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"Patrimónios" – n.º 8, Dezembro 2010, Ano XXX, 2ª série, 216 páginas


ACTIVIDADES DA ADERAV NO MANDATO 2009/2011

O mandato 2009/2011 corresponde a um período de continuidade e conclusão do ciclo directivo iniciado em 2007.

Mais do que novos projectos ou metas, tratou-se sobretudo de consolidar o trabalho desenvolvido nos dois anos anteriores e garantir para o futuro as condições de uma associação adaptada aos tempos actuais mas fiel aos princípios que norte aram a sua fundação em 1979.

A ADERAV registou um incremento significativo do número de adesões e sobretudo regularizou o funcionamento associativo (por exemplo foi reatada a cobrança de quotas).

Como parte da reorganização administrativa e funcional da ADERAV, foi finalmente preparado e submetido o processo para atribuição do estatuto de utilidade pública o qual, entre outros, levou à aprovação de novos Estatutos e de Regulamento Interno (em anexo). Estes novos documentos acolheram a nossa experiência associativa no sentido de conferir maior funcionalidade e agilidade na gestão associativa assegurando o enquadramento para os instrumentos de gestão que se tornem necessários.

Constituição dos órgãos sociais no biénio 2009/2011
   
 

A direcção no biénio 2009/2011: da esquerda para a direita, João Paulo Rodrigues, Maria Teresa Ramos, Luís Souto, Fátima Alves, Patrícia Sarrico e Paulo Morgado. Não presente na foto, Hugo Calão

 

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           Assembleia Geral
Presidente:      Delfim Bismarck Ferreira
1º Secretário:   Amaro Neves
2º Secretário:   Oliveira Cardoso

                Direcção
Presidente:           Luís Souto
Vice-Presidente:  Fátima Alves
Vice-presidente:  Paulo Morgado
Secretário:            Patrícia Sarrico
Tesoureiro:            João Paulo Baeta
Vogal:                    Hugo Calão
Vogal:                    Maria Teresa Ramos

              Conselho Fiscal
Presidente:   M: da Luz Nolasco
Secretário:    Sérgio Azeredo
Relator:          Graciano Pinto


Comemorações dos 30 anos da ADERAV

O ano 2009 foi um marco para a associação ao atingir os 30 anos.

O Programa das comemorações incluiu várias iniciativas, entre as quais se destacam a Gala Comemorativa, realizada no dia 3 de Maio de 2009 no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, ocasião única de reencontro de antigos associados e dirigentes e de convívio com sócios e amigos actuais.
   
 

Gala comemorativa do XXXº aniversário da ADERAV: O presidente da direcção efectua a entrega do título de Sócio Honorário ao fundador da ADERAV, Dr. Amaro Neves

 

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Podemos afirmar que se alcançaram os objectivos com grande adesão e certamente se reforçou o espírito associativo.

Na sede da associação conseguimos com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro a colocação de um painel alusivo aos 30 anos, o qual mantendo-se na fachada do edifício Fernando Távora, sede da ADERAV, permitiu uma privilegiada visibilidade pública.
   
 

Gala comemorativa do XXXº aniversário da ADERAV: Os elementos da direcção e dos corpos sociais presentes sopram as velas alusivas

 

Entre as restantes iniciativas englobadas nas comemorações, destacam-se: o Concurso de Trabalhos Escolares para o ensino básico, o Congresso Internacional História e Património de Aveiro (em parceria com as comemorações dos 250 anos da cidade de Aveiro) em 4 e 5 de Junho e o Rally bike paper do património em 31 de Maio.

Concurso de Trabalhos escolares Aveiro 250 anos de cidade

Com o objectivo de fomentar a envolvência dos jovens nas questões da valorização do Património e da História de Aveiro, através da sua participação em trabalhos escolares que reforcem a ligação à matriz identitária aveirense valorizando em especial o Património histórico, artístico e cultural do concelho de Aveiro, a ADERAV e a Câmara Municipal de Aveiro organizaram um concurso no âmbito das comemorações dos 250 anos da cidade de Aveiro e do trigésimo aniversário da ADERAV.
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O concurso com o tema História e Património de Aveiro foi aberto a jovens estudantes de qualquer escola do concelho de Aveiro, do 1°, 2° e 3° ciclos do ensino básico nas seguintes categorias: Ensaio e Artes Plásticas.

Os Prémios variando entre os 250 e os 50 euros distinguiram três escalões, 1º ciclo Básico, 2º ciclo Básico e 3º ciclo Básico.

O júri teve a seguinte composição: Énio Semedo, Delfim Bismarck, Lúcia Seabra e Madalena Pinheiro. Destacou-se a participação dos alunos da Escola E B 2,3 Aires Barbosa de Esgueira.


Defesa do Património

A ADERAV manteve a sua participação na Comissão Consultiva do Património do Município de Aveiro (CCPE).

Em 3 de Novembro de 2009 face ao não funcionamento efectivo da comissão desde 2 de Julho de 2009, a ADERAV manifestou à Câmara Municipal de Aveiro, a sua preocupação atendendo a intervenções previstas e outras já realizadas em áreas sensíveis para o património no concelho de A veiro, apontando exemplos em concreto que, na nossa opinião, mereceriam consulta à CCPE.

Já no ano de 2010, em 9 de Fevereiro, a ADERAV reuniu com a Sr.ª Vereadora, Dr.ª Maria da Luz Nolasco. Nessa reunião foram abordados vários temas, entre os quais a preocupação e estranheza da ADERAV pelo não funcionamento efectivo da Comissão Consultiva do Património Edificado. Sobre esta preocupação foi-nos na mesma reunião adiantado que a CCPE não tinha suporte legal com entrada em vigor do PUCA, Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro, e o facto de o mesmo não prever a existência da Comissão Consultiva do Património, instrumento que havia sido criado com enquadramento do PDM, Plano Director Municipal. Foi no entanto avançado que a Câmara Municipal iria certamente apresentar um novo modelo de comissão consultiva.

Posteriormente através de comunicado de 21 de Junho tomamos posição pública e posterior reforço de posição em Julho. Preocupações semelhantes às da ADERAV foram aliás manifestadas igualmente por outros elementos da CCPE, designadamente representante de Núcleo de Arquitectos de Aveiro e representante da Direcção Regional de Cultura do Centro, salientando mesmo o facto de avançarem demolições e obras em edifícios sobre os quais existiu prévio parecer negativo da Comissão.

Para além daquela Comissão, foram realizadas chamadas de atenção pontuais como nos exemplos seguintes.

