Nélia Oliveira
*
INTRODUÇÃO
A fábrica ALBA
situada em Albergaria-a-Velha foi um dos ícones mais
importantes do concelho de Albergaria-a-Velha.
Através desta empresa, o nome de Albergaria
perpetuou-se no mobiliário urbano que se pode ainda
ver em muitas cidades e vilas portuguesas bem como
na acção humanitária, social e cultural do seu
principal fundador: Augusto Martins Pereira.
As fábricas ALBA
caracterizam-se pelo vanguardismo da tecnologia e
qualidade de produção de materiais de uso doméstico
e equipamento de ponta. A localização desta empresa
numa zona de parcos recursos e de dificuldade de
acesso aos mesmos, a par da conjuntura económica e
política do início até meados do século XX,
despertaram também o sentimento humanitário e
filantropo da família Martins Pereira.
O estudo que aqui
se pretende apresentar divide-se em dois planos
fundamentais: o plano económico e o plano social e
cultural.
Inicialmente
situada junto à Estrada Real, as Fábricas ALBA, ao
longo dos cerca de 90 anos de existência,
rapidamente aumentaram o património. Investindo nos
planos cultural, social e económico, a sua produção
está espalhada por todo o país e ex-colónias, nas
mais diversas utilidades. Ao nível do património
cultural, permanece sob a forma material (panelas,
ferros de engomar, tampas de saneamento, bancos de
jardim, portas de correio, etc.) e sob a forma
imaterial através da memória de acção de bondade,
generosidade para com a comunidade albergariense,
severense e micaelense.
A Família Martins
Pereira marcou, alterou e melhorou indubitavelmente
a vida de muitas pessoas que privaram com ela.
OS PRIMÓRDIOS
Na qualidade de
grande empresário da época, o Comendador Augusto
Martins Pereira
(1885-1960),
foi o grande mentor do crescimento e desenvolvimento
da sua / pág.
185 / empresa. Natural de Sever do Vouga, com dez
anos apenas começou a trabalhar como ajudante de
fundição na Companhia das Águas de Lisboa, onde o
seu tio exercia o cargo de mestre de fundição. Ainda
em Lisboa, passou por várias Fundições: a Fundição
Viúva de José Pedro Marcelo, Fundição Ribeiro &
Branco e, já na Covilhã, pela fundição da Fábrica de
Tecidos Campos, Melo & Irmão. Por volta de 1903,
regressa a Sever do Vouga para trabalhar nas Minas
do Braçal. Nesse mesmo ano, ainda junto da família,
casa com Maria de Jesus Pereira; entretanto, perde o
seu pai e vai trabalhar na fundição das Minas de
Aljustrel por um período muito curto. A presença do
Comendador em Ponta Delgada em 1905 confirma-se com
o registo do nascimento do seu filho Américo
(1905-1949). Durante este período, desenvolve a sua
habilidade e engenho na fundição de Francisco Paula
Moura.
O surto migratório afecta o
futuro Comendador que, na companhia dos irmãos
Adriano e Angelino ou Ingelino, também emigrou e
trabalhou numa fundição em Boston, nos Estados
Unidos da América.
Aqui complementou todo o tipo de conhecimento para
promover a sua indústria. Regressando aos Açores,
implementa em Ponta Delgada, na Rua dos Clérigos
(que se situava junto ao oceano), uma indústria de
fundição de sinos em bronze. Provavelmente por ser
um mercado restrito, Augusto Martins Pereira, alarga
o negócio e cria, em 1907, a Fundição Lisbonense,
a sua primeira fundição de ferro, colocando em
perigo o domínio da casa Bensaúde.
Talvez por pressão
empresarial ou vontade de voltar à terra natal, em
1921 vende a sua empresa à Casa Bensaúde & Cª, sua
concorrente.
Regressando ao
continente já com os seus dois filhos Albérico e
Américo, rapidamente percebeu que, para a sua
actividade, seria Albergaria-a-Velha o centro
nevrálgico do desenvolvimento económico e industrial
e por cá permaneceu. Aqui, funda a mais moderna
metalurgia de então, uma empresa com o mesmo nome da
sua primeira fundição açoriana, mas, pouco tempo
depois, desconhecendo-se os motivos, mas talvez
pressionado por distintas individualidades da vila
ou pelos sócios altera a denominação para Fundição
Albergariense.
