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Apareceste, súbito e leve
Com a flor das gardénias,
Imersa da névoa dos prados
Como fugidia sombra
Sem um destino a cumprir.
E eu, sem saber ler nem escrever,
Apenas soletrar, fonema a fonema
A entrada no teu código, ou senha
Que me hão-de levar ao teu mundo,
Sou a criança apanhada em falta,
Embuçado no incómodo manto
Das sociais convenções,
E tu, que não assumiste o meu desejo,
Mas sabes que eu existo,
Convicto e firme como rochedo,
Preso à tua imagem, como espelho,
Não poderás imaginar,
Sim, porque te é vedado. |