I - INTRODUÇÃO
A
partir da década de 1980, começaram a surgir redes de
comunicação à distância substancialmente diferentes dos
meios de comunicação então utilizados. À excepção do
telefone, dos sistemas de telecópia surgidos mais tarde e dos
sistemas de correspondência escrita, utilizados a partir do momento em que o Homem criou os correios,
a comunicação em larga escala, abrangendo vastas áreas
populacionais e cobrindo todo o planeta, era de tipo
unidireccional. Os diferentes
sistemas de difusão a grande distância, primeiro a TSF e,
pouco depois, a rádio, seguidos pela televisão, foram
reduzindo cada vez mais o planeta a uma aldeia global.
Tornou-se mais fácil e rápido saber o que se passa nos antípodas
do que com os nossos vizinhos, mesmo ao lado da nossa porta.
|
Fig.
1: Comparação
entre uma válvula electrónica, utilizada entre
as décadas de 1940 e 1960, e dois transístores,
surgidos no mercado na década de 1950. |
|
A grande revolução
na comunicação deu-se no dia em que as válvulas
electrónicas, de grandes dimensões, foram substituídas
pela capacidade operacional de um pequeno transístor. A
partir daqui, tivemos as portas abertas para a entrada
na era dos microchips. Entrámos na era dos circuitos
integrados e das miniaturizações à escala microscópica.
A revolução não podia ter sido maior. Ocorreu o fenómeno
da proporção inversa, em que a sistemas electrónicos
cada vez mais pequenos correspondem potencialidades cada
vez mais elevadas. No
espaço de cerca de 60 anos, primitivos computadores, que
ocupavam o espaço de amplas salas, muitos braços e muitas
cabeças pensantes, foram substituídos por máquinas
altamente compactas, de potencialidades e utilizações as
mais diversificadas, facilmente transportadas numa pasta e
manipuladas sem grandes dificuldades pelos mais comuns dos
mortais.
|
A nível
global, esta generalização, para dizermos banalização, dos
sistemas informáticos ocorreu essencialmente a partir
da década de 1980. Foi por esta altura que começou a ocorrer
a vulgarização dos sistemas informáticos. Deixaram de ser
instrumentos só acessíveis a avantajados poderes económicos.
Tornaram-se de utilização doméstica. E a partir da
expansão dos computadores pequenos, de preço relativamente
acessível, e da criação de redes informáticas, começaram
a surgir novas formas de comunicação à distância.
Antes
do grande «boom» da NET, nos finais da década de 1990, eram
os BBS (Bulletin Board System), utilizados por aqueles
que se interessavam pelas novas tecnologias e neles
encontravam uma forma de deixar e escrever mensagens e também
de procurar ficheiros para correrem nos computadores pessoais.
Mas, na época dos BBS, apenas uma reduzida percentagem da
terráquea população tinha acesso a esta forma de comunicação.
A partir essencialmente da segunda metade da década de 1990,
a palavra computador passou de bicharoco linguístico,
de palavrão esquisito, a uma palavra vulgar, conhecida
actualmente por qualquer bicho careta, mesmo que nunca tenha
trabalhado com nenhum. E hoje, nos começos do século XXI,
ter computador ainda não é como ter telemóvel, mas para lá
caminhamos a passos largos. Brevemente, em vez de um «tou
chim...», no meio do campo, passaremos a ter um pastor com
computador sobre os joelhos a contabilizar as ovelhas e a
registar as ocorrências pastoris e a fazer as previsões
contabilísticas para uma maior rentabilização da pastorícia.
Actualmente,
através da Internet, o Homem tem acesso a quase tudo. Não só
comunica quase à velocidade da luz com seres humanos que nem
conhece, vivendo do outro lado do mundo, como também já começa
a resolver muitos problemas negociais à distância,
oferecendo ou procurando os mais diversos serviços. E se a
Internet pode ser um local para procura de informação, de
diversão e até para questões menos lícitas e um tanto
obscuras, pode também ser um excelente meio de aprendizagem e
formação à distância.
|
Fig. 2: Navegar
na Net é hoje uma forma de obter informações e
serviços. |
Em
suma, a Internet transformou-se num poderoso meio de comunicação.
As suas potencialidades são múltiplas e, actualmente, a
produção de páginas tornou-se uma tarefa relativamente fácil.
Tão fácil, tão acessível, que até os sapateiros se
atrevem a tocar rabecão, transformando a rede mundial numa
montureira planetária, onde há de tudo para todos os gostos
e níveis de exigência e rigor, onde todas as cautelas não são
demais quando procuramos aquilo de que precisamos.
Feita
esta breve apresentação da Internet, é
chegada a altura de passarmos a um novo aspecto, antes de começarmos
a aprender a criar as páginas para instalação num servidor
público. É o que faremos no capítulo seguinte, em que
iremos indicar os requisitos e as ferramentas indispensáveis
para a criação de informação com um mínimo de qualidade e
rigor.
>>>
|