A 5 de Novembro de
1924, em Albergaria-a-Velha, a fim de aumentar
capital, regista a Sociedade Augusto Martins Pereira
& Companhia Limitada, com 29 sócios,
maioritariamente albergarienses, o que resultou de
diversas escrituras de cessão e cedência de quotas,
durante o ano de 1923. Estava assim criada
formalmente a firma:
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pág. 187 /
“Objecto: fundição de ferro e
bronze, serralharia e forja ou, de uma maneira
geral, exploração da industria metalúrgica; Capital:
300.000$00; Sócios e Quotas:
Francisco António de Miranda, (Albergaria-a-Velha),
casado - 5.000$00;
Ricardo Maria
Nogueira Souto, (Angeja), casado;
Vicente
Carlos de Sousa, (Alquerubim), casado
e José de
Oliveira Matoso, (Alquerubim), casado
- 15.000$00;
Artur da Silva Ribeiro, (Ribeira de
Fráguas), casado - 10.000$00;
Augusto
Martins Pereira, (Albergaria-a-Velha),
casado com Maria de Jesus Pereira - 50.000$00;
João Fortunato de Pinho, (casado)
(Albergaria-a-Velha) - 10.000$00;
Álvaro Faca,
(Albergaria-a-Velha), casado - 10.000$00;
João Pinheiro
Mourisca, (Albergaria-a-Velha), casado
- 10.000$00;
Miguel Marques Henriques, (Ribeira de Fráguas),
solteiro, maior - 15.000$00;
Vicente
Rodrigues Faca, (Alquerubim),
(casado) - 10.000$00;
Alfredo
Ribeiro Campos, (Albergaria-a-Velha),
casado - 10.000$00;
Augusto
Marques Pereira, (Valmaior), casado -
10.000$00; Júlio da Silva Dourado, (Albergaria-a-Velha), casado -
10.000$00;
Eduardo Henriques de Almeida Souto,
(Angeja),
casado - 10.000$00;
Manuel Luís
Ferreira Tavares Pereira e Silva,
(Albergaria-a-Velha) casado - 10.000$00;
José Dias
Aidos, (Alquerubim), casado -
5.000$00; António da Silva Geraldo, (Albergaria-a-Velha),
(casado)
- 5.000$00;
João
Rodrigues da Cruz, (Albergaria-a-Velha),
casado - 5.000$00;
VICENTE
Rodrigues da Cruz, (Albergaria-a-Velha),
casado - 5.000$00;
Manuel
Rodrigues da Cruz, (Albergaria-a-Velha),
casado - 5.000$00;
António
Marques Pereira, (Albergaria-a-Velha),
casado - 5.000$00;
Artur
Marques Pereira, (Albergaria-a-Velha),
solteiro, maior - 5.000$00;
Evaristo
Gomes Ferreira, (Alquerubim), casado -
5.000$00;
Francisco António de Miranda,
(Albergaria-a-Velha), casado - 5.000$00;
Lourenço
Vicente Ferreira, (Aveiro), casado -
5.000$00;
Augusto Correia Teles de Araújo e Albuquerque,
(Albergaria-a-Velha), casado - 5.000$00;
Manuel
Domingues Pinto, (Ribeira de Fráguas),
viúvo - 5.000$00;
José Nogueira Lemos, (Alquerubim), casado - 5.000$00;
José Gil de
Lemos, (Albergaria-a-Velha), solteiro,
maior - 45.000$00; Gerência: pertence ao sócio
Augusto Martins Pereira e a um conselho de
administração, formado por 3 sócios. (…)”.
Estava assim, formalmente,
constituída a ALBA.
As dificuldades de
implementação e posterior dinamização no mercado de
trabalho marcaram a história da fábrica. Dois
momentos foram decisivos para a sua expansão
comercial:
1 - O
reconhecimento da sua qualidade enquanto mestre de
fundição levou-o a trabalhar na futura Oliva. Com a
justificação de obter melhores taxas de juro, os
sócios da empresa do futuro Comendador António José
Oliveira, de São João da Madeira, justificam o
alargamento da sociedade a Augusto Martins Pereira,
com uma cláusula de exclusividade produtiva por um
período de 15 anos, facto que não foi nada bem
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recebido pelo ambicioso e astuto albergariense,
desfazendo-se a tentativa de acordo ou sociedade.
2 - Compra a quota
dos antigos sócios da sua firma transformando a
empresa em sociedade em nome individual.
Volta para a sua
empresa, que nunca tinha deixado de laborar e
estavam assim criadas as condições para o progresso
empresarial como se veio a confirmar.
De acordo com o Livro de
Matrículas dos Comerciantes, “a 7 de Julho de 1928
Augusto Martins Pereira, regista-se como comerciante
em nome individual com o comércio de fundição e
tendo principiado as suas operações comerciais em 15
de Novembro de 1925 e usa como firma o seu próprio
nome: AUGUSTO MARTINS PEREIRA (…)”.
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Comendador Augusto Martins Pereira |
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2. LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA E
PUBLICIDADE
A primeira unidade
fabril instala-se no velho edifício no Largo
Conselheiro Sousa e Melo, designado BOCAS, com uma
área de cerca de 1500m2. Começa aqui, junto à
estrada real Lisboa-Porto, o progresso e
desenvolvimento da empresa onde trabalhavam cerca de
100 operários, entre homens, mulheres e crianças.
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pág. 189 /
A organização do trabalho
distribuía-se de acordo com as condições locais,
embora houvesse algum resquício de influência
americana. No rés-do-chão, os espaços eram amplos e
arejados e, no 1º piso, encontravam-se os
escritórios e sala de reuniões. Começa aqui a
“fundição de lamparinas de alumínio para álcool, de
venda exclusiva aos armazéns Grandela, que lhes
chamavam maravilhas!”.
