Rita Pinto C. R. Miranda, Poesia, 2002.

                              II

Triste de mim, que vivo só,
Sem ninguém que anseie por me ver,
Sem alguém que de mim tenha dó,
E um carinho me venha oferecer.

Doce alma do meu querer,
Nem tu me consegues consolar!
É por ti que vivo a não viver,
É para ti meu longo e manso amar.

Traz-me a noite em teu sorrir,
Canta-me as coisas que a vida te gritou,
Vem devagar beijar meu dormir
E, quando eu acordar, o sonho passou.

Que triste e farto lamento,
Que fraco e vão sofrer…
Tu, meu amor, és o vento
E eu não te sei prender.


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