Ezequiel Arteiro, Palavras que eu canto,  1ª ed., Aveiro, O Nosso Jornal - Portucel, 1984, 96 pp.

Soneto

 

Camões, grande Camões que Deus lá tem,
Quem me dera ficar o seu herdeiro!
Ficaria mais pobre que ninguém,
Mas seria poeta e não pedreiro!...

Enfim, cego de um olho sou também,
Causa de um acidente traiçoeiro
E faço pobres versos, mas aquém
Daqueles que ele fez muito primeiro!

Há quatrocentos anos fora lido
Um livro em versos, o melhor de sempre
Que apaixonou imenso os corações

E nós, ao seu autor já falecido
Rendemos homenagem, certamente
Ao evocar o nome de Camões.

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