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Operários e patrões da Fábrica Alba no Largo
Conselheiro Sousa e Melo (Anos 20) |
Embora tenha sido fugaz a sua
permanência nos EUA, ela repercutiu-se em
Albergaria-a-Velha, não só a metodologia de trabalho
e técnicas de fundição, mas também o design gráfico
da marca. Pressupõe-se que o Comendador Martins
Pereira tenha traçado o logótipo da “ALBA” inspirado
no símbolo da ASTM, (American Society for Testing
and Materials).
Com o símbolo ALBA a Fábrica Metalúrgica Augusto
Martins Pereira tornou-se conhecida em todo o país.
A denominação reunia as três primeiras e última
letra da palavra ALBERGARIA, ou coloca-se também a
hipótese de
ALUMÍNIOS DE ALBERGARIA – ALBA.
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Símbolos da ASTM e ALBA |
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De inspiração
fortemente americana, a publicidade empresarial era
fundamental para o desenvolvimento dos negócios. Não
só o design da marca ALBA estava definido mas também
o uso da publicidade gratuita e a localização da
empresa em local estratégico (num aproveitamento das
vias de comunicação) para o escoamento fácil dos
produtos. A implementação da unidade fabril junto da
antiga estrada real e mais tarde da Nacional 1
torna-se, assim, imprescindível para o progresso
empresarial.
A expansão da
empresa levou, na década 30 do século passado, à
construção da grande fábrica da qual ainda existe o
grande edifício na Cavada Nova, zona sul da vila. A
unidade fabril ocupava uma área com 22.726 m2,
estando cobertos 18.168 m2, produzindo pelos anos
70, diariamente, cerca de 15 toneladas de ferro
fundido.
A publicidade foi o
maior aliado da expansão do produto final a par da
inquestionável beleza e singularidade da imagem do
logótipo. O crescimento económico nacional, a
publicidade em catálogo com recurso a slogans “Alba
garantia de bom fabrico”, a participação em feiras,
realização de exposições, localização estratégica da
empresa e qualidade do produto proporcionaram,
inquestionavelmente, o progresso empresarial.
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Escritório da Fábrica ALBA (1950) |
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AMAAV: A frota automóvel (1940) |
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AMAAV: Bairro de casas de quadros superiores e
aspecto da fábrica (1940) |
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Em 1934, a ALBA
obtém a Medalha de Ouro na Exposição Industrial
Portuguesa que se realizou em Lisboa. Este facto
mostrou no mundo empresarial a qualidade da produção
e perspectivou novos objectivos para a empresa.
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pág. 192 /
3. A PRODUTIVIDADE CARACTERIZA A
ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL
As empresas e
organizações formam-se e organizam-se com um
objectivo, tendo sempre subjacente uma acção
colectiva de empresa que é marcada por uma lógica
coerente que a distingue de qualquer outra. A
organização dada à
empresa não tem em vista a intencionalidade de uma
cultura organizacional. A organização vai se
realizando, resolvendo, desbloqueando, de acordo com
as necessidades, conflitos e contratempos que vão
surgindo no decorrer da própria administração. A
estrutura organizacional como elemento estruturante
da empresa é a memória e história de um passado que
os arquivos poderão confirmar ou não.
As marcas
encontradas nesta organização prendem-se
inicialmente com a característica da arquitectura
industrial do primeiro quartel do século XX, patente
nos diversos edifícios espalhados ao longo da EN 1
por todo o país, conforme apresenta Lucília Caetano.
Era constituída por um grande pavilhão com áreas
típicas da revolução industrial, a saber: áreas de
fabrico, armazenamento, circulação (a frente da
fábrica para cargas e descargas), serviços
(administrativos, laboratório, secção de exposição
de produtos), depósito de desperdícios, refeitório e
espaço lúdico de convívio, sala de estudo e
biblioteca e área de terreno de reserva.
Durante o Estado
Novo, os conceitos de ordem e progresso faziam parte
do desenvolvimento económico. Para o Comendador
Martins Pereira, estas noções, fortemente presentes,
foram enriquecidas com o espírito da solidariedade
na preocupação de criar as melhores condições de
trabalho e lazer, não só para os seus colaboradores
mas também para a população em geral.
A fábrica, tal como
muitas outras da época, apresenta as melhores,
embora parcas condições de trabalho, aliás fenómeno
comum no país ditatorial.
Num mercado
económico em crescimento, a empresa tem necessidade
de implementar progressivas melhorias de condições
de trabalho e forma de organização. Nos meados do
século passado, a ALBA era composta por algumas das
seguintes secções: carpintaria, desenho, moldes,
fornos de fundição, pintura, embalagem, limpeza e
decapagem, tornearia, laboratórios químicos,
escritório e armazéns. Estaria no cerne do
crescimento da empresa a influência do modelo de
administração desenvolvido por Taylor, assente na
ideia da racionalização do trabalho, envolvendo a
divisão de funções dos trabalhadores.
