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Falando de beleza e tauromaquia...

Desde muito novo que assisto a corridas de touros em Portugal e algumas em Espanha.

 

Portanto, cedo aprendi a apreciar a arte de tourear e toda a beleza à sua volta: Vi pintura e escultura, ouvi e li poesia, li romance, ouvi música.

 

Há opiniões sem conta sobre este ou aquele toureiro, sobre este ou aquele estilo, sobre este ou aquele passe executado melhor ou pior por fulano ou beltrano. Há ainda quem goste mais do toureio a cavalo do que do apeado e o seu contrario. Há até quem goste só das pegas, sendo, naturalmente, a variedade de opiniões válida em todos os casos. Há, também quem combata a festa brava no seu todo.

 

No meu caso concreto a coisa é mais simples: Gosto da beleza estética e do colorido da festa brava bem como de toda a sua envolvente cultural, detestando ferozmente quando tudo isto é aproveitado por patéticas e aborboletadas personagens, que dela tentam fazer uma espécie de banal feira de vaidades. Por isso, sugiro e sugerirei que a essa gente, ostensivamente, a ignoremos.

 

Por tudo isto, digo e tenho dito das formas mais variadas, que nas praças de touros de todo o mundo, pelo menos nas mais importantes, as empresas promotoras das corridas associadas às autarquias locais e a outras instituições que eventualmente se interessem, devem complementar as corridas, ou ajudarem a criar condições para isso, mesmo que só periodicamente, com exposições de artes plásticas com uma duração que comece uns dias antes e acabe uns dias depois da corrida em causa, dando-lhe o espaço e a importância que merecem, promovendo também nas festas taurinas anuais colóquios e/ou debates que envolvam o assunto no seu todo.

 

Este ano só tive o prazer de ter estado em dois sítios diferentes onde vi as corridas, artes plásticas e as ridículas feiras de vaidades: Destes dois sítios, é de toda a justiça destacar, pelo melhor, a Azambuja, durante o XI mês da cultura taurina.

 

Luís Jordão

Lisboa, 9/9/9  

 
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