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HUMANITÁRIA

Esta revista não ficaria completa se, por ventura, nela se não prestasse homenagem a todas as Direcções que têm gerido a administração desta Associação Humanitária e, principalmente, à que, desde 1925, vem dando o seu esforço para que os bombeiros possam desempenhar cabalmente a missão que a si mesmo se impuseram, homenagem que aqui lhe prestamos.

Sou insuspeito para escrever estas linhas porque, fazendo parte, desde aquela data, do Conselho fiscal desta Associação Humanitária, tenho acompanhado a par e passo todo o esforço desenvolvido pelos membros dessa Direcção, esforço que é de justiça apontar a fim de que todos saibam quanta dedicação e boa vontade são necessárias para se conseguir levar a efeito os melhoramentos introduzidos no material desta Associação, tendo em atenção que a falta de fundos foi e é muito grande.

João de Morais Machado
(Antigo Comandante dos Bombeiros)

O material que existia à data da posse da actual Direcção era todo braçal, pelo que esta resolveu adquirir uma moto-bomba, ainda que pequena, mas de bom rendimento, moto-bomba que prestou os seus primeiros serviços, com belíssimos resultados, no incêndio ocorrido em casa de José Maria dos S. Freire (o Parracho). Mais tarde, por oferta do Ex.mo Sr. Egas Salgueiro adquiriu-se um automóvel que foi adaptado a pronto-socorro; a seguir outra motobomba igual à primeira, depois, por oferta do Ex.mo Sr. Dr. José Maria da Silva, outro automóvel que também foi adaptado a pronto-socorro e, a seguir, a transformação e beneficiação do material já existente, pondo-o apto a ser empregado em qualquer ocasião.

Esta Associação possui também um carro Ford, oferta, em testamento, do Ex.mo Sr. Dr. Adriano de Vilhena Pereira da Cruz, automóvel que pensa transformar em automaca.

Uma das boas medidas desta Direcção foi ter segurado todos os bombeiros contra desastre ou morte ocorrida em incêndio ou exercício. É bem verdade que esta Associação tinha já a sua Caixa de Socorros mas, com o seguro efectuado pela actual Direcção, ficam melhor acautelados os interesses dos bombeiros.

Para a realização destes e doutros benefícios que aqui não aponto por desnecessários, foi preciso gastar muita soma de energia, perder muito tempo e despender de muito boa vontade e dedicação, pelo que entendo que todos temos obrigação de estarmos reconhecidos aos membros da actual Direcção.

Seria injusto também não o salientar o esforço despendido pelos dois comandantes e bem assim por todos os graduados e praças no desempenho das missões que lhes foram destinadas para se conseguir fundos precisos para se poder melhorar, como se melhorou, todo o material desta Associação Humanitária.

Aveiro, Janeiro de 1932

João Evangelista de Campos
Secretário do Conselho Fiscal

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