Com excepção da
secção dos fornos, segundo a imprensa local, as
restantes obedeciam a uma moderna concepção de
higiene, largueza, espaço e ambiente onde os cerca
de 600 operários que ali trabalhavam se sentiam bem
com a convicção de serem imprescindíveis ao
progresso e desenvolvimento da empresa.
A dedicação
empresarial por todos os operários ligados à empresa
ALBA foi notória e muito bem sucedida. Era frequente
o apoio de funcionários dos quadros mais
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baixos para
a ocupação de tarefas diversas numa visão global da
empresa, num espírito colaborativo dentro e fora
dela.
A acção concertada
de gestão do Comendador e dos seus vendedores
(actuais delegados/directores comerciais), da
qualidade e pertinência do material criado foram sem
dúvida os vectores para a manutenção de topo de
venda dos produtos de qualidade. A presença do
Comendador em várias exposições: Ponta Delgada,
Lisboa, Aveiro, entre outras traduziu-se na
projecção da marca. A emissão de catálogos e
apresentação minuciosa dos pormenores técnicos fazia
parte do marketing empresarial. Era frequente surgir
a informação: “ALBA” “ Fundições de ferro e ligas não ferrosas” a par da
enumeração dos artigos produzidos.
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A Fundição em Albergaria-a-Velha (1930) |
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A
expansão empresarial efectuou-se também para além de
Portugal continental. A ALBA abre escritórios em
Lisboa fazendo a gestão Albérico Martins Pereira. No
sentido da expansão comercial, em 1953 Albérico,
parte para Angola para aí estudar na companhia de
técnicos, já da ALBA, a construção de uma fábrica de
fundição, tornando-se administrador do Alumínio
Português (Angola).
Estabelece então
parceria com a Lupral – Lusalite Previdente de
Angola, maior consumidor de material complementar
para equipamentos.
Era ainda frequente
encontrar nos lugares de chefia da Fundição da
Companhia de Caminhos-de-ferro de Moçambique antigos
funcionários da ALBA, que migravam levando o
Know-how.
A colaboração dos
serviços da ALBA, na economia local realizou-se no
apoio a outras empresas, por exemplo às Minas e
Metalurgia, (anos 40-50), nomeadamente pelos
laboratórios, que estavam muitíssimo bem equipados,
na análise química da matéria e compatibilidades.
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Visita de várias individualidades à Fábrica Alba
(1950-60) destaque para o Comendador. |
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Fábrica Alba vista aérea (Jornal de Albergaria de
19-05-1998 pág. 8). |
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Exposição em Ponta Delgada, 1946, o Comendador
Augusto Martins Pereira e o Governador Civil Capitão
António Aniceto Santos (Governador 1945-54). |
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Num stand expositor António Augusto Martins Pereira
(neto do Comendador Augusto Martins Pereira) e o
Almirante Américo Tomás (anos 40-50). |
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IMAGOTECA-CMAVEIRO – Stand expositor em Feira |
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IMAGOTECA-CMAVEIRO – Stand expositor em Feira |
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Catálogos de 1978 cedidos gentilmente por Albérico
Madaíl |
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3.1. A PRODUÇÃO
Um dos baluartes
mais importantes desta empresa e da divulgação do
seu nome foi de facto a capacidade criativa e o
lançamento constante de novos artigos, necessários
quer à industria, quer à agricultura, quer ao
consumo doméstico, que constituíam o(s) catálogo(s)
com cerca de 30.000 moldes. Do vasto conjunto
produtivo, a ALBA, após a produção de lamparinas,
terá iniciado o fabrico de equipamento doméstico:
autoclismos, ventiladores, capachos, churrasqueiras,
fogareiros a gás e a carvão, grelhas, fogões a
lenha, panelas e tachos, cafeteiras, conchas,
colheres de bico, chaleiras, cafeteiras, fervedores,
terrinas e bacias para cozinhar, pratos, tigelas,
almoçadeiras, assadeiras, jarros, lava-louças,
martelos de picar carne, esmagadores de peixe,
quebra-gelo, quebra-nozes, esmagadores e prensas
para lagares, ferros de engomar entre outros. Também
o equipamento urbano expande-se por todo o país
através dos bancos de jardim, colunas para
iluminação pública, mesas de jardim, bebedouros,
lanternas, suportes de parede, pilaretes, esferas
com e sem canhão, etc. Também fabricaram equipamento
de combate a incêndio: as bocas-de-incêndio de
parede e chão, postos de incêndio; em relação ao
equipamento de aquecimento, terá sido a ALBA que
iniciou o fabrico de fogões a lenha, salamandras e
recuperadores de calor. Quanto ao fabrico de peças
técnicas, outro sector de desenvolvimento da
empresa, este traduziu-se na produção de material
diverso, desde os pesos, pesos de pesca, tampas de
saneamento, material para transporte ferroviário,
indústria papeleira, bombas de rega, motores
eléctricos e carapaças, equipamento de guerra, etc.