Destruição de painel de azulejos em Aveiro

A ADERAV motivou um alerta público face à destruição de um painel de azulejos de Na Sr.ª da Conceição em Aveiro. Enviamos, com grande eco na imprensa, o seguinte comunicado:

SOS para os azulejos de Aveiro: ADERAV CONDENA DESTRUIÇÃO DE PAINEL DE AZULEJO EM OBRA DA RESPONSABILIDADE DO. MUNICÍPIO DE AVEIRO
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A ADERAV tomou conhecimento no dia 6 da destruição de um painel de azulejo com invocação de N.ª Sr.ª da Conceição num edifício devoluto adjacente à capela do Seixal, situado na rua Guilherme Gomes Fernandes, em Aveiro, ao que tudo indica um imóvel propriedade da Câmara e cuja demolição é da sua responsabilidade.

O referido painel de fabrica da Aleluia corresponde a uma série que nos anos 40 do século XX foi produzida para assinalar o tricentenário da proclamação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal em 1946, existindo vários exemplares, nomeadamente na região de Aveiro.

O facto traduz uma chocante falta de sensibilidade pelo património azulejar municipal, numa atitude totalmente incompreensível quanto é certo que a Câmara de Aveiro foi uma das pioneiras na criação de um "banco de azulejos" possuindo um Plano de Preservação do Azulejo de Aveiro, iniciativa que mereceu da ADERAV um rasgado elogio público aquando do seu anúncio.

A ADERAV, sem querer de forma alguma ver-se envolvida em polémicas eleitorais, não pode pelo simples facto de nos encontrarmos num período de campanha, considerar que se vive um período de laxismo na defesa do nosso Património, deixando passar uma falha que consideramos de extrema gravidade. A ADERAV deu conhecimento à Câmara Municipal das suas preocupações perante este caso e salienta que o mais importante neste momento é que, caso não haja recuperação possível, sejam tomadas medidas para que não se repitam situações como a presente.

Recorde-se que qualquer intervenção, incluindo as demolições, sobre o edificado existente dentro de "Zonas de Protecção" de monumentos classificados, necessita de autorização da tutela do património. O edifício em causa está dentro da ZP da Denominada Casa do Seixal, classificado como IIP (Imóvel de Interesse Público) pelo nº 67/97, do Diário da República 301 de 31 de Dezembro de 1997, com proposta de ZEP (Zona Especial de Protecção) pela Direcção Regional da Cultura do Centro em 22 de Julho de 2009.

A ADERAV reforça ainda nesta como em outras ocasiões a pertinência do acompanhamento por técnicos devidamente credenciados (nomeadamente da valência da arqueologia) sempre que estejam em causa áreas historicamente sensíveis, não deixando ao critério das empresas de construção civil contratadas, a responsabilidade exclusiva dos trabalhos a efectuar, sendo certo que não cabe a estas uma "cultura do património" que é obrigação das autoridades.

A ADERAV pretende, com esta chamada de atenção, alertar para a necessidade de toda a sociedade aveirense e em particular das entidades públicas, impedirem a delapidação de uma das formas mais expressivas do património português e de Aveiro, em particular, os azulejos.

As fachadas da cidade começam elas próprias a ficar deploravelmente desprovidas de azulejos contribuindo para uma calamidade ao nível do património, situação esta que justificou a nível nacional a criação pela Polícia Judiciária de um programa – SOS Azulejo – do qual tivemos aliás já uma apresentação em Aveiro.

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Moinhos de Aveiro

Em 2009, assinalámos o dia dos moinhos, 7 de Abril, a ADERAV chamou a atenção para o estado de abandono dos dois últimos exemplares em perímetro urbano em Aveiro, com o seguinte comunicado:

Em Aveiro os moinhos são antros de lixo e degradação.

Comemorando-se a 7 de Abril o Dia Nacional dos Moinhos, a ADERAV não pode deixar de chamar a atenção pública para o estado de abandono e degradação em que se encontram os dois únicos moinhos da cidade de Aveiro.

O moinho "Bom Jardim", conhecido por moinho dos Bóias, situado logo à entrada da cidade no final da A25, próximo do pavilhão do S. C. Beira-Mar, na margem norte do canal do Paraíso, tem sofrido um total desprezo, estando aberto e exposto ao vandalismo, pejado de lixo e cheiros nauseabundos, sendo resguardo de quem ali se recolhe para vergonha dos aveirenses.

O moinho "Bom Jardim" é um moinho de vento construído em pedra vermelha de Eirol e cantarias de granito. A ADERAV defende que, pelo menos este exemplar, uma vez recuperado e requalificado, poderia ser um excelente cartão-de-visita de Aveiro e um memorial da actividade tradicional de moagem
na zona da Ria de Aveiro.
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A ADERAV, a exemplo do que ensaiou nos anos 80, retomará uma campanha pela recuperação deste património molinológico,

O outro moinho de Aveiro, o de Esgueira, é no entender de especialistas, talvez a construção mais antiga de Aveiro (documentada desde o reinado de D. Dinis e só por isso mereceria algum carinho e atenção.

Barreiro de Aveiro

Sobre a preservação do Barreiro da antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos, emitimos o seguinte comunicado de imprensa:

O BARREIRO NÃO SABE NADAR
ADERAV PREOCUPADA COM DEPOSIÇÃO DE ENTULHOS NO BARREIRO DE AVEIRO, DEFENDE A SUA MANUTENÇÃO COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL DO PATRIMÓNIO NATURAL E INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA.

A ADERAV tomou conhecimento do avanço de deposição de entulhos na área anteriormente vedada do Barreiro da antiga fábrica Campos, precisamente junto aos serviços da Câmara Municipal de Aveiro – Centro Cultural e de Congressos de Aveiro.

O antigo barreiro da fábrica Jerónimo Pereira de Campos, do qual se extraíram durante décadas as argilas para a produção de telhas e tijolos, tem sido reconhecido como um local de importância patrimonial, como memória paleontológica e geológica do período Cretácico, sendo considerado o "único e último" testemunho dessa época na nossa região por personalidades científicas como o Prof. Galopim de Carvalho.

A ADERAV considera que o barreiro de Aveiro deve ser preservado e utilizado para fins educativos, de divulgação científica e mesmo turísticos, devidamente contextualizado.

A eventual destruição do Barreiro, ou mesmo o comprometimento da sua leitura por força de projectos imobiliários, constituiria um acto grave de desprezo pela cultura científica e pelos valores civilizacionais actualmente considerados por instituições como a UNESCO.

A ADERAV apela assim à Câmara de Aveiro para que não permita a descaracterização do barreiro e promova antes a sua salvaguarda e fruimento pelos aveirenses e visitantes, nomeadamente os estudantes.

