Criação de páginas com Frontpage

 
Henrique J. C. de Oliveira

I - INTRODUÇÃO

A partir da década de 1980, começaram a surgir redes de comunicação à distância substancialmente diferentes dos meios de comunicação então utilizados. À excepção do telefone, dos sistemas de telecópia surgidos mais tarde e dos sistemas de correspondência escrita, utilizados a partir do momento em que o Homem criou os correios, a comunicação em larga escala, abrangendo vastas áreas populacionais e cobrindo todo o planeta, era de tipo unidireccional. Os diferentes sistemas de difusão a grande distância, primeiro a TSF e, pouco depois, a rádio, seguidos pela televisão, foram reduzindo cada vez mais o planeta a uma aldeia global. Tornou-se mais fácil e rápido saber o que se passa nos antípodas do que com os nossos vizinhos, mesmo ao lado da nossa porta.  

Fig. 1: Comparação entre uma válvula electrónica, utilizada entre as décadas de 1940 e 1960, e dois transístores, surgidos no mercado na década de 1950.

A grande revolução na comunicação deu-se no dia em que as válvulas electrónicas, de grandes dimensões, foram substituídas pela capacidade operacional de um pequeno transístor. A partir daqui, tivemos as portas abertas para a entrada na era dos microchips. Entrámos na era dos circuitos integrados e das miniaturizações à escala microscópica. A revolução não podia ter sido maior. Ocorreu o fenómeno da proporção inversa, em que a sistemas electrónicos cada vez mais pequenos correspondem potencialidades cada vez mais elevadas. No espaço de cerca de 60 anos, primitivos computadores, que ocupavam o espaço de amplas salas, muitos braços e muitas cabeças pensantes, foram substituídos por máquinas altamente compactas, de potencialidades e utilizações as mais diversificadas, facilmente transportadas numa pasta e manipuladas sem grandes dificuldades pelos mais comuns dos mortais.  

A nível global, esta generalização, para dizermos banalização, dos sistemas informáticos ocorreu essencialmente a partir da década de 1980. Foi por esta altura que começou a ocorrer a vulgarização dos sistemas informáticos. Deixaram de ser instrumentos só acessíveis a avantajados poderes económicos. Tornaram-se de utilização doméstica. E a partir da expansão dos computadores pequenos, de preço relativamente acessível, e da criação de redes informáticas, começaram a surgir novas formas de comunicação à distância.

Antes do grande «boom» da NET, nos finais da década de 1990, eram os BBS (Bulletin Board System), utilizados por aqueles que se interessavam pelas novas tecnologias e neles encontravam uma forma de deixar e escrever mensagens e também de procurar ficheiros para correrem nos computadores pessoais. Mas, na época dos BBS, apenas uma reduzida percentagem da terráquea população tinha acesso a esta forma de comunicação. A partir essencialmente da segunda metade da década de 1990, a palavra computador passou de bicharoco linguístico, de palavrão esquisito, a uma palavra vulgar, conhecida actualmente por qualquer bicho careta, mesmo que nunca tenha trabalhado com nenhum. E hoje, nos começos do século XXI, ter computador ainda não é como ter telemóvel, mas para lá caminhamos a passos largos. Brevemente, em vez de um «tou chim...», no meio do campo, passaremos a ter um pastor com computador sobre os joelhos a contabilizar as ovelhas e a registar as ocorrências pastoris e a fazer as previsões contabilísticas para uma maior rentabilização da pastorícia.  

Actualmente, através da Internet, o Homem tem acesso a quase tudo. Não só comunica quase à velocidade da luz com seres humanos que nem conhece, vivendo do outro lado do mundo, como também já começa a resolver muitos problemas negociais à distância, oferecendo ou procurando os mais diversos serviços. E se a Internet pode ser um local para procura de informação, de diversão e até para questões menos lícitas e um tanto obscuras, pode também ser um excelente meio de aprendizagem e formação à distância.  

Fig. 2: Navegar na Net é hoje uma forma de obter informações e serviços.

Em suma, a Internet transformou-se num poderoso meio de comunicação. As suas potencialidades são múltiplas e, actualmente, a produção de páginas tornou-se uma tarefa relativamente fácil. Tão fácil, tão acessível, que até os sapateiros se atrevem a tocar rabecão, transformando a rede mundial numa montureira planetária, onde há de tudo para todos os gostos e níveis de exigência e rigor, onde todas as cautelas não são demais quando procuramos aquilo de que precisamos.

Feita esta breve apresentação da Internet, é chegada a altura de passarmos a um novo aspecto, antes de começarmos a aprender a criar as páginas para instalação num servidor público. É o que faremos no capítulo seguinte, em que iremos indicar os requisitos e as ferramentas indispensáveis para a criação de informação com um mínimo de qualidade e rigor.

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