O que deu
notoriedade à empresa ALBA não foi este ou aquele
produto, mas sim um manancial de peças necessárias
ao desenvolvimento, manutenção de cada
organização ou empresa.
Estas (Câmaras Municipais, empresas de jardinagem,
decoração, industrias, transportes marítimos e
ferroviários, etc.) foram as responsáveis pela
/ pág. 198 /
proliferação por todo o país da história do design
português através da colocação de colunas de
iluminação, bancos de jardim e dos fontanários
essencialmente.
Durante cerca de 80 anos, Portugal viu, nem
sempre, os artefactos, utensílios, equipamentos,
que sobreviveram e saltaram fronteiras nomeadamente
para o continente africano, Angola e Moçambique.
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Catálogos 1977 e 1975 cedidos por Albérico Madaíl |
4. ACÇÃO BENEMÉRITA
Esta fase foi, sem
dúvida, o culminar de todo um trabalho dedicado não
só ao lucro mas também ao bem-estar de uma
comunidade ávida de melhores condições sociais e
culturais. O espírito humano e filantropo exprime-se
através da construção de equipamentos sociais e
culturais em Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga,
terra natal do fundador.
Américo Martins
Pereira acredita que, ao proporcionar melhores
condições de vida para os seus colaboradores e
familiares, a produção é necessariamente de melhor
qualidade. Esta dimensão repercute-se numa acção de
solidariedade e filantropismo característico dos
grandes empresários do Estado Novo.
/ pág. 199 /
As empresas com bom
desempenho comercial, com visão valores humanos e
culturais pensam nos seus semelhantes e no seu
bem-estar. Neste âmbito, e talvez seguindo os
parâmetros das empresas Vista Alegre, Minas e
Metalurgia (SAPEC), Caima & Pulp e Cª, com a
construção de equipamentos específicos para os
trabalhadores (casas de habitação, refeitórios,
infantários, teatros, etc.), a empresa ALBA em
Albergaria seguiu esta política que foi bem aceite
pela sociedade.
Assim, uma das primeiras acções
culturais foi deitar abaixo o antigo teatro
Albergariense
e construir o novo Cine Teatro ALBA (1950), obra
cujo projecto de arquitectura é da responsabilidade
do Arquitecto e Eng.º José Júlio de Brito
(1896-1965), do Porto; constrói igualmente um
conjunto habitacional para os quadros superiores da
sua fábrica, (anos 40); para os trabalhadores,
permite a criação do Centro Cultural e Recreativo;
compra o Campo das Laranjeiras denominando-o de
Parque de Recreio e Desporto ALBA, inaugurado entre
16 e 17 de Agosto de 1941, equipando-o para diversas
modalidades,
o parque apresenta as melhores condições para o
profissionalismo da futura equipa de Futebol Sport
Clube ALBA, fundado sob a protecção da Fundição a 1
de Janeiro de 1941. Proporciona a criação de uma
cantina e um armazém para minorar as dificuldades do
abastecimento provocado pela II Guerra Mundial;
incentiva a criação da Banda ALBA e, numa acção
conjunta com a Misericórdia de Albergaria, constrói
as casas do Bairro da Misericórdia, o Hospital de
Albergaria e a Casa dos Pobres com serviço de
refeição a custos muito baixos.
Era ainda frequente
disponibilizar os seus serviços técnicos, por quem o
solicitasse. Por exemplo, disponibilizou os
desenhadores da fábrica para ajudar a comissão de
obras da paróquia da Ribeira de Fráguas na concepção
da nova Igreja Matriz.
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Banda Filarmónica ALBA, com a aplicação do símbolo
ALBA no chapéu 1940-50 |
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Fábricas ALBA e Centro Cultural e Recreativo
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Aspecto interior do Centro Cultural e Recreativo
ALBA |
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pág. 201 /
Em Sever do Vouga,
apoia a construção do Cine Teatro Alba, do Hospital
da Misericórdia e da Casa dos Pobres.
A ALBA marcou toda a vida social
da sociedade civil albergariense, sendo o elo de
ligação de muitas pessoas e memórias. Se o Cine
Teatro Alba marcou a vida social e cultural, também
durante muitos anos os alunos finalistas do Colégio
de Albergaria realizaram o seu baile de fim de curso
no Centro Cultural e Recreativo ALBA, que era cedido
de forma gratuita. Nestes bailes
participavam toda a sociedade albergariense, aos
administradores eram entregues convites especiais, e
era servido um jantar de angariação de fundos para
futura viagem de curso.
O património da
Fábrica Alba estender-se-ia para além do património
material, edificado, “construindo” o imaterial.
O Comendador Augusto Martins Pereira foi, de facto,
um empreendedor visionário, com características
únicas de um ser humano bem formado que soube traçar
o
/ pág. 202 /rumo da sua vida, daqueles que o rodeavam, e que,
numa época de crescimento económico, venceu as
atrocidades da vida e cativou, pelas suas
características, todos aqueles que com ele quisessem
progredir, evoluir... vingar na vida! As suas
qualidades não só de empresário mas também de ser
humano solidário, fizeram com que, ao longo da sua
vida, recebesse inúmeras homenagens, dos mais
diversos pontos, desde a sociedade civil, militar,
religiosa, política e inclusivamente da monarquia
portuguesa..