Recordando a célebre campanha cívica que levou à preservação da arte rupestre do Côa, afirmamos também que o "Barreiro não sabe nadar" e precisa da ajuda de todos os cidadãos para que se respeite uma memória geológica de milhões de anos que Aveiro tem o privilégio de ainda possuir.


Albergaria-a-Velha, adaptação do Palacete da Boa Vista a Biblioteca Municipal

O projecto da nova Biblioteca Municipal, da autoria do arquitecto Eduardo Costa Ferreira, implicando a adaptação do antigo palacete da Boa Vista, onde se destacam nove telas de Domingos da Costa (1910), mereceu a nossa atenção, tendo sido contactada a Câmara Municipal que forneceu garantias de preservação do património ali existente, sem prejuízo da importante intervenção a efectuar:
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Em Junho de 2010, face a receios sobre o projecto de remodelação "não acautelar a defesa do seu património", a ADERAV manifestou junto do presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha "a sua preocupação".

Na resposta, o presidente da Câmara de Albergaria, João Agostinho garantiu que "as obras de arte de interesse irão ser preservadas" e os trabalhos acompanhados por "técnicos especializados com experiência no restauro de obras dos mesmos autores".

A ADERAV salientou que vê "de forma positiva" o envolvimento do Estado, autarquias ou de privados em "dar novas utilizações para edifícios com valor estético, histórico ou arquitectónico", desde que acautelado o património.

As novas funcionalidades podem ser, assim, "uma forma realista de contribuir para a defesa do património, desde que acautelados os valores em causa".

Em comunicado, a ADERAV aproveitou para apelar às entidades municipais para promoverem as classificações como imóveis de interesse municipal, "processo que garante a manutenção do património que constitui uma mais-valia para qualquer concelho".


Obras na Capela de S. Gonçalinho em Aveiro

Alertada por associados preocupados com avanço de obras na Capela de S. Gonçalinho em Aveiro, integrada em Zona Especial de Protecção desde 2003, a ADERAV comunicou o facto em 22 de Junho de 2010 junto da Direcção Regional de Cultura do Centro. A nossa intervenção motivou uma deslocação dos serviços da DRCC ao local tendo sido realizada uma reunião in loco, envolvendo Câmara Municipal de Aveiro; Paróquia; Fábrica da Igreja; Empresas adjudicatárias: CACO3 e Bolamar e a Direcção Regional de Cultura do Centro.

Na reunião realizada no local, pode verificar-se que estavam a decorrer, entre outros, os seguintes trabalhos: restauro dos elementos pétreos; reparação/consolidação da cúpula; reparação de revestimento azulejar da cúpula; substituição de pavimento da capela; reparação de rebocos; remoção de elementos metálicos da fachada e cobertura.

Encontrava-se instalado um andaime envolvendo integralmente este imóvel quer interiormente que na parte exterior.

Os técnicos da DRCC pronunciaram-se no sentido de que, estando este imóvel se classificado como Património Nacional, qualquer intervenção que se encontra sujeita a aprovação prévia do Ministério da Cultura através das entidades que exercem essa função, no entanto consideraram as intervenções efectuadas "adequadas", sugerindo a suspensão até competente regularização formal.


Parque da Sustentabilidade

Na sequência da campanha desenvolvida pela ADERAV em prol da recuperação do monumento nacional constituído pelas igrejas geminadas de St.º António e de S. Francisco em Aveiro (vd. Patrimónios Nº 7) e como corolário de múltiplas reuniões e contactos com diversas entidades entre as quais a Câmara Municipal de Aveiro, a Diocese de Aveiro, a Direcção Regional de Cultural IGESPAR, o Governo Civil de / 199 /  Aveiro, a Universidade Católica do Porto, entre outras, as nossas propostas foram
acolhidas em sede de candidatura Parque da Sustentabilidade apresentada pelo município de Aveiro ao QREN e aprovada.

O Parque da Sustentabilidade é um projecto vasto de intervenção apoiado pelo QREN / Mais Centro – Programa Operacional Regional do Centro Eixo 2 – Desenvolvimento das Cidades e dos Sistemas Urbanos, Parcerias para a Regeneração Urbana cujo valor global é de 13 995,785 € (estando previstos na candidatura 800 000 € para a recuperação das igrejas "geminadas").

A ADERAV é assim uma das entidades parceiras do Parque da Sustentabilidade, que integra ainda: Câmara Municipal de Aveiro, Universidade de Aveiro, Junta de Freguesia da Glória, Inova-Ria, Clube de Ténis de Aveiro, Filarmónica das Beiras, Associação Comercial de Aveiro, na qualidade de Parceiros Investidores e ainda Companhia de Teatro "O Efémero", Amigos do Parque, Associação Água Triangular, Conservatório de Música de Aveiro, Florinhas do Vouga, Ordem Terceira de S. Francisco, QUERCUS Aveiro e finalmente os "Actores Nacionais", IHRU Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, IGESPAR Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, LP.

O Projecto suscitou em Aveiro um amplo debate, tendo o presidente da direcção da ADERAV efectuado uma intervenção na discussão realizada na sessão especial da Assembleia Municipal Municipal de Aveiro. A posição da ADERAV foi contrária a rejeição do projecto realçando a oportunidade única para a resolução do problema da degradação do monumento nacional igrejas de St.º António e de S. Francisco, sem prejuízo dos ajustamentos parciais a fazer ao projecto.

Face ao repto lançado por um grupo de cidadãos, "Plataforma Cidades", a direcção enviou a resposta seguinte:

Resposta a Plataforma Cidades:

A Direcção da ADERAV reunida em 16 de Junho apreciou, entre outros assuntos, o Apelo aos Parceiros no Parque da Sustentabilidade, o qual nos merece os seguintes comentários:
1. A ADERAV é uma instituição com 30 anos, congregando já diferentes gerações, na defesa dos valores do Património e da Cultura da Região de Aveiro.
2. Aquando da candidatura ao QREN, fomos convidados para entidade parceira, como consequência natural do nosso empenhamento na recuperação do património, em particular das igrejas geminadas de St.º António e de S. Francisco em Aveiro, conjunto situado no âmbito da intervenção Parque da Sustentabilidade.
2. A ADERAV viu e vê na candidatura aprovada uma oportunidade única de recuperação de um monumento nacional de outra forma condenado ao abandono e degradação, mais agora neste contexto recessivo em que o país vive.
3. O Parque da Sustentabilidade foi objecto de discussão pública e as entidades da parceria foram conhecidas do grande público. Aceitando que as opções constantes dos vários projectos podem ser discutíveis, de acordo com as diferentes sensibilidades estéticas e até técnicas, valorizamos o todo e o
benefício da intervenção perante um cenário de decadência quase irreversível do parque infante D. Pedro.

