EXERCÍCIO-DEMONSTRAÇÃO
TEMA
Sob mau tempo, o navio N navega para o porto P, do qual
está, na altura, muito próximo.
Quando o N se encontra mesmo à entrada do porto, por
causas que se desconhecem, mas com grandes responsabilidades para o mau
tempo, acontece que o barco bate num baixio e fica encalhado.
Imediatamente após esta ocorrência, alguém em terra se
apercebeu do que havia acontecido ao barco e apressou-se a pedir
socorros para os bombeiros mais próximos.
Entretanto, a bordo, o capitão do navio inteira-se da
situação, e conclui que entra água por um rombo no fundo do casco e não
há possibilidade de safar o barco. As condições de tempo e de mar não
permitem arrear as baleeiras para evacuar a tripulação. Perante tais
conclusões, o capitão do barco decidiu pedir socorro para terra, por
meio de telefonia. O pedido é escutado e atendido. As autoridades
marítimas mandam avançar para o local do sinistro o salva-vidas
estacionado no porto e as corporações dos bombeiros mais próximas.
Quando as ordens da autoridade marítima são expedidas, já
os bombeiros avançam em socorro do barco sinistrado, em resposta à
chamada que alguém lhes fez imediatamente após o sinistro. Acontece,
portanto, que os bombeiros chegam ao local e começam a actuar muito
antes do salva-vidas.
Chegada a primeira corporação de bombeiros ao molhe do
porto, mais próximo do ponto do encalhe, o respectivo comandante decidiu
iniciar imediatamente a evacuação do navio sinistrado, por meio de cabo
de vai-e-vem e de bóia-calção. Outras duas corporações de bombeiros,
chegadas em seguida e com pequenos intervalos, passam a coadjuvar a
primeira nos trabalhos iniciados. Simultaneamente, cinco bombeiros
vestem o seu equipamento de homens-rã, ficando de prevenção para
qualquer eventualidade que exija a sua actuação.
Estabelece-se o cabo de vai-e-vem e começam as tarefas de
salvamento. Tudo está correndo da melhor maneira e em terra já há
tripulantes salvos.
Em determinado momento, gera-se incêndio a bordo do navio
encalhado, sendo os bombeiros informados pelos tripulantes salvos que já
se encontram em terra de que o incêndio se deve ter declarado num
pequeno compartimento que armazena produtos inflamáveis.
No momento em que deflagra o fogo a bordo do navio, dois
dos seus tripulantes,
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tomados de pânico, lançam-se impensadamente à água, procurando fugir do
navio e alcançar terra a nado, tarefa que não será fácil em consequência
do estado do mar. Ao verificar tal facto, o comandante de bombeiros que
está na direcção das operações de salvamento manda os cinco homens-rã já
equipados atirarem-se à água para irem socorrer os dois descontrolados
tripulantes que se lançaram para fora do navio.
Entretanto, e logo após dar ordens aos homens-rã para
actuar, o comandante decide enviar um chefe a bordo, na bóia-calção,
para reconhecer a situação e informar se valerá a pena fazer algo para
atacar o incêndio que deflagrou no navio, visto saber que os produtos
inflamáveis em combustão seriam em pequena quantidade e,
consequentemente, haver possibilidade de salvar-se o navio do fogo com
reduzido esforço e desde que haja possibilidades de fazer seguir para
bordo material de ataque a incêndios no barco salva-vidas, que já se vê
a aproximar-se do local.
O chefe chega a bordo e inicia o reconhecimento.
Entretanto, evacua-se o último membro da tripulação, pela bóia-calção.
A tripulação está salva. O chefe de bombeiros está no
navio sinistrado a proceder ao reconhecimento do fogo. O salva-vidas
está no local do sinistro.
De bordo, e utilizando um aparelho de telefonia, o chefe
informa que, de facto, o incêndio é de pequenas proporções e o seu
ataque será susceptível de êxito, visto que o fogo se encontra
circunscrito ao compartimento onde teve o seu começo.
O comandante dos bombeiros, ainda que com algumas
dificuldades, porque o mar está agitado, consegue fazer embarcar no
salva-vidas o pessoal e o material que considerava necessário e
suficiente para dominar o fogo.
O salva-vidas dirige-se para o navio sinistrado e o
pessoal e material de ataque a incêndios monta o dispositivo ordenado
pelo chefe que se encontra a bordo.
Em poucos minutos o incêndio é totalmente dominado.
Salvou-se o navio de ser pasto das chamas; salvou-se a
sua tripulação.
Foram coroadas de êxito todas as operações de salvamento. Apenas o navio
fica no local, batido pelas vagas, aguardando − para além de tudo quanto
já foi feito para evitar a sua perda e a perda das vidas dos que nele se
encontravam, em seguimento de uma pronta e eficaz actuação de todos os
que se empenharam em tão abnegada tarefa − o mais que possa fazer para
que reviva e volte a sulcar os mares.
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