Aos seus filhos Américo (1905-1949), Albérico
(1912-1993) e o neto António Augusto (1927-2013)
transmitiu os mesmos valores e estes
responsabilizaram-se pela continuidade da empresa
num espírito familiar. Foi indubitavelmente um homem
com carisma, tenacidade, perspicácia, trabalhador e
humilde.
A imprensa local
destaca a recepção a excursionistas açorianos de
passeio ao continente (1949,1950,1960) para conhecer
Fátima, Serra da Estrela e Albergaria-a-Velha onde
visitavam a fábrica ALBA, sempre recebidos com
apreço e carinho e era-lhes servido um beberete.
Também enquanto Presidente da
Câmara de Albergaria-a-Velha (1949-1957), exerce o
cargo com uma honestidade e respeito pela coisa
pública, fazendo grandes melhoramentos na
então Vila.
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Eng.º Duarte Pacheco, Ministro das Obras Publicas;
Coronel Gaspar Ferreira, Governador Civil de Aveiro
e Comendador Augusto Martins Pereira numa recepção
nas suas fábricas (1932-1936). |
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pág. 203 / |
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Eng.º Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas e
Comunicações e Comendador Augusto Martins Pereira
numa visita às Fábricas ALBA (1932-1936). |
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Visita e Inauguração da Casa da Criança (Anos 50). |
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pág. 204 / |
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AMAAV Cine Teatro Alba Anos 50-60 (arquitectura do
Estado Novo) |
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Durante cerca de 80 anos, Portugal conheceu uma
ínfima parte da produção metalúrgica da Fábrica
ALBA. A marca ALBA prevalecerá, indiscutivelmente,
no património material disperso pelos vários
continentes fruto do empreendedorismo dos seus
fundadores e das obras de cariz social e cultural.
No período após a
crise de 1974 e crise petrolífera, esta fundição
também não ficou imune às suas consequências. A
partir dos anos 80, a falta de investimento técnico
a par de outros constrangimentos derrubou, num curto
espaço de tempo, um “império”.
Para pagamento das
dívidas, procederam à venda do património,
nomeadamente do Cine Teatro Alba de Albergaria em
1995 à autarquia. No final dos anos 90, a ALBA entra
em processo de falência e, em Abril de 2001, foi
adquirida pela Metalurgia e Fundição METAFALB, SA,
empresa integrada no Grupo DURIT. As motivações para
esta decisão foram várias, mas pesou particularmente
na administração do Grupo DURIT, a preocupação de
recuperar uma indústria com um largo passado de
prestígio, que se manteve inabalável, representando
uma das suas principais forças, a implantação social
da empresa e o que historicamente a mesma representa
para a região e para o país.
Por incumprimento
legal no que diz respeito à poluição ambiental,
nomeadamente com a ausência de mecanismos que
reduzissem a quantidade de emissão de gases
poluentes, assiste-se à mudança de todo o sistema
produtivo para a cidade vizinha Águeda. Em
Albergaria-a-Velha restou apenas o edifício que
ainda não tem notícia de reutilização ou
adaptabilidade futura.
/
pág. 205 /
Pedro Martins
Pereira
bisneto do Comendador reúne esforços para manter a
marca ALBA na família que tão bem a criou e
representou. Em 2009, “após uma gestão que travessa
sérias dificuldades, a ALBA, é envolvida no grupo
LARUS, reconhecida pela sua experiência na gestão do
design. O objectivo é a recuperação da ALBA,
desenvolvendo o sector da Investigação e
Desenvolvimento, remoçando uma parte dos artigos de
catálogo, lançando produtos inovadores e reduzindo
os custos de produção”.
Cria o PROJECTOALBA, numa continuidade da qualidade
de alguns artigos que no momento da venda não deixa
que se sejam comercializados pela METAFALB, por
exemplo: as panelas de 3 pés em ferro fundido e os
produtos de design urbano; colunas de iluminação,
bancos de jardim, pilaretes, entre outros. Restam
para a METAFALB os produtos essencialmente técnicos.
Assume como primeiro objectivo tornar a ALBA numa
empresa moderna e competitiva, que visasse sobretudo
atender aos clientes com a máxima eficiência e
qualidade.
Desde logo os
órgãos directivos assumiram como primeiro objectivo
tornar a ALBA numa empresa moderna e competitiva,
que visasse sobretudo atender aos clientes com a
máxima eficiência e qualidade.
/ pág.
206 /
Das Fábricas Metalúrgicas de Albergaria não saíram
apenas objectos de uso doméstico e técnico. Aqui
nasceram 3 automóveis, dois muito idênticos e um
terceiro mais curto com destino a provas de
competição. O primeiro ALBA em 1952,com a matrícula
OT-10-54; e segundo em 1953, TN-10-82 e o terceiro
em 1955, LA-11-18.