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3. Como entidade parceira, é nosso entendimento que, estando embora atentos ao pulsar, às sugestões e criticas que vão emanando de certos actores da sociedade civil, será no âmbito da relação institucional que devemos pautar a nossa actuação.
4. A ADERAV manifesta desde já a sua abertura e disponibilidade para fazer eco das preocupações dos cidadãos signatários na sede própria.


Museu Etnográfico de Requeixo

Numa acção concertada com a Confraria dos Ovos Moles de Aveiro, o presidente da ADERAV, Luís Souto e o vice-presidente daquela confraria, Dr. Pedro Melo Freitas deslocaram-se em 1 de Outubro a Requeixo a convite dos responsáveis pelo Museu Etnográfico de Requeixo. Este espaço museológico municipal lançado em 1997 encontra-se hoje bastante degradado e a necessitar de claramente de ser repensado devendo desde já ser salvaguardado o seu espólio.


Outras iniciativas Formação para facilitadores de Ecoclubes

A ADERAV promoveu em 24 de Janeiro de 2009 no Centro Universitário Fé e Cultura, uma acção de formação de um1 dia inteiro, abrangendo os seguintes tópicos:

– Rede Internacional de Ecoclubes
– Diagnóstico de problemas locais ambientais e sociais
– Metodologia de projecto.
– Promoção e financiamento de actividades.
– Ecoclubes na região centro.

A acção contou com a colaboração do movimento ecoclubes internacional.

OTL

Em 2009 retomámos a nossa participação no programa de Ocupação de Tempos Livres destinado a jovens, tendo participado 4 jovens durante 2 semanas em tarefas de catalogação dos fundos bibliográficos da ADERAV.


Roteiros e Visitas

Visita Guiada à exposição "Aveiro: dos Artefactos à Escrita"

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A exposição integrada nas Comemorações dos 1050 anos da primeira referência escrita a Aveiro, que está patente na galeria da sede da Assembleia Municipal, edifício da Antiga Capitania de Aveiro, no dia 21 de Março de 2009 pelas 15:00h, orientada pelos Comissários Científicos, Sónia Filipe e Paulo Morgado.


Visita guiada ao Museu de Aveiro

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O Museu de Aveiro constitui uma instituição incontornável quando se pensa o património de Aveiro e até do país. Tendo presentes as importantes obras de remodelação efectuadas entre 2006 e 2008, impunha-se uma visita aberta aos associados da ADERAV, o que se efectuou em 30 de Janeiro de 2010 sob a orientação da directora, Dr.ª Ana Margarida Serra Ferreira.

Bike-Paper – À Descoberta do Património de Aveiro
 

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O "Bike-Paper – À Descoberta do Património de Aveiro" foi uma iniciativa conjunta da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) e da Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro (AAAUA).

Os objectivos deste evento são: contribuir para a divulgação e valorização do património cultural e do ambiente urbano de Aveiro, bem como para a promoção da utilização da bicicleta enquanto veículo de transporte sustentável, não poluidor, perfeitamente enquadrado na cidade de Aveiro. Esta iniciativa conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, da Junta de Freguesia da Glória e da Massa Critica.

Organizámos já duas edições do Bike-paper. em 7 de Junho de 2009 e atendendo ao sucesso da primeira edição, realizou-se em 11 de Julho de 2010, nova prova.

O Bike-Paper constitui uma actividade cicloturística, de recreio, que visa testar os conhecimentos dos participantes sobre a cultura local, bem como testar a sua capacidade de orientação e improviso face às dificuldades e desafios que o guião-questionário suscita.

Contámos com apoio, entre outros, da Junta de Freguesia da Glória.

O percurso do bike-paper ao longo de 6kms, desde o Centro da Cidade, iniciando na Praça da República junto à sede da ADERAV, terminando no Campus Universitário.

A iniciativa teve referências nos seguintes locais de divulgação pública: em massa crítica, facebook; AAAUA (facebook, website institucional); Câmara Municipal de Aveiro (website institucional); Portal Ecclesia; Jornal O Concelho de Estarreja; Go2Aveiro (Blog); Amigos do Cáster (website); Portal de Aveiro além de cobertura na imprensa local.
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Congresso Internacional de História Local – Património Histórico e Documental de Aveiro e Jornadas de História e Património

As Jornadas constituem um ponto de encontro dos historiadores e investigadores da história local com os aveirenses interessados na memória Em 2009, as Jornadas integraram-se nas comemorações dos 250 anos sob a elevação de Aveiro a cidade, assumindo estatuto de Congresso "Congresso Internacional de História e Património de Aveiro - Aveiro 250 anos" realizando-se nos dias 4 e 5 de Junho, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro.

O Programa do congresso foi o seguinte:


Quinta-feira, 4 de Junho
8.30 Horas – Recepção da documentação.
9.00/9.30 Horas – Sessão de Abertura
– Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
– Presidente da ADERAV
– Governador Civil de Aveiro
10.00 Horas – Orador Convidado: José Mattoso – Entre mouros e cristãos no século XI.
10.30 Horas – Intervalo para café
História Local
Moderador: Silvestre Lacerda – Director da Direcção Geral de Arquivos
11.00 Horas – Manuel Carvalho – José Estêvão
11.20 Horas – João Viana Machado – Manuel Mendes Leite
11.40 Horas -– Manuel Fernandes Thomaz – João Jacinto de Magalhães: fabricante de instrumentos, inventor, agente e filósofo
12.00 Horas - Paulo Morgado, Isabel Pereira, Fernando Almeida e Sónia Filipe – O arqueosítio da Agra do Crasto
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12.20 Horas – Debate
14.00 Horas – João Luís Carrilho da Graça, Maria da Luz Nolasco e Margarida Almeida
Recuperação da Capela de S. Tomás de Aquino – um projecto de instalação de arte contemporânea em espaço sagrado
14.20 Horas – António Vieira – Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF) entidade agregadora em Portugal no projecto Europeana Local
14.40 Horas – António Augusto Simões Rodrigues – Para outras leituras da História da Educação – o papel da arquitectura escolar
15.00 Horas – António Manuel Matoso Martinho – Nascimento e crescimento do ensino técnico – A Escola Industrial de Aveiro
15.20 Horas – Isabel Dâmaso Santos – Bilocação de Santo António: o santo, o milagre e a tela (a propósito de uma Pintura do Museu de Aveiro)
16.00 Horas – Intervalo para café
14.00 Horas – Paulo Celso Monteiro – Estratégias de divulgação do Arquivo Distrital de Aveiro
16.35 Horas – Ana Clara Correia – Aveiro memória do feriado municipal
16.55 Horas – Turismo Centro de Portugal
17.15 Horas – Administração do Porto de Aveiro
17.15 Horas – Debate Final
Sexta-feira, 5 de Junho
9.30 Horas – Orador Convidado: Galopim de Carvalho – Dois Tipos de Património que se completam Património Natural
Moderador: Luís Souto – Presidente da ADERAV
10.15 Horas – Clara Sarmento – O Barco Moliceiro: Um Património em Perpétuo Movimento
10.30 Horas – Vítor Carvalho – A indústria da construção naval na afirmação da área económica de Aveiro
10.45 Horas – Filomena Martins – As "Vidraças" Partidas do "Palácio do Céu" ou a Morte anunciada dum património natural
11.00 Horas – Intervalo para café
11.15 Horas – Francisco Coelho – Microbiologia ambiental. potencial biotecnológico da Ria de Aveiro
11.30 Horas – Adelaide Almeida, A. Cunha, N. Gomes, L. Santos, S. Salvador e A. Gomes – Evaluation of the impact of two aquaculture systems on bacterial communities of the estuarine system Ria de Aveiro
11.45 Horas – Celso Gomes – Argila, chão de Aveiro, factor importante de desenvolvimento económico e social
12.00 Horas – Rosa Pinho e Lísia Lopes – Herbário da Universidade de Aveiro – Um Valioso Património
12.15 Horas – Helena Silva – Património aforístico da região de Aveiro: identificação de plantas ao alcance de todos
12.30 Horas – Debate final
12.50 Horas –Sessão de Encerramento
Presidente da ADERAV
Presidente da CMA
14.00 Às-17.30 horas – Visita de Estudo
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Em 2010 dia 15 de Outubro pelas 9h30 foi o centenário da República o tema central.

