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Condições
mínimas e o conceito de mediateca |
CONDIÇÕES
MÍNIMAS DA INSTITUIÇÃO, DOS UTILIZADORES
E ALGUMAS POTENCIALIDADES DOS AUDIOVISUAIS - A
MEDIATECA
Quando
se fala de audiovisuais aplicados ao ensino (e mesmo quando
aplicados a outras áreas), a primeira coisa que deveremos
fazer é formular um conjunto de questões, de modo a podermos
encontrar e enumerar a melhor solução para os problemas que
estes meios envolvem, Assim sendo, poderemos perguntar:
- Quais as condições mínimas exigidas a nível da
instituição ou organização que os vai utilizar? - E quais
as condições mínimas daquele que os vai utilizar?
- E que perigos e potencialidades lhes estão
subjacentes?
Vejamos como
responder de maneira breve a algumas destas questões, já que
a fazê-lo pormenorizadamente teríamos muita matéria para
abordagem.
Para que se possam
utilizar os meios audiovisuais, não basta ter os
instrumentos, é também preciso que haja um mínimo de condições
ambientais para a sua utilização. De uma maneira geral,
todas as instituições de ensino têm à sua disposição os
meios mais simples. Mas, quando se trata da utilização dos
mais complexos, começam a surgir os obstáculos: as salas não
têm hipóteses de ser escurecidas, não há superfície
adequada onde projectar as imagens; por vezes mesmo não
há sequer espaço para a colocação, de maneira adequada, da
máquina que vai ser utilizada; e, pior que tudo isto, porque
indesculpável, falta o software necessário para o fim em
vista. E dissemos indesculpável
porque, se as outras condições existem e falha apenas esta,
então o problema não estará na instituição, mas naquele
que poderia utilizar as potencialidades dos meios audiovisuais
e não o faz, porque há software de fácil e rápida realização
pelo próprio, desperdiçando assim um importante auxiliar de
trabalho. Mas este aspecto prende-se já com as condições mínimas
do utilizador e não da instituição, que agora convém
abordar.
A nível da instituição,
há toda a vantagem em possuir uma ou duas salas, na pior das
hipóteses uma, minimamente preparada para utilização dos
meios mais complexos. Assim, a sala deverá ter a
possibilidade de ser escurecida, se não totalmente, pelo
menos na sua quase totalidade, para que um diascópio (termo técnico
para o vulgar projector de diapositivos) possa ser utilizado[1];
deverá possuir um ecrã, colocado em posição e local
adequados de modo a que todos possam ver perfeitamente as
imagens; e, finalmente, o eixo da máquina, no sentido da
objectiva, deverá estar colocado perpendicularmente ao plano
do ecrã e à distância conveniente, a fim de que as imagens
não sejam nem demasiado pequenas, nem demasiado grandes
relativamente ao tamanho do ecrã. A única excepção que se
poderá fazer diz respeito ao retroprojector, o qual, sendo de
boa qualidade e estando em boas condições de funcionamento,
não necessita do escurecimento da sala.
Para conseguirmos as
condições mínimas para uma sala, perante dificuldades de
natureza económica, as janelas deverão ser apetrechadas com
cortinas espessas, que não deixem passar a luz, de modo a
permitirem o escurecimento da sala. Na falta de um ecrã próprio,
cujo preço é bastante elevado, poder-se-á recorrer à
construção de um ecrã em pano de linho branco, podendo a
escola recorrer à colaboração de determinadas áreas
disciplinares e dos alunos. Outra solução fácil será a de
pintar numa parede da sala, em local adequado, um ecrã com
tinta plástica branca, de preferência mate. E se as verbas
da instituição forem tão reduzidas que não dêem para uma
lata de tinta das mais pequenas, poder-se-á ainda construir o
ecrã recorrendo a folhas de papel ou de cartolina branca,
agrupadas entre si, de modo a permitirem uma superfície
suficientemente grande para o fim em vista. Se o trabalho
for bem feito, praticamente não se notarão as linhas de junção
entre as folhas.
