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Presépios de Barro. Séculos XVIII e XIX, "AMUSA", Dezembro/97-Janeiro/97, pág. 9.


 
 

Congratulamo-nos com o trabalho realizado pelos colaboradores do Museu de Aveiro, que se traduz neste juntar de peças avulsas e presépios dos séculos XVIII e XIX, agora em exposição, e que nos ensinam, no labor escultórico de barristas de Aveiro ou aqui fixados, um trazer para as pequenas figuras avulsas de barro vermelho ou policromo a exploração do valor expressivo dos delicados pregueados verticais das vestes, que foram muito utilizados nas esculturas em madeira e também na pedra.

Há nas figuras de barro dos presépios a reinvenção do naturalismo baseado numa nova exploração do corpo, na caracterização de vestuários e fisionomias, com as diferenças que distinguem cada barrista.

Os presépios apresentam toda uma escrita narrativa, onde ao lado da história principal se vão contando outras histórias ligadas aos costumes, à vida, à religião. Nos conjuntos escultóricos dos presépios surgem as representações das profissões e actividades populares, em figuras que também foram utilizadas em cascatas e a que chamam mascatos.

O barrista nesses conjuntos soube pôr a palidez do menino recém-nascido em contraste com as cores tisnadas dos restantes figurantes, ou a Virgem com o lenço atado como as nossas mulheres do campo, que partiam para o seu trabalho sozinhas e chegavam a casa mais ricas com um filho nos braços.

Mostra de presépios que se une às raízes dos Aveirenses por serem de barro e de barristas de Aveiro.

Aos colaboradores do Museu o nosso obrigada.

 

Claudette Albino
(Presidente da AMUSA)


 

 
 

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