O Programa das jornadas 2010 foi o seguinte: 09.30 Horas – Abertura solene dos trabalhos presidida pela Vereadora do Pelouro da Cultura e pelo Presidente da ADERAV – Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro.
09.50 Horas – Intervalo
   
 

Momento das Jornadas de História e Património Local em 2010: da esquerda para a direita, Luís Souto, Flávio Sardo, Paulo Morgado e Mons. João Gaspar. (Foto do Diário de Aveiro, adaptada).

 

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I Sessão de Trabalho: Manhã
Moderador: João Paulo Rodrigues – ADERAV
5 de Outubro – os homens e as ideias
10.20 Horas – João da Rocha Pinho (Autoridade Florestal Nacional) – "As Florestas, República e o Distrito de Aveiro";
1 0.40 Horas – Intervalo para café
11.00 Horas – Ana Paula Lima e Helena Isabel Medeiros – (Arquivo Histórico Parlamentar) – "A 1ª República no Arquivo Parlamentar"
11.20 Horas – Manuel Ferreira Rodrigues – "Cidadania, Caridade, Desprezo social atávico nas primeiras creches em Aveiro, Murtosa e Ovar".
11.40 Horas – Debate
II Sessão de Trabalhos: Tarde
Moderador: Paulo Morgado (ADERAV)
14.30 Horas – Luís Souto – "Ilusões e Desilusões de um republicano: traços do percurso da vida pública de Alberto Souto entre o final da monarquia e o Estado Novo"
14.50 Horas – João Gonçalves Gaspar – "A República em Aveiro"
15.10 Horas – Flávio Sardo – "A República em Aveiro e seus antecedentes".
15.20 Horas – Debate
Encontro Santo António e S. Francisco, vida, arte e património. As Igrejas geminadas de Santo António e S. Francisco em Aveiro
Sábado 18 Julho CUFC Aveiro.
Este Encontro, destinado a manter a atenção sobre o conjunto das igrejas geminadas de Aveiro, teve o seguinte Programa:
9.00 Horas – Abertura e A intervenção da ADERAV na defesa do património das igrejas de St.º António e S. Francisco. Doutor Luís Souto Presidente da ADERAV.
9.30 Horas – St.º António na iconografia. Dr.ª Isabel Dâmaso dos Santos, Universidade de Lisboa.
10.00 Horas – A Ordem Terceira, passado e presente (membro da OT)
11.00 Horas – Isabel da Luz de Figueiredo por Dr. Amaro Neves
11.15 Horas – Visita guiada às igrejas geminadas.

Protocolos e Representação

Teatro Aveirense
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Foi realizado um protocolo com o TAV o qual permite a frequência das actividades em condições vantajosas para sócios e dos amigos do teatro aveirense em relação a acções da ADERAV, bem como a divulgação de actividades.

Aveiro City Point e ADERAV
Princípios provisórios de gestão dos livros e revistas à consignação

O presente documento serve para reger os princípios subjacentes à comercialização de publicações na Loja Aveiro City Plinto, afecta ao Museu da Cidade de Aveiro provenientes da ADERAVe que se pautam pelos seguintes parâmetros, previstos nas Normas Regulamentares do Museu da Cidade de Aveiro.

Escola Secundária Mário Sacramento

A ADERAV viu reconhecida a sua participação no Conselho Geral Transitório da Escola Secundária Mário Sacramento como elemento co-optado da comunidade local, sendo novamente convidada a participar no Conselho Geral da mesma escola.

Participação nas comemorações dos 250 anos da freguesia da Glória

Em 2010 a ADERAV foi uma das instituições convidadas pela Junta de Freguesia da Glória presidida pelo Sr. Fernando Marques para as comemorações do seu 175º aniversário. A ADERAV esteve presente na sessão realizada no Teatro Aveirense e o presidente da nossa direcção publicou um texto alusivo à efeméride (disponível em

http://www.prof2000.pt/users/avcultur/GloriaAv/175Anos/page220.htm

Audiências
Com Vereadora Ana Vitória, com objectivo de esclarecer atrasos de verbas a favor da associação, em 27 de Julho 2010.

Reunião com vereadora de cultura e serviços de cultura sobre comemorações da República em Aveiro, 22 de Setembro de 2010.

Edições e Publicações

Em 2009 a ADERAV teve uma actividade editorial considerável, tendo sido publicadas a Revista "Patrimónios" Número 7; o livro Terras do Vouga, da autoria de Delfim Bismarck; o livro Isabel da Luz de Figueiredo: me cenas e benemérita de Amaro Neves; o livro O Apelido Gamellas um património histórico e sociológico de Aveiro da autoria de Francisco Gamelas.
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Note-se que foram organizados eventos de lançamento para todas estas publicações, com elevada participação de associados e público em geral.

