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Volto ao meu passado
Revisitando a Várzea, o jardim;
E aqui, num banco sentado
Em tarde calma e amena
Assisto queda e calado
À fita da vida, cinema,
Grande metragem de mim.
Recobro os meus sentidos,
Entro no tempo vivido
Neste alembrado jardim,
E revejo aqueles idos
Dos longes anos cinquenta ...
Porquê revivê-Ios agora,
Ceguinho, nesta tormenta?
Apenas um resquício,
Vaga sombra ou cinzas
D'um ortodoxo platonismo
Ainda eu vislumbro, brumoso,
Na passagem desta reprise
Como pétala de rosa
Discreta, mas viçosa
A enfeitar a saudade. |