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            Carlos Cunha Dias(7.º ano)
 
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            A
            estrada continua serpenteando por entre majestosas montanhas, e à 
            beira de abismos profundos para onde correm as águas das torrentes 
            formadas pelo degelo.
            Subitamente surge diante dos nossos olhos uma
            planície verdejante, que a Serra Nevada cerca com as suas elevadas 
            montanhas, gigantescas muralhas que guardam ciosamente a grande 
            cidade que ali se ergue. É Granada, a que foi, em tempos idos, a 
            capital de um dos mais ricos califados do Império Árabe! 
            Ali viveram várias dinastias de monarcas poderosos, habitando 
            palácios deslumbrantes, ostentando um fausto e uma riqueza então 
            raras nas cortes do Ocidente! 
            Ali ficou marcada profundamente a civilização muçulmana, que se 
            manifesta não só em verdadeiras jóias de arquitectura, mas também 
            nos bairros de casinhas brancas, cortados por ruas tortuosas e 
            estreitas, onde circula uma multidão suja e barulhenta! 
            Encontramo-nos agora no alto de uma pequena colina, da qual se 
            avista toda a cidade e onde, segundo a tradição, chorou o último 
            rei de Granada, quando da conquista desta praça pelos Reis Católicos 
            em 1492. 
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            Vamos subindo o bosque sombrio que rodeia os jardins do 
            Alhambra. 
            Não é sem emoção que nos dirigimos para o local, onde, a par das 
            belezas naturais, se encontram alguns dos mais belos monumentos da 
            civilização Islâmica. Na nossa frente ergue-se agora a enorme Porta 
            da Justiça, trabalhada habilmente e encimada por uma mão aberta. 
            Entramos. Repentinamente, encontramo-nos diante de jardins 
            maravilhosos que não parecem pertencer a um mundo real. Sucedem-se 
            canteiros de lindíssimas flores, repuxos de estranhos efeitos, 
            bosques sombrios e sossegados e lagos de águas límpidas onde se 
            reflectem velhas construções árabes, vestígios de um
            passado cheio de riqueza e de glória. 
            Porém, a parte mais deslumbrante do Alhambra é o palácio, cujas 
            salas e pátios, decorados com arabescos, nos enchem 
            
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            de admiração pelos artistas que realizaram uma obra tão perfeita. 
            A Sala do Trono, o célebre Pátio dos Leões e as Salas dos Banhos 
            sucedem-se, testemunhando uma arte que impressiona pela leveza e 
            elegância.  
            Desejaríamos ficar indefinidamente a inundar os olhos com
            tantas maravilhas. Mas entardece e temos de regressar. 
            O sol desaparece rapidamente por detrás das montanhas
            fazendo faiscar os cumes cobertos de neve. 
            Junto às orgulhosas muralhas do Alcácer, vendedores, 
            gritando e gesticulando, assediam os últimos turistas na ânsia de os
            atrair às suas lojas. 
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