De tempos a tempos, dois "marretas", dois apaixonados por Aveiro,
costumam dar a voltinha dos tristes por diferentes lugares da cidade
e arredores. Fazem-no, geralmente, aos sábados ou aos domingos, da
parte da manhã, quando os dias estão bonitos e as marés de feição.
Deste modo, em intervalos aleatórios e ao sabor da subida das águas
pelas influências lunares, vão-se apercebendo das mudanças que a
cidade vai sofrendo, alterando-se, não sabemos se para melhor ou
para pior, mas alterando-se sempre em função das marés políticas e
do evoluir dos tempos.
Desta vez, estávamos numa bela manhã de 28 de Julho de 2012, um
sábado de amena temperatura, ou não estivéssemos na quadra mais
quente do ano. No café, onde habitualmente costumamos conviver um
pouco, antes das horas do almoço, quase ninguém. Com uma manhã tão
bonita, nunca seriam os novos a trocar a praia pelo café. Duas ou
três pessoas apenas. Entre elas, o marreta n.º 1, o amigo Gaspar
Albino, e eu, o marreta n.º 3, ou, para sermos mais precisos, o
número 2.
Entre nós, a «marretagem» funciona como na tropa: a idade é um
posto. Por isso, a nossa graduação varia em função dos elementos do
grupo. Neste dia, eu era o número dois, porque dois era o número de
marretas, isto sem contar com outros que não entram nesta
contabilidade. A minha pessoa só baixa de posto, passando para
número 3, quando o Dr. Girão Pereira se encontra presente e ocupa o
segundo lugar na hierarquia das idades.
Como a maré estava de feição, o amigo Gaspar Albino desafiou-me:
–
Que me diz a deixar o computador em paz por umas horas e irmos
efectuar o nosso reconhecimento da cidade? Temos quase uma hora. Dá
para o passeio e chegará a tempo do almoço.
–
Plenamente de acordo. Até porque se chegar tarde, o culpado é o
amigo Gaspar Albino e não levo com o rolo da massa.
Levantámos ferro e fomos à deriva, ao sabor das marés. E as
correntes levaram-nos para a zona de Santiago. Em breve, estávamos a
efectuar uma visita a umas salinas renascidas nos arredores da
cidade, ao que parece sob os auspícios da Universidade de Aveiro. E
foi desta breve visita a reportagem fotográfica que aqui deixamos e
que poderá ser consultada na íntegra no espaço comunitário «Aveiro e
Cultura».
Henrique J. C. de Oliveira
Aveiro, 22 de Outubro de 2013
NOTA – Fotografias da Marinha de Santiago da Fonte,
extraídas do endereço
..\..\Secjeste\Arkidigi\SalAv2012_001.htm
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