Se uma instituição
não tiver problemas de ordem económica, então a sala para
audiovisuais poderá adquirir características mais evoluídas,
mais sofisticadas, podendo ter permanentemente e prontos para
funcionamento um retroprojector, um ecrã de boa qualidade, um
vídeo e um televisor com ecrã suficientemente grande para
que um grupo de trinta pessoas possa ver razoavelmente
aquilo que se pretende mostrar. E, num plano já ideal, ultrapassando
de muito longe os mínimos exigíveis, essa sala poderá ter
um computador com uma placa gráfica para projecção através
do retroprojector ou, então, o que será ainda melhor, um
videoprojector, que substituirá o monitor de televisão e
funcionará, quer com o videogravador, quer com o computador.
Mas estas últimas condições, dado o elevado preço destes
aparelhos, constituem já uma utopia, só concretizável a nível
de algumas raras instituições com grande poder financeiro
e de elevado nível tecnológico.
Por muito
apetrechada que esteja uma sala de audiovisuais, esta de nada
servirá se não houver o software adequado. Daí que uma
instituição de ensino (ou outra) deverá estar apetrechada
simultaneamente a nível de hardware e de software[2].
Para isto, será de toda a vantagem a criação nessa instituição
de uma mediateca,
na qual existam todos os elementos: máquinas e suportes
informativos.
O que é uma mediateca? Normalmente, a nível das instituições de ensino, estatais
ou privadas, é habitual falar-se em gabinete ou instalações
de audiovisuais. A sua existência corresponde, geralmente,
a uma sala fechada, a um "armazém" onde se guardam
as máquinas e algum material sonoro ou visual, por vezes em
precárias condições e ocasionalmente visitado por um
potencial utilizador e onde os funcionários vão buscar e
levar os aparelhos quando necessários. São pois armazéns,
na verdadeira acepção da palavra, apenas utilizados para
guardar material e prestando um serviço à comunidade muito
aquém das suas possibilidades.
Uma mediateca, à
semelhança de uma biblioteca, deverá ser um local activo e
em permanente expansão, um local onde qualquer utilizador,
professor ou aluno, possa recorrer ao material audiovisual
como fonte de informação e de documentação, devendo ter à
disposição de todos material respeitante a qualquer área
disciplinar.
É prática errada
aquilo que é feito nas nossas escolas. Cada grupo
disciplinar, quando adquire material audiovisual - diapositivos,
por exemplo - guarda-o ciosamente para utilização esporádica
e estritamente para o grupo, esquecendo que esse mesmo
material poderia também servir para ser explorado por
professores de outras disciplinas. Esquecem-se muitas vezes os
professores que um diapositivo, por exemplo, acerca de um
templo grego, tanto poderá ser explorado do ponto de vista
histórico, como também poderá prestar um útil serviço aos
professores de Português, de Educação Visual, de Filosofia
e de outras disciplinas; um diapositivo sobre determinado
aspecto de uma dada região tanto poderá ser explorado pelo
professor de Geografia, como pelos professores de História,
de Português, de Biologia, etc. E o que se passa com material
de natureza visual pode também ocorrer com material sonoro.
Por exemplo, uma poesia de António Gedeão tanto poderá ser
explorada na aula de Português como numa aula de Filosofia,
de Biologia, de Físico-Química. Lembremo-nos, por exemplo,
do poema "Lágrima de Preta", que poderá ter uma
utilização múltipla, podendo servir como motivação para
diversas disciplinas, ou, para indicarmos ainda outro exemplo,
o poema "Pedra Filosofal", que tanto poderá ser
explorado pelo professor de Português como pelo de Filosofia.
Se todo o material
se encontrar numa mediateca, devidamente arquivado, qualquer
professor poderá facilmente saber o que existe na escola à
sua disposição, podendo servir simultaneamente diversas
disciplinas e evitando-se eventuais aquisições em duplicado.
Mas, antes de
dizermos mais alguma coisa acerca da mediateca, convirá
acrescentar mais alguns aspectos acerca das condições mínimas
de uma escola. Para já, estamos a ver que uma mediateca
constituirá um elemento mais importante que a vulgar sala
ou gabinete de audiovisuais, para um bom e eficiente serviço
dos meios audiovisuais à escola. Mas, para além da mediateca
e de uma sala bem apetrechada, há que haver na escola um mínimo
de hardware, que deverá, logicamente, encontrar-se
centralizado na mediateca. Como elementos mínimos, uma escola
deverá possuir, pelo menos, um diascópio ou projector de
diapositivos, ainda que não possua ainda nenhum diapositivo
(estes são de obtenção relativamente fácil, podendo mesmo
ser confeccionados pelos próprios professores e alunos), dois
ou três retroprojectores e um ou dois gravadores de cassete.