Também importa referir o importante trabalho de angariação de patrocínios e de apoios, sendo certo que no caso das obras de autor, os mesmos foram parte activa na mobilização de financiamentos que viabilizassem a edição.

Já em Novembro de 2010 foi lançada a obra de Delfim Bismarck Ferreira e Rafael Marques Vigário "Albergaria-a-Velha 1910 – da Monarquia à República". Dirigiu a sessão o vereador da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, Dr. José Licínio Pimenta, o qual usou da palavra para enaltecer o trabalho dos autores e felicitá-los por mais esta obra. Seguiu-se a intervenção do Dr. Luís Souto, presidente da ADERAV (Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro), o qual na qualidade de editor fez a apresentação biográfica dos autores. De imediato interveio o Dr. Rafael Vigário, dando uma panorâmica geral de como era o país em 1910, e fazendo uma breve análise da população do concelho naquela época, bem como uma síntese sobre a emigração e suas características. A concluir, foi a vez do Dr. / 210 / Delfim Bismarck Ferreira, o qual fez uma apresentação com projecção de dezenas de imagens de Albergaria-a-Velha da época, sintetizando o estudo apresentado e culminando com uma breve análise da famílias e alcunhas albergarienses, o que foi de grande agrado para as mais de centena e meia de pessoas que encheram completamente o Salão Nobre.

Conversas à volta do Património

Em 2010 A ADERAV, com o apoio do Diário de Aveiro, propôs aos aveirenses uma série de "conversas", discussões no formato informal de tertúlia em volta de temas relacionados com o Património. As lançámos as tertúlias Conversas à volta do Património.

A tertúlia Museus e Espaços Museológicos em Aveiro, Que futuro? realizou-se na Casa Municipal da Cultura, Edifício Fernando Távora em 19 de Março de 2010 pelas 21 horas contando com a participação da directora do Museu de Aveiro, Dr.ª Ana Margarida, da vereadora da câmara municipal de Aveiro, Maria da Luz Nolasco e da responsável pela Fábrica - Ciência Viva, a professora da Universidade de Aveiro, Ivone Delgadilho. A discussão teve por base a intenção do governo de transferir a gestão de alguns museus para autarquias e outras entidades, aproveitando para uma reflexão sobre o futuro que se perspectiva para os museus e espaços museológicos em Aveiro.

A segunda Conversa à Volta do Património incidiu sobre o tema A árvore e os espaços verdes no meio urbano. Há biodiversidade na cidade?

Os animadores desta tertúlia foram: Nuno Lecoq, Arquitecto Paisagista, Ricardo Vieira de Melo, Presidente do Núcleo de Arquitectos da Região de Aveiro, José Carlos Mota, Mestre em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano, Rosa Pinho, Bióloga, Responsável pelo Herbário do Departamento de Biologia da UA, Luís Souto, Presidente da ADERAV e Maria da Luz Nolasco, vereadora da Câmara Municipal de Aveiro.

ADERAV nas notícias (alguns exemplos)

ADERAV apresenta em Albergaria o livro "Albergaria-a-Velha 1910 – da Monarquia à República" [ln Noticias Ribeirinhas].

No ano em que se comemoram os 100 anos da implantação da República, a Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) apresenta, no Salão Nobre dos Paços do Município, no dia 6 de Novembro (17h00) o livro "Albergaria-a-Velha 1910 / 211 / da Monarquia à República" da autoria dos historiadores Delfim Bismarck Ferreira e Rafael Marques Vigário.

O dia 5 de Outubro de 1910 na Vila de Albergaria-a-Velha foi igual a tantos outros. Só no dia 6, pelas 11h00 da manhã, foi recebida a notícia da proclamação da república em Portugal, mas isto por meio de informações particulares, pois na altura as comunicações telegráficas e postais eram fracas na região.

No dia seguinte, chegaram as primeiras notícias oficiais e pelas 16h15, alguns rapazes içaram uma bandeira republicana nos Paços do Concelho, atiraram alguns foguetes e a Philarmonica Albergariense percorreu as ruas da Vila. Mas será que o povo se juntou à festa?

Esta obra, que resulta de um estudo profundo da época e conta com o apoio da Câmara Municipal, revela dados curiosos sobre como os Albergarienses viveram a queda da Monarquia e o nascer de uma nova era, que se esperava mais próspera.

07-07-2010
Aveiro: ADERAV quer vigilantes a defender património [Diário de Aveiro]
Associação denuncia "saque" de peças com "significado histórico" e apela ao "reforço da vigilância de toda a comunidade".
A Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da região de Aveiro (ADERAV) defende a criação de equipas de "vigilantes do património urbano e natural" para combater o roubo ou a destruição de bens públicos.
A par com o roubo de azulejos, visto como um "verdadeiro flagelo nacional', a instituição presidida por Luís Souto denuncia o "saque inadmissível de elementos do património urbano plenos de significado histórico".
É o caso do "desaparecimento" de uma das placas colocadas junto à estátua de José Estêvão, onde se destacava uma coroa em bronze com a inscrição "A José Estêvão Coelho de Magalhães. Agosto. O Grande Oriente Lusitano Unido. 1889:
Este "roubo" já foi comunicado à Polícia Judiciária, revelou a ADERAV, que pediu igualmente "esclarecimentos" à Câmara de Aveiro.

