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Luís Jordão

    ■  Editorial
 

A IMPORTÂNCIA DO ASSOCIATIVISMO REGIONALISTA
mais do que nunca

Mais do que se vislumbra o fenecer das actividades culturais e recreativas das casas de região, em Lisboa, e a sua consequência negativa na divulgação/defesa das culturas regionais e, por concomitância, da Lusofonia.


Durante praticamente um século, estas associações tiveram um papel da maior relevância junto de cada uma das comunidades que foram obrigadas a afastar-se do seu chão, por força da necessidade de sobrevivência e/ou evolução social, criada por erros de governação sucessiva e teimosamente perpetrados, que levaram à triste desertificação de todo o interior.

 

Por estas associações, década após década, passaram alguns dirigentes que perceberam a importância da existência destes verdadeiros veículos de ligação, destas pontes entre cá e lá. Promovendo, por isso, iniciativas que mantinham "a chama acesa" e defendiam/divulgavam a sua cultura, não deixando de se interessar e participar por tudo e em tudo o que se passava no território de origem, averbando assim, também, o orgulho da região pela sua casa na capital.


Contrariando a tendência dos que, como frutos desta globalização insensível e incontrolada/incontrolável, deixam calmamente que a sua cultura se dilua por entre as outras, entendemos que todos e cada um de nós, sem fundamentalismos bacocos, devemos defender as culturas regionais e preservar a memória, sendo um dos meios ao alcance de todos as casas de região, com ou sem delegações ou subdelegações.


Consideramos, ainda, da maior importância o Concelho Nacional das Casas Regionais, em Lisboa, criado em 2000, como sério fórum de debate. É para nós incompreensível e inaceitável o seu actual imobilismo.


Mas como no inicio dizemos, na essência, salvo débeis e raríssimas excepções, provavelmente por políticas erradas de dirigentes que não tiveram a perspicácia de entender, estas associações ano após ano vão perdendo a sua força e características, deixando que menosprezem a sua importância e valor.


Assim, é necessário e urgente mudar de rumo. É preciso voltar a encontrar gente (rodas motoras) que se esforce por entender os tempos e as pessoas, ouvindo-as e procurando ser um pólo de atracção e nunca um centrifugador.


Em suma, a hora é de acção, muita acção, uma acção criativa, séria e concertada entre este associativismo e as autarquias locais de origem.


As culturas regionais, mais do que nunca, fazem sentido e merecem a pena.

Luís Jordão
 

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