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DO "LIVRO DAS FORTALEZAS" DE DUARTE DARMAS
edição de 1943, fac-similada da de 1520/30

A FORTALEZA DE SERPA

Pesquisa de Elsa Lopes

Serpa – Vista tirada da banda do oeste. Clicar para ampliar.
Serpa – Vista tirada da banda do oeste


«ESTÁ a vila de Serpa situada numa pequena colina a 4 km da margem esquerda do rio Guadiana, fechando a estrada que vem de Aracena e Cortegana (terras lusitanas, e que foram portuguesas até D. Dinis), passa por Rosal de la Frontera e entra em Portugal por Vila Verde de Ficalho.

É povoação muito antiga, sendo a sua fundação atribuída aos túrdulos (1), que a teriam construído no ano 840 a. C. A sua primeira fortaleza deveria ter consistido num castro lusitano, que já se teria desenvolvido até constituir oppidum, à chegada dos romanos. Muito pouco se conhece ainda da história de Serpa durante o domínio dos invasores desde os romanos aos mouros.

Sabe-se, porém, que foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques em 1166 e abandonada pouco depois por falta de gente para a povoar e defender. Tomada novamente em 1191 por D. Sancho I, tornou em breve a cair nas mãos dos mouros, até que em 1242, no reinado de D. Sancho lI, foi de vez reconquistada por D. Paio Peres Correia.

D. Dinis mandou restaurar em 1295 o castelo e as muralhas da vila, que foi repovoada com gente vinda de vários pontos do reino, passando a constituir uma praça forte da fronteira.

Serpa – Planta da fortaleza. Clicar para ampliar.

Serpa – Planta da fortaleza

Supomos que seria deste tempo a fortaleza desenhada por Duarte Darmas, depois reedificada por D. Manuel.»
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(1) Os túrdulos ou cúneos eram uma tribo de atlantes, para nós, lusitanos, que habitavam a Lusitânia Meridional, desde as terras da Tartéssia, a leste do Guadiana, e se estendiam, através do Algarve, para além do Cabo de S. Vicente (Promontorium Sacrum). Refluídos dos territórios submersos da Atlântida, para escaparem à catástrofe, emigraram para o interior, vindo fixar-se de preferência à beira dos lagos terciários, então em plena dessecação, onde livremente se podiam fixar. Vide João de Almeida, «Visão do Crente», 2.ª edição, pág. 15 e seguintes.

Serpa – Vista tirada da banda de leste. Clicar para ampliar.
Serpa – Vista tirada da banda de leste

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