ADERAV sugere criação de corpo de vigilantes do património urbano.
Aveiro 2010-07-07 [Rádio Terra Nova]
A Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da região de Aveiro sugere a criação de vigilantes do património urbano aproveitando a crise de desemprego. Proposta apresentada na sequência de um pedido de esclarecimento sobre o "desaparecimento de uma das placas memoriais junto à estátua de José Estêvão onde se destacava uma Coroa em bronze com a inscrição: A José Estêvão Coelho de Magalhães. Agosto. O Grande Oriente Lusitano Unido. 1889": A ADERAV diz ter a informação de que se tratou de um roubo, já reportado à Polícia Judiciária.
Ainda durante o dia de ontem, a ADERAV disse ter apelado à Câmara de Albergaria-a-Velha para que cuide dos elementos do antigo palacete da Boa Vista, um exemplar datado de 1900, a transformar agora em Biblioteca Municipal. Diz que a opção é positiva mas pede atenção aos estuques e pinturas de um dos ex-líbris do concelho. O autarca João Agostinho terá garantido que "as obras de arte de interesse irão ser preservadas e as obras acompanhadas por técnicos especializados com experiência no restauro de obras dos mesmos autores"
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Aveiro: Carrilho da Graça recupera capela em ruínas na Fonte Nova [Diário de Aveiro, citada no site arquitectura.pt]
Arquitecto vencedor do Prémio Pessoa 2008 elabora projecto de reabilitação. Edifício irá albergar colecção de arte contemporânea.
O arquitecto João Luís Carrilho da Graça, vencedor da edição de 2008 do prestigiado Prémio Pessoa, foi convidado pela Câmara Municipal de Aveiro a elaborar um projecto de recuperação da antiga Capela de S. Tomás de Aquino, na zona da Fonte Nova, que se encontra actualmente em ruínas, afirmou o vereador da cultura da autarquia, Miguel Capão Filipe.
A apresentação do projecto – no qual estão envolvidas outras personalidades, como Maria da Luz Nolasco, actual directora-geral do Teatro Aveirense – decorrerá durante o Congresso Internacional de História e Património de Aveiro, a 4 e 5 de Junho.
Depois de recuperada, a capela poderá acolher a colecção de arte contemporânea confiada à Câmara de Aveiro à luz de um protocolo celebrado com o Ministério da Cultura.
Luís Souto, presidente da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro
que organiza o congresso em parceria com a autarquia , adverte que o edifício está "praticamente em ruínas" e olha para a sua reabilitação como "muito positiva "para a salvaguarda deste património arquitectónico local.
Os detalhes do "projecto de instalação de arte contemporânea em espaço sagrado" apenas serão revelados durante o congresso, disse Capão Filipe.
Não é a primeira vez que se fala na recuperação da Capela de S. Tomás de Aquino, localizada junto à escadaria que une a Fonte Nova ao Bairro do Liceu.
O plano de pormenor do Centro, um documento aprovado pela Assembleia Municipal de Aveiro em Fevereiro de 2002 e ratificado em Conselho de Ministros em Março do mesmo ano, já alude à requalificação daquele antigo templo.
O Congresso Internacional de História e Património, no Centro Cultural e de Congressos, visa dar continuidade às Jornadas de História Local organizadas em anos anteriores, proporcionando um "espaço de debate sobre temáticas centradas nesta região ".

Luís Souto, da ADERAV, em entrevista: "O nosso problema é que os políticos viajam pouco" [Diário de Aveiro]
Presidente da ADERAV desde 2007, Luís Souto reconhece que há muito por fazer na defesa do património local. A criação de uma Sociedade de Reabilitação Urbana poderia ser uma solução para os problemas urbanísticos.
Ainda há muito por fazer em Aveiro quanto à preservação do património?
Há, O mais importante é mantermo-nos vigilantes e despertarmos as consciências. Durante muitos anos, na cidade e na região, houve uma ignorância para estas questões do património; a partir dos anos 1980 houve um despertar; e depois entrámos numa fase de algum marasmo. Neste momento, uma das prioridades é voltarmos a colocar na agenda do dia as preocupações com o património.
A ADERAV tem alguma influência junto do poder político?
A influência vem da credibilidade que se atinge. A partir do momento em que a credibilidade da reconhecida publicamente, não precisamos de andar a pedir licença aos políticos para intervir e para sermos ouvidos.
A Avenida Dr. Lourenço Peixinho reentrou recentemente na agenda política local. O diagnóstico feito sobre a situarão desta artéria não é bom.

