude de 400 metros já a
temperatura é moderada, mantendo-se em verdadeiro grau
primaveril até os 1.500 metros. Daí para cima, é já o frio que
se faz sentir, à medida que se vai subindo. Nestas altitudes,
principalmente de noite, os agasalhos não se podem dispensar.
Com um máximo de 26 graus diurnos, à sombra, mais ou menos
variáveis, poderemos classificar assim o clima de Timor:
tropical para zero altitude, e temperado variável nas
montanhas de 400 metros para cima. Certos fenómenos
meteorológicos não poderão deixar de exercer alguma influência
na alteração do clima, como sejam as monções, a chuva, a
humidade, etc.
Mesmo assim, as correntes de vento não
chegam a ser tão constantes, nem as chuvas tão contínuas, nem
o grau de humidade tão alto que desmintam a descrição feita. E
podemos resumir esta alínea, assegurando para Timor, nas
altitudes médias do seu interior, climas de verdadeiros
sanatórios. |