António Augusto de Lemos Martins Pereira, neto do
Comendador, desde muito cedo manifestou o gosto pelo
desporto automóvel. Beneficiando da posição de sócio
gerente das Fábricas ALBA, aproveitando o momento da
pequena explosão da indústria automóvel portuguesa e
a influência automobilística italiana e francesa,
concebe para si entre 1951 e 1952, um carro de
competição o ALBA. Um veículo estruturado para a
competição que tinha como base um motor FIAT de 1098
c.c. e um chassis de 508 c. Todo o carro foi
desenhado por António Augusto, e em equipa com
Francisco Corte Real, idealizam carroçaria e motor
em alumínio para dar velocidade, estabilidade,
leveza a um carro de competição. Um carro
genuinamente português.
O sucesso foi imediato. Obteve várias vitórias que
entusiasmou a impressa e adeptos do mundo automóvel.
Entre 1952 e 1961 o ALBA foi conduzido por nove
pilotos, António Augusto, Francisco Corte Real,
entre outros e participou em 42 provas, tendo
alcançado o primeiro lugar em 10 competições: venceu
a I taça Cidade do Porto, Circuito Internacional, na
classe de 1100 c.c., o primeiro lugar no Rali Vinho
do Porto o segundo lugar no Circuito de Monsanto,
etc.. O carro ALBA de 90cv., atingia os 200km/h e
era um sucesso do engenho português.
Perante tão grande
vivência e vincada presença, a empresa ALBA e o seu
símbolo estão intimamente associados a uma família
que deixou um legado muito importante na vida
colectiva do concelho de Albergaria. A empresa foi o
motor de desenvolvimento da vila. Era vulgar que
cada família tivesse um, dois familiares ou mesmo
famílias inteiras a trabalhar na unidade fabril.
Na memória colectiva dos
Albergariense permanece o bom relacionamento da
família Martins Pereira com todas as pessoas e forte
empenho e consequente desenvolvimento de uma região
que cresceu e se desenvolveu à custa do trabalho e
dedicação de um povo. Também nos Açores, terra que o
acolheu, conseguiu manter laços de verdadeira
amizade.
O símbolo ALBA condiciona comportamentos
saudosistas, fixa e incorpora a história de vida de
um homem e da empresa num lugar que remonta ao
século XII, conforme a Carta do Couto de Osseloa.
BIBLIOGRAFIA:
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Delfim Ferreira – Uma homenagem ao Comendador
Augusto Martins Pereira, JORNAL DE ALBERGARIA,
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sua história, Ed. Associação dos Bombeiros
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Martins Pereira 1927-2013. CORREIO DE
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CAETANO,
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Aveiro – Análise geográfica relativa ao eixo
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2.
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Portugal (Dir. José Mattoso) vol. VII, Lisboa
Circulo de Leitores, 1994.
RODRIGUES,
Manuel Ferreira,
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indústria Portuguesa,
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PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS
Jornal de
Albergaria 1954, 1998-2003
Correio de
Albergaria 2013
Excertos de:
Jornal Açoriano
Oriental 1945; 1948;1952;1954
Diário de Lisboa
1953
Comércio do Porto
1954-55
Jornal de Notícias
1953-55
Diário Popular
1950-55
O Século 1952
Beira Vouga 1952-55
Siglas: AMAAV:
Arquivo Municipal de Albergaria-a-Velha
CRPC:
Conservatória do Registo Predial e Comercial
Agradecimentos: Dr.
Delfim Bismarck, Dr.ª Lúcia Estrela, Eng.º Duarte
Machado, Eng.º Pedro Martins Pereira, Sr. Albérico
Madaíl, e também à Dr.ª Mª João Mocho e Dr. Carlos
Melo Bento, de São Miguel.
Agradecimento
especial ao Eng.º Duarte Machado pelas
digitalizações de várias fotos.
Fotos do Arquivo
Municipal de Albergaria-a-Velha, Imagoteca da Câmara
Municipal de Aveiro e blogdealbergaria.
* Licenciada em História, Pós Graduada em
Ciências Documentais nas Opções de Arquivo e
Biblioteca e Documentação, e mestre em Gestão e
Programação do Património Cultural, pela
Universidade de Coimbra. Autora das seguintes
obras: Auranca e a Vila da Branca;
Cine-Teatro Alba: 50 anos; e co-autora da
monografia Ribeira de Fráguas: a sua história.
