Museu de Aveiro», Vol. III, pp. 83-86.

MUSEU DE AVEIRO

As galerias do claustro destelhadas e em reparação.

PROSSEGUEM com grande actividade as obras que a Direcção Geral dos Monumentos Nacionais começou em 1935 no edifício do Museu Regional de Aveiro, antigo Convento de Jesus.

Dirige-as superiormente o ilustre arquitecto Sr. Baltasar de Castro, que tomou a peito a consolidação e restauro de toda a parte do edifício que é considerada monumento nacional e que certamente vai dirigir também as grandes obras de reconstrução / 85 / do Museu, projectadas pela Direcção Geral dos Edifícios Nacionais.

MUSEU DE AVEIRO

O graciosíssimo claustro do Convento antes das obras de reparação e consolidação de 1936-1937. (pág. 84)

Este projecto foi mandado elaborar pelo Sr. engenheiro Duarte Pacheco, quando ministro das Obras Públicas, que assim atendeu as antigas e instantes solicitações do director do Museu, tendo sido encarregado de o elaborar, o arquitecto Sr. Fernandes de Sá, novo cheio de qualidades que produziu um trabalho de relevo, digno do maior elogio.

Como, porém, a aprovação definitiva desse projecto é demorada e a sua realização não se pode completar em menos de cinco anos, o Sr. Gomes da Silva, director Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, de acordo com o arquitecto Sr. Baltasar de Castro, resolveu proceder às obras mais urgentes e que interessam à defesa da parte monumental e artística do edifício que corria grave risco, visto o estado ameaçante de ruína em que se encontrava por efeito da fragilidade dos materiais e estragos dos últimos invernos.

Outro aspecto do arranjo das galerias

Sob esta orientação procedeu-se ao emadeiramento total do coro de cima, reforço de todas as paredes, libertação do campanário das obras incorrectas e prejudiciais, impermeabilização de paredes, vedação e renovação dos telhados e janelas. Foi erguido e fortificado o pavimento do coro superior que forma o tecto do coro inferior ou sala do túmulo de St.ª Joana. Tiveram / 86 / de ser levantados todos os forros artísticos, cadeiral, talha dourada, etc.

Tudo está sendo novamente colocado com um cuidado e escrúpulo dignos de registo. O andar superior do claustro foi apeado. As velhas e apodrecidas madeiras foram substituídas por placas solidárias de cimento armado.

Marcha das grandes obras de reparação da igreja e claustro do antigo Convento de Jesus em Dezembro de 1916 e Janeiro de 1917.

As graciosas colunas, que se achavam partidas e inclinadas sob o peso desequilibrado dos telhados sem travação, foram recompostas, aprumadas e refeitas.

Está-se procedendo agora à construção de uma galeria de acesso à capela da Sr.ª do Rosário, galeria que dá um grande aspecto ao vestíbulo de entrada, e à construção do átrio para a nova escadaria, sem o que toda esta parte artística do antigo convento ficava sempre com desagradável aparência.

As obras do edifício do Museu, na parte não monumental, devem seguir-se a este ciclo, que honra sobremaneira os técnicos da nossa Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

 

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