O número de retroprojectores deverá ser proporcional ao número
de alunos da escola. Quando esta possui cerca de mil alunos e
professores sensibilizados para a vantagem dos meios
audiovisuais, chega mesmo a acontecer, por vezes, que seis
aparelhos se revelam insuficientes, tendo os professores de
os requisitar atempadamente e antes que outro professor o faça
primeiro. Se os professores se encontram pouco ou nada
sensibilizados, então dois ou três retroprojectores acabam
por não ter a utilização que deveriam ter. E, não falando
de computadores, que exigem já alguns conhecimentos por parte
dos utilizadores, pelo menos um videogravador deverá também
fazer parte do equipamento mínimo das actuais escolas, pois
este actualmente constitui já um meio indispensável que
poderá vir a ter alguma importância no processo de ensino-aprendizagem.
Vejamos, agora,
antes de reflectirmos um pouco mais acerca da mediateca, quais
as condições mínimas a que deve obedecer o professor e
qualquer utilizador em geral.
Em primeiro lugar, o
utilizador deve ter um razoável conhecimento dos diferentes
meios audiovisuais existentes, que poderá colocar ao seu
serviço, desde os mais simples, que não exigem grande formação
técnica, até aos mais complexos. Só assim poderá saber
qual o mais adequado ao fim que tem em vista. Isto implica não
só um conhecimento técnico mínimo do hardware, como também
alguns conhecimentos sobre a sua utilização e a maneira de
criar o software necessário. E se os meios utilizados forem
tecnologicamente sofisticados, como acontece, por exemplo,
com os meios informáticos, não se exige que o utilizador
saiba programar, mas ao menos deverá ter um mínimo de
conhecimentos sobre como utilizar a máquina e os programas
existentes com utilidade para a sua área.
Em segundo lugar, o
utilizador deve estar consciente não só das potencialidades,
como também dos perigos dos audiovisuais. Uma simples faca,
instrumento que todos utilizamos regularmente no nosso
quotidiano, pelo menos duas ou três vezes por dia, constitui
«um pau de dois bicos»: tanto pode servir como auxiliar para
o indispensável acto à vida - o comer -, como para nos
agredirmos ou até mesmo para tirar a vida do nosso
semelhante. Do mesmo modo, os meios audiovisuais apresentam
esta dupla faceta: tanto podem levar à saturação e ao
desinteresse, como podem
motivar e servir de ponto de partida para experiências
enriquecedoras. Significa isto que o utilizador deve estar
consciente destes problemas, a fim de fazer uma escolha
criteriosa do meio a utilizar, bem como do momento mais
adequado em que o deverá introduzir na aula. Poderá utilizá-lo
como ponto de partida, como meio de acesso e como ponto de
chegada, isto é, pode servir para motivar, mas pode
igualmente servir para ajudar a descobrir e para complemento
das informações fornecidas, reforçando deste modo o acto de
aprender.
Em terceiro lugar, a
utilização dos meios audiovisuais exige sempre (ou quase
sempre) uma preparação prévia, sendo, por vezes, da máxima
conveniência efectuar uma experiência preliminar do material
que vai ser utilizado, não vão surgir surpresas desagradáveis
e difíceis de remediar no momento crucial da utilização.
Em quarto lugar, o
utilizador deverá ter um mínimo de prática e segurança
na utilização do material. Hesitações e utilizações
incorrectas, além de perturbarem o ambiente da sessão,
contribuem para dar uma má impressão acerca de quem a
dinamiza. Se um utilizador, por exemplo, um professor, vai
apresentar aos seus alunos uma transparência em acetato e,
antes de ligar o aparelho vai pôr a sala às escuras,
qualquer presente conhecedor das potencialidades deste meio
audiovisual imediatamente concluirá que esse professor
nunca deverá ter anteriormente trabalhado com um
retroprojector. E, geralmente, quando a experiência é nula
ou reduzidíssima, os problemas sucedem-se. A imagem
apresenta-se distorcida e desfocada e o utilizador anda à
procura do botão de focagem, perdendo segundos preciosos e
provocando a hilaridade dos assistentes. É por vezes a
imagem que ora fica acima do ecrã, ora fica abaixo, e o
professor anda aflito a procurar a posição correcta. E a
tensão nervosa aumenta. O utilizador acaba por perder o
controlo dos nervos e as situações embaraçosas sucedem-se[3].