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A avenida está a morrer – o comércio está anémico, há muitos prédios devolutos, as pessoas deixaram de lá ir... Neste momento justifica-se um SOS público. E não devemos deixar o futuro da avenida apenas nas mãos dos proprietários; alguém tem de pensar de uma forma colectiva em nome dos interesses dos aveirenses.
Viu com bons olhos a realização, por iniciativa da Câmara, de um seminário sobre a avenida?
Vejo com muito bons olhos todas as iniciativas. Infelizmente em Portugal não temos muito o hábito da participação na discussão pública, somos um povo rabugento mas que não intervém. Nesse sentido foi importante que se tivesse desenvolvido esta discussão, mas não é a primeira vez que se discute a avenida e agora é necessária acção. Motivar um fórum de discussão para ficar bem nos jornais, isso não.
E receia que isso volte a acontecer?
O receio está instalado. Só discutir não pode ser, queremos que se passe à acção. Muitas vezes põem-se as pessoas a falar e depois não se tiram consequências. É preciso aproveitar os focos de atenção que foram dirigidos para esta questão no sentido de arrancar com uma acção, e há coisas pontuais que se podem fazer sem estar à espera de um plano muito elaborado.
Como por exemplo?
Na área do espaço urbano há pequenos gestos que se podem fazer, como transformar o topo da avenida em área pedonal, o que é perfeitamente viável, promovendo actividades para começar a trazer pessoas.
Que tipo de actividades?
Muitas vezes há a Ideia de que a cultura não traz dinheiro no imediato, mas temos de ter a perspectiva do longo prazo. Há actividades que a autarquia pode dinamizar, juntamente com criadores e toda a gente que trabalha na área cultural e artística. Existe um eixo com dois pólos, a antiga Capitania e a antiga estação – que está subaproveitada, para não dizer completamente desaproveitada –, e entre estes dois edifícios pode haver uma programação cultural, artística e recreativa desde já, não é preciso estar à espera de iniciativas megalómanas e muito dispendiosas. As pessoas vêm atrás e com isso vem a animação do comércio e do conjunto da avenida.
A avenida está feia. Será com iniciativas como essas que se consegue atrair gente?
Há dois anos estive em Copenhaga, na Dinamarca, onde há um bairro do qual as pessoas diriam que está completamente feio e em pior estado que a avenida, com um conjunto de prédios que foram sendo abandonados e muitos deles ocupados por marginais. Mas houve a inteligência de o transformar num ponto turístico, porque há qualquer coisa de "sui generis" que foi surgindo, manifestações culturais e artísticas... É preciso é imaginação e ousadia da parte de quem tem responsabilidades ou, se não as têm, que dêem azo a quem tenha de poder intervir.
Há uns anos a ADERAV fez um levantamento sobre os edifícios com interesse arquitectónico na avenida. Esse estudo ainda serve de instrumento de trabalho?
Em 1997 e 1998 a ADERAV lançou um olhar importante e um alerta no sentido de começarmos a dar importância a alguns edifícios da avenida. As pessoas passavam por certos edifícios sem lhes darem importância. Apesar das insistentes tentativas de destruição da Casa Paris, por exemplo, que é uma marca da avenida e da cidade, instalou-se uma resistência, e hoje quem tem de decidir decide com mais precaução porque sabe que a sociedade está desperta.
Neste momento o que mais preocupa a associação?
Os desafios são muito grandes, há várias situações. Para este mandato elegemos a questão das igrejas
geminadas de Santo António e São Francisco, que é um monumento nacional – dos poucos que temos em Aveiro – e está num estado de desleixo e abandono gritante. Essa é a nossa prioridade, mas há outras situações: para além da questão da avenida, há meia dúzia de casas senhoriais que também são das
/ 214 / poucas marcas que temos anteriores aos séculos XIX e XX e seria da maior importância que fossem preservadas, mas não me parece que sf/ja esse o caminho, porque todos os sinais apontam no sentido contrário. Depois há situações recorrentes, como a casa que foi da família de Eça de Queirós de que se fala há mais de dez anos, mas o certo é que a casa continua só à espera de ir abaixo e com ela a memória de um espaço muito importante. É um pouco da nossa história colectiva que vai morrendo. Também não defendemos a manutenção de fantasmas arquitectónicos, mas queremos revitalizar os espaços com respeito pela sua memória. Um óptimo exemplo é a Escola do Adro que foi reconvertida em sede da Junta de Freguesia da Vera Cruz quando o mais fácil era pôr abaixo. Infelizmente a sina deste país é que não temos o património como prioridade, mas tenho esperança que haja um tempo em que o património não seja só um adereço que se coloca nos programas políticos.
Sente, portanto, desinteresse do Estado perante o património.
Em relação por exemplo às igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, o Ministério da Cultura devia interessar-se, mas não se interessa minimamente. O ano passado, o Presidente da República fiz uma visita ao distrito sobre as questões do património, mas não sei porquê não veio aqui. Faria sentido criar em Aveiro uma Sociedade de Reabilitação Urbana, como existe no Porto e noutras cidades do país?
Penso que esse poderia ser um modelo a adoptar, ou outro que garantisse uma gestão integrada do problema. Já existem casos de sociedades de reabilitação urbana em prática, e não precisaríamos de estar a teorizar e a pensar em como se poderia fazer. Aliás, acho que os políticos deviam viqiar muito mais; o nosso problema é que vigiam pouco. Quando vamos lá fora, refrescamos o nosso olhar e trazemos novos contributos. Não temos interesse nenhum que as pessoas que têm a responsabilidade de nos governar estejam sempre aqui enfiados. Vão ver o que está feito no Porto, onde há bairros inteiros em que se definiu um conjunto de regras de intervenção, forneceu instrumentos às pessoas como devem intervir e quais são as balizas de intervenção, ajudou em termos dos financiamentos... Em Aveiro temos o privilégio de já haver experiências noutras cidades – Lisboa, Porto e Coimbra – e agora é uma questão de ir avaliar como foram feitas essas intervenções e ver se não as podemos adaptar à nossa cidade.
Quais seriam em Aveiro as áreas de intervenção?
Teriam de ser definidas unidades de intervenção. Uma delas seria a avenida; outra o bairro da beira-mar, que é outro ponto crítico da cidade que necessita também de uma visão integrada. Ninguém pode pensar em entrar no bairro da beira-mar e começar a construir à toa. Já chega o que se passou na parte mais antiga da cidade, que é na Glória, em que quem olha julga que se trata da parte nova, já que tudo foi sendo destruído a ponto de hoje estar irreconhecível e perdeu-se a identidade do espaço. A beira-mar define uma identidade, ainda tem características próprias, embora já não haja barcos de pesca ou uma série de actividades que existia, mas continuamos a sentir o cheiro da Ria. .. E isso tem de ser mantido mesmo ao nível da construção. Muitas vezes cometem-se asneiras e atrocidades. Gostaria muito que a consciencialização para a ideia do património perpassasse os vários níveis e as várias pessoas que intervêm.
Concorda com a intervenção que está actualmente em curso na beira-mar de requalificar as fachadas de alguns casarios?
Acho muito bem. A cara lavada trouxe um colorido novo, existe uma renovação que está a trazer uma alegria importante para o bairro. Certamente vai trazer mais pessoas, mais turistas... A nossa preocupação tem a ver com os projectos urbanísticos, e quem tem de gerir o interesse público tem responsabilidade de pensar no colectivo, o que significa travar certos ímpetos e orientar as pessoas, o que certas vezes não acontece.

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A ADERAV celebra 30 anos em 2009, O que será feito para assinalar a data?
Vai ser um ano de grandes comemorações na cidade, com os 1050 anos de história documentada de Aveiro, os 250 anos de elevação a cidade e os 30 anos da ADERAV Nós propusemos à Câmara um conjunto de sugestões no sentido de associarmos as nossas comemorações. Entre elas está por exemplo a colocação de placas identificativas e descritivas junto aos pontos principais do património. Por outro lado, e entre outras actividades, queremos continuar as jornadas do património de história local que no próximo ano tudo indica que vai ser sob a forma de um congresso mais ambicioso.
A ADERAV não se esgota no património edificado, mas também no natural. Vão estar atentos ao Polis da Ria?
A Ria de Aveiro tem de ser sempre uma prioridade e vamos estar com muita atenção. Gostaríamos que quem vai gerir o programa tivesse sempre presente as várias vertentes do problema e também esta: para que as pessoas possam valorizar a riqueza da Ria é importante que a conheçam. Temos esperança que essa entidade fomente os mecanismos no sentido de que as pessoas possam fruir o património natural percebendo a riqueza e a diversidade, e assim se potenciam as actividades económicas.

Maria José Santana e Rui Cunha

Da igreja de S. Francisco [Diário de Aveiro, citado blog Pela Positiva]
Em entrevista ao "Diário de Aveiro" de hoje, Luís Souto, presidente da ADERAV, afirmou: "Os desafios são muito grandes, há várias situações. Para este mandato elegemos a questão das igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, que é um monumento nacional – dos poucos que temos em Aveiro – e está num estado de desleixo e abandono gritante. Essa é a nossa prioridade, mas há outras situações: para além da questão da avenida, há meia dúzia de casas senhoriais que também são das poucas marcas que temos anteriores aos séculos XIX e XX e seria da maior importância que fossem preservadas, mas não me parece que seja esse o caminho, porque todos os sinais apontam no sentido contrário. Depois há situações recorrentes, como a casa que foi da família de Eça de Queirós de que se fala há mais de dez anos, mas o certo é que a casa continua só à espera de ir abaixo e com ela a memória de um espaço muito importante. É um pouco da nossa história colectiva que vai morrendo, Também não defendemos a manutenção de fantasmas arquitectónicos, mas queremos revitalizar os espaços com respeito pela sua memória. Um óptimo exemplo é a Escola do Adro que foi reconvertida em sede da] unta de Freguesia da Vera Cruz quando o mais fácil era pôr abaixo. Infelizmente a sina deste país é que não temos o património como prioridade, mas tenho esperança que haja um tempo em que o património não seja só um adereço que se coloca nos programas políticos."


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