Henrique J. C. de Oliveira - Aveiro, 2001/02

REFLEXÃO SOBRE SESSÕES 1 E 2 - ACÇÃO AF15

 

<> Em primeiro lugar, considero de grande utilidade para os líderes que frequentam a acção AF15 - Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e animação de espaços escolares de ensino-aprendizagem - a apresentação de comentários de reflexão por parte do formador. São um bom meio de nos permitir uma auto-reflexão sobre o trabalho desenvolvido.

<> Relativamente à referência ao facto de colocarmos páginas na Internet, pelo que me toca, não há colocação na Internet, exceptuando os projectos já em curso desde há alguns meses, de páginas relacionadas com a formação. A colecção destas, que agora estão a ser lidas, não está acessível a ninguém que não esteja a frequentar a acção.

<> Este bloco de páginas tem apenas dois objectivos: organizacional e de reflexão. Constitui uma espécie de arquivo de fácil consulta, a partir de qualquer ponto onde nos encontremos (desde que haja os meios informáticos para tal!). Nele vamos registando, à medida que o tempo passa, as actividades desenvolvidas como líder na escola. E também, registe-se, as actividades desenvolvidas durante a frequência da acção de formação que, embora não tenham qualquer utilidade para nós enquanto meio de obtenção de créditos, constituem uma excelente forma de partilha e de enriquecimento de conhecimentos e reflexões.

Torna-se mais fácil ter tudo devidamente apresentado e organizado recorrendo ao formato HTML do que «andar aos papeis» por causa da quantidade de papelada que se vai acumulando na pasta. E, no final, é mais fácil avaliar tudo quanto foi feito.

<> Quanto aos exercícios da sessão 2, não se pode esperar que os formandos, por mais conhecimentos que tenham, consigam dominar um software com o qual nunca trabalharam. Apesar de ser idêntico em alguns aspectos a outras ferramentas de criação de material didáctico (é o caso de programas de P.P.O. como os da Asymetrix e da Macromedia), só é possível um domínio do software após a devida exploração pelo utilizador.

Reflectindo um pouco sobre a sessão, o que é que sucedeu?

1º - O descarregamento do software para o computador processou-se com excessiva lentidão. Houve casos de formandos, segundo pudemos aperceber-nos, em que o download demorou cerca de 18 minutos. No nosso caso, foi também lento, embora não tanto como sucedeu com outros colegas.

2º - Foi necessário efectuar a instalação do programa, tendo no monitor várias janelas abertas e a precisarem de ser consultadas em simultâneo. No nosso caso, o trabalho foi complicadíssimo. Por duas vezes tivemos de reiniciar o computador, reentrar no Prof2000 e recomeçar o que estava a ser feito. Há sempre imprevistos: uma quebra na tensão, o computador que pendura, etc.

3º - Foi necessário, uma vez instalado e aberto o programa, efectuar o registo, ir consultar a caixa do correio para saber qual o número de série, registar o número pedido e, depois, o mais importante, estudar as características do programa. E isto não se faz durante o desenrolar de uma sessão de formação, em que temos de estar com os olhos em várias janelas e a procurar seguir o que nos é transmitido pelo formador e restantes formandos. O conhecimento profundo de um programa faz-se aos poucos, à medida que vai sendo utilizado e nos vamos deparando com necessidades de obtenção de determinados resultados.

4º - Criar um exercício num piscar de olhos, de acordo com os modelos apresentados pelo formador, não é tarefa que se faça instantaneamente. Nem um pudim instantâneo se obtém de repente, ainda que se seja um super-homem. É preciso ter um tema, ideias sobre esse tema, objectivos bem definidos, questões devidamente formuladas, hipóteses analisadas, etc. Em suma, só depois de várias etapas ponderadas e mais ou menos morosas é possível construir um módulo pedagógico para utilização das T.I.C.

E depois de pronto o módulo, é ainda necessária uma fase de teste, para detenção de falhas, de aspectos a corrigir na formulação das questões, nas «dicas» para os alunos, na apresentação gráfica, etc. E tudo isto deve ser feito, não por uma só pessoa, mas por uma equipa, porque todos os olhos e todas as ideias são importantes para a detecção de incorrecções e melhoria do trabalho final.

5º - Os exercícios a desenvolver, além de poderem servir para familiarização com as ferramentas de trabalho, devem ser construídos pensando-se desde logo na sua futura aplicação. Criar exercícios apenas para simples experimentação, descoberta e treino, não é que seja tarefa inútil, mas representa uma certa perda de tempo, que deve ser aproveitado ao máximo. Se é necessário experimentar e criar para aprender, que isto se faça produzindo material válido para posterior utilização pelos nossos alunos.

6º - Todos os exercícios apresentados pelo formador, bem como os obtidos directamente da Internet e produzidos para documentação e exemplificação das potencialidades do Hotpotatoes, como História do Brasil, Fitopatologia, etc., são extremamente úteis para nos servirem como modelos e para podermos ficar com uma ideia das potencialidades do programa.

7º - As configurações a dar aos programas devem ser obtidas após trabalho em conjunto com a equipa com quem viermos a trabalhar na construção do material pedagógico, embora possamos desde já levar modelos pré-fabricados para apresentação ao grupo.

<> No que diz respeito à produção de materiais pedagógicos para estudo autónomo, apesar de não nos faltar vontade de trabalhar, a verdade é que estamos dependentes de muitos factores: nível de ensino da escola, mentalidade dos professores que a integram, disponibilidade de tempo, etc.

O contacto com diversos elementos da Escola nem sempre tem o acolhimento mais favorável. No entanto, após vencidas certas dificuldades (e não são poucas!) que emperram o progresso, temos fortes esperanças de que, pelo menos, o grupo de apoio nocturno à sala de estudo se mostre receptivo à ideia de constituição de uma equipa de trabalho, durante as horas destinadas à sala de estudo, para a compilação e reformulação de material existente ou a construir, tendo em vista a aplicação das novas tecnologias como ferramentas auxiliares da aprendizagem.

Mesmo que haja uma resposta menos positiva por parte da Escola, não somos de desistência fácil. Pelo menos, de momento, verificamos com agrado que há já um grupo que recorre frequentemente ao apoio do líder. E alguma coisa se tem vindo a fazer, ainda que não de acordo com os objectivos específicos que, neste momento, temos em mente. É que há  escolas e escolas, cada uma com a sua especificidade. Compete ao líder saber adaptar-se às situações mais ou menos favoráveis que encontra. Água mole...

E basta de reflexões!

P.S. - Se houver sugestões e críticas a quanto acabamos de expor, declaramo-nos desde já totalmente receptivos ao que tenham a dizer.

Aveiro, 8 de Março de 2002

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