Finalmente, o
utilizador deverá ter a capacidade de reagir prontamente às
situações imprevistas, porque elas podem bem acontecer
quando se utilizam os meios audiovisuais. É a luz que
repentinamente falha, impossibilitando a utilização do
aparelho e obrigando rapidamente a reformular estratégias. É
a lâmpada que subitamente e sem licença do utilizador decide
despedir-se da vida. E se não há substituta ou, havendo-a, o
utilizador não sabe como a substituir prontamente, em poucos
segundos, ou se não tem a capacidade de reformular ou não
previu a utilização de outras estratégias, então esperá-lo-á
o fracasso e a frustração.
Apresentadas as
condições mínimas que deverão ser tidas em conta pelo
professor/utilizador dos meios audiovisuais, voltemos ao
problema da mediateca e das potencialidades dos audiovisuais.
Já algumas páginas atrás fizemos referência à mediateca.
Por aquilo que dissemos, pôde-se já concluir que uma
mediateca nada ou quase nada tem a ver com o vulgar gabinete
ou sala de audiovisuais. Uma mediateca será, à semelhança de uma biblioteca, um centro
integrado de audiovisuais, um local onde se encontram todos os
meios audiovisuais a nível do hardware e do software, um
local onde qualquer utilizador, professor ou aluno, poderá
ter acesso à informação visual ou sonora aí arquivada,
consultando-a como quem consulta um livro, e onde poderá
trabalhar, sozinho ou em grupo, na produção de novos
materiais. Será, pois, um local, não de simples
armazenamento, mas um local de trabalho, ao serviço de toda a
comunidade, que poderá, inclusive, funcionar ao lado ou
integrado na própria biblioteca da instituição.
A ideia que acabamos
de apresentar não é nova. Nasceu há já alguns anos e
funciona, evidentemente, com sistemas de organização
altamente desenvolvidos em grandes centros de documentação e
de arquivo e tratamento da informação audiovisual. Existe um
modelo exemplar em Paris, no Centro Georges Pompidou. Aqui,
qualquer pessoa poderá consultar, como quem consulta um
livro, documentos de natureza audiovisual, podendo mesmo
obter cópias do material pretendido para uso pessoal.
A nível das escolas
portuguesas, evidentemente que não se pretende um centro de
documentação com toda a tecnologia e documentos existentes.
O objectivo é bem mais modesto e a ideia já foi lançada há
alguns anos, em reuniões em que participámos.
Em 1975, de 24 a 29
de Novembro, tivemos oportunidade de participar num Seminário
sobre Centros Escolares de Tecnologia Educativa, na Fundação
Calouste Gulbenkian, sob a orientação do Professor Pierre
Ramseyer, da UNESCO. E Recordamo-nos de uma professora
participante, também ex-estagiária e que também fizera
experiências nas próprias turmas com os meios audiovisuais,
em alguns aspectos muito semelhantes às que nós próprios
fizéramos. Também apresentou ela ao grupo de estágio um
trabalho sobre audiovisuais, intitulado «Como organizar e
utilizar um centro audiovisual numa escola»[4],
cuja cópia nos facultou permutando com o trabalho que também
nós levávamos. Embora nele não fale em mediateca, a verdade
é que aí se encontram preconizadas todas as regras e
objectivos que deverão constituir aquilo que nós entendemos
por mediateca. De acordo com as regras e objectivos aí
enunciados, esta tornar-se-á um alfobre de múltiplas
actividades, que poderiam facilmente integrar-se numa Área-Escola,
num projecto educativo, funcionando como complemento de uma
biblioteca, de um clube de jornalismo e, sobretudo, como apoio
dinâmico às várias actividades disciplinares da escola.
Como poderá
funcionar uma mediateca, em finais do século XX, com a grande
facilidade e multiplicidade de meios audiovisuais actualmente
disponíveis?