Augusto Martins Pereira nasceu às 6h da tarde no
dia 27-11-1885, e baptizou-se no dia 8 de
Dezembro na igreja da freguesia e paróquia de
Sever do Vouga, então Diocese de Viseu. Filho de
António Martins Pereira e de Emília Rosa Pereira
de Vasconcellos, lavradores e naturais da mesma
vila. É neto paterno de Francisco Martins
Pereira e de Delfina Maria do Amaral; e materna
de António Pereira de Vasconcellos e de Joana
Maria. Foram padrinhos Joaquim Martins Pereira,
casado, lavrador, morador nas Leiras; e madrinha
a avó materna Joana Maria, casada. Casa com
Maria de Jesus Pereira a 3 de Junho de 1903 e do
casamento nasceram 3 filhos, o 1º nado vivo, o
2º Américo (22-07-1905) e Albérico (4-11-1912 em
Ponta Delgada). Faleceu na freguesia e concelho
de Albergaria-a-Velha, pelas 14h, a 2 de Maio de
1960. Está sepultado no jazigo de família no
cemitério de Albergaria-a-Velha. Comendador de
Mérito Industrial, em 1936.
Laranjeira, José António da Piedade, In Jornal
de Albergaria, 19-05-1998, nº 120, ANO VI, 2ª
SÉRIE, pág. 8-9.
Durante a guerra (1914-1918) nunca faltou ferro
à Fundição Lisbonense da Rua dos Clérigos em
Ponta Delgada, pois, apesar de proibida a
importação, esse ferro em bruto era trazido por
barco cargueiro que fundeava por detrás da
Fundição (que ao tempo dava para o mar) e, de lá
"roubavam" o ferro que depois era vendido à
Fundição, perante a cúmplice indiferença da
Polícia Marítima. Como é que o dinheiro chegava
ao capitão do navio "roubado" é que permanece um
segredo ainda hoje! Mas ele voltava sempre,
pronto a ser novamente roubado...Ignoro se era
apresentada queixa às autoridades (Informação
cedida pelo Dr. Carlos Melo Bento).
C.R.P.C. In (Ext. da insc.
Nº 14, fls. 12vº e nº 15, fls.14vº do Livro
E-1).
Laranjeira, José António da Piedade, In:
História da Indústria em Portugal; Fascículo
III; 1960.
C.R.P.C. In Livro de Matriculas dos
Commerciantes em nome individual, nº. 20.
Jornal Beira Vouga, nº 172, 15 de Outubro de
1952.
http://www.astm.org/;
http://www.google.pt/search?q=american+society+for+testing+and+materials&hl=pt-PT&tbo=d&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=PiHHULn3BIKIhQfHsoF4&sqi=2&ved=0CAQQ_AUoAA&biw=1080&bih=602.
Seria pertinente elaborar um estudo sobre a
organização do trabalho e processo produtivo,
apesar de se desconhecera localização d a maior
parte dos arquivos da empresa.
Nota curiosa é o facto de, na Exposição Mundial,
Expo 98, em Lisboa, o pavilhão de Angola,
apresentar na sua decoração o ferro de engomar
da fábrica Alba.
Segundo alguns autores é atribuído ao arquitecto
Silva Rocha.
O Sport Clube Alba ao longo de vários anos
estimulou o desenvolvimento da prática
futebolística entre os jovens albergarienses.
Conquista a Super-Taça Distrito de Aveiro, época
2009/2010. Foi ainda distinguido com o galardão
de sócio honorário da Associação de Futebol de
Aveiro, um dos clubes mais antigos e prestigiado
do Distrito.
Oliveira, Nélia; Jesus, Nuno; Ribeira de Fráguas
a sua História, pág. 152.
O último baile realizou-se em 1983-84 com a
actuação do grupo musical Jáfumega, a partir
desta data passaram a realizar-se em discotecas
da região. Por este espaço actuou ainda, entre
outros, a Orquestra Shegundo Galarza.
Jornal de Albergaria, nº 1.804, de 10 de
Novembro de 1954.
Ver notas biográficas em Correio de Albergaria,
nº 12, III Série, 6 de Fevereiro 2013.
Pinho, António Homem de Albuquerque, Gente
Ilustre em Albergaria, ed. CMAAV, 1994,
pág.46-47.
Nasceu em Albergaria, a 15 de Janeiro de 1956 e
licenciou-se em Engenharia Metalúrgica pela
Faculdade de Engenharia do Porto. Trabalhou
vários anos na fundição familiar – Fábricas
Metalúrgicas
ALBA
- onde foi Chefe do Departamento de Fundição e,
posteriormente, Director técnico. Em 1988 funda
a empresa
Larus-Artigos
para Construção e Equipamentos, Lda., que se
dedica ao projecto, fabrico e comercialização de
mobiliário urbano. É detentor de vários prémios:
Prémio Nacional de Design de Mobiliário Metálico
em 1991 e 1998-99. Em colaboração com Henrique
Cayatte, trabalha na produção do sistema de
sinalética da EXPO 98, tendo recebido o prémio
pelas mãos do Presidente Jorge Sampaio.
19 Portofólio PROJECTOALBA (s.d.).
O Comendador Martins Pereira era pessoa muito
querida em S. Miguel, fez-se sócio do Micaelense
Futebol Clube pagando uma cota que dava para
resolver as despesas correntes do clube, que a
recebeu durante a sua vida, através do senhor
José Alves da Casa Tinoco (ainda existente na
mão dos filhos). (Informação fornecida por Dr.
Carlos Melo Bento).
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