O seu modo de
funcionamento pode ser bastante idêntico ao que actualmente
tem vindo a ser feito com o chamado Clube de Informática e de
modo semelhante ao que presentemente estamos a experimentar
com o Clube de Jornalismo. A mediateca poderá funcionar com o
apoio de um grupo de professores, dinamizados por um
professor responsável, e por um grupo de alunos da escola,
voluntariamente inscritos e que, como sócios, deverão ter
um regulamento no qual se indiquem os direitos e deveres de
cada um, os objectivos em vista, as secções e as funções
de cada grupo de trabalho. Deverá, logicamente, ter um
Auxiliar da Acção Educativa como responsável
pela mediateca, o qual poderá ser o mesmo da
biblioteca, a quem caberá o controlo de todo o material existente
e das requisições dos professores que pretendem utilizar os
meios audiovisuais nas suas aulas. Mas o grande dinamizador da mediateca deverá ser o grupo de trabalho, que poderá
constituir um clube sob a designação de Clube
Audiovisual da Escola ..., competindo-lhe um conjunto de
funções e actividades, das quais passamos a indicar algumas
como sugestão do que se poderá fazer:
1 - Organização da
mediateca, inventariando
e arquivando de modo funcional todo o material
existente, tendo em vista uma fácil utilização por todos os
elementos da escola.
2 - Aquisição ou
produção de material audiovisual, tendo em vista não só a
própria formação individual, mas também o enriquecimento
do património pessoal e de toda a comunidade escolar, com a
produção de diaporamas, documentários em vídeo,
fotografia, registos sonoros de lendas, costumes e tradições
da região, etc.
3 - Criação e
animação de um laboratório de fotografia, tendo em vista a
formação dos sócios e levando-os ao conhecimento das técnicas
laboratoriais de fotografia: revelação de rolos e ampliação
de imagens.
4 - Aquisição de
conhecimentos teóricos sobre fotografia, tais como utilizar
eficazmente uma máquina fotográfica, como enquadrar
correctamente uma imagem, o que fotografar, o valor simbólico
da imagem, os tipos de plano, etc.
5 - Adicionalmente,
para além dos meros trabalhos de organização e manutenção
da mediateca, os membros do clube seriam levados a descobrir o
meio que os rodeia: a cidade e o seu património urbanístico
e arquitectural; o meio envolvente; os problemas da região;
etc.
6 - Colaboração
com os outros clubes em funcionamento na escola e com as
restantes actividades, podendo colaborar com o clube de
jornalismo, fornecendo-lhe, por exemplo, o material imagístico
para a ilustração dos
artigos publicados.
7 - Idealização,
realização e montagem de diaporamas e documentários em vídeo,
criação de acetatos, ou produção de documentos sonoros,
para apoio das actividades das aulas: declamação de
poesia, entrevistas, música, etc.
8 - Apoio a diversas
actividades de âmbito cultural realizadas na escola, tais
como semanas da escola, exposições, debates.
Como se pode
concluir, uma mediateca, apoiada pelo clube audiovisual, que
dela fará parte integrante, tornar-se-á um centro activo - não
o centro passivo que constituem os actuais gabinetes de
audiovisuais - gerador de cultura e relações positivas a vários
níveis entre docente e discentes, entre a escola e a
comunidade, um centro dinâmico, criador e revelador de
sensibilidades e talentos, contribuindo deste modo para que
a escola, juntamente com os outros clubes, se torne não
apenas o local de aprendizagem de conteúdos, mas também e
sobretudo um centro de formação e irradiação cultural.
Estando constituída
a mediateca, com um responsável dinâmico e conhecedor de
todos os problemas inerentes à tecnologia educativa, seria
de toda a conveniência a realização, em cada ano, de acções
de sensibilização e de formação, sobretudo para os novos
professores, de modo a serem-lhes ministrados os
conhecimentos mínimos para uma adequada utilização dos
meios audiovisuais, reduzindo-se assim o risco de deterioração
do material e aumentando-se as probabilidades de optimização
do seu emprego, com a consequente melhoria da eficácia do
ensino.
In:
Henrique J. C. de Oliveira, Meios audiovisuais e
tecnológicos aplicados ao ensino, Aveiro, 1992, pp. 19-27.
(edição limitada do autor).
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