In: Lauro António, Jerry 8 3/4, Nº 16, Algueirão, Secretaria de Estado da Reforma Educativa, M. E., SD, 28 pp.

Jerry 8 3/4

Texto de Lauro António

Brochura acerca do filme «Jerry 8 3/4» - Dim. 21x14,5 cm - Clicar para ampliar.

    O Filme
    Jerry Lewis na Comédia Americana

    Sobre Jerry 8 3/4
    Jerry Lewis - Dados biográficos
   Filmografia de Jerry Lewis
   Entrevista com Jerry Lewis

   Impressões críticas sobre Jerry Lewis

   Frank Tashlin fala de Jerry Lewis
   Bibliografia

   Videografia

   Ficha Técnica

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Jerry  8 3/4

O filme

Jerry Lewis - Clicar para ampliar.

Título Original: The Patsy; Realização: Jerry Lewis (EUA, 1964); Argumento: Jerry Lewis e Bill Richmond; Fotografia (Technicolor): Wallace Kelley; Cenários: Hal Pereira; Música: David Raksin; Montagem: John Woodcock e Russell Vites; Guarda Roupa: Edith Head; Efeitos Especiais: Paul K. Lerpae e Farciot Edouart; Produção: Ernest D. Slucksman e Arthur Schmidt/Paramount; Intérpretes: Jerry Lewis (Stanley Belt), Ina Balin (Ellen Betz), Everett Sloane (Caryl Fergusson), Phil Harris (Harry Silvar), Peter Lorre (Morgan Heywood), John Carradine (Bruce Alden), Hans Conreid (Professor Mulle...rr), Phil Foster (Mayo Sloan), Richard Deacon (Sy Devore), Neil Hamilton (Barbeiro), Jerry Dumphy (locutor de TV), Del Moore (polícia) e ainda, interpretando os seus próprios papéis, Heda Hooper, George Raft, Ed Sullivan, The Shep Brothers, Ed Wynn, Mel Thorme, Rhonda Fleming, Joe Stabile, William Wellman Jr.; Distribuição em Portugal: Sonoro Filme, Edição em vídeo: Univisão; Duração: 100 minutos (versão cinema); Classificação: Maiores de 10 anos.
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Jerry Lewis na Comédia Americana

A comédia americana teve, entre os anos 20 e 30, um período particularmente brilhante, durante o qual o burlesco foi rei. São desta época os nomes de Charles Chaplin, Buster Keaton, Mack Sennett, Harold Lloyd, Irmãos Marx, W. C. Fields, Harry Langdon, Laurel e Hardy, Chester Conckin, Mack Swain, Mabel Normand, Ben Turpin, Larry Semon, Fatty Arbuckle, Charley Chase, Andy Clide, Louise Fazenda, Joe E. Brown...

Utilizando os mais variados processos e recorrendo a figuras de características muito diversas, os actores atrás mencionados nada deixaram de pé, após a sua passagem explosiva e purificadora. Era o período das gargalhadas mortíferas que provocavam uma autêntica política de "terra queimada". Depois o burlesco atravessou um tempo descolorido e medíocre que caracterizou as duas décadas seguintes e se prolongou ameaçadoramente pelos anos de 60. Havia, ainda em 40, Capra, Leo McCarey, Frank Tashlin, Howard Hawks, Stevens, etc., alguns deles cineastas brilhantes que deram muito à comédia, mas de um humor de outro estilo − a comédia sentimental ou sofisticada. Mas tardava a aparecer o grande cómico de completa autoria. Os homens para todo o serviço abundavam, em contrapartida. Referimo-nos a Norman Taurog, Michael Gordon, Henry Koster, George Marshall, Norman Panama, Richard Thorpe, Joshua Logan, Norman Jewison (na sua primeira fase), Charles Walters, George Sydney, etc., etc. O que não quer dizer, uma vez por outra, um desses realizadores não lograsse obra de referir. Já na década de 1960, a título de exemplo, aqui deixamos alguns títulos que melhor ilustram a permanência de um género de tradições nobres nos E. U. A.: Conversa de Travesseiro (Michel Gordon), Ela e os Seus Maridos (J. Lee Thompson), Uma Americana em Paris (Robert Parrish), O Mundo Maluco (Stanley Kramer), Vêm aí os Russos (Norman Jewison), As Noivas do Papá ou Quando Ele Era Ela (Vincent Minelli), etc....

Mas os anos 60 para além de meia dúzia de revelações, rodam-se sob os auspícios de Billy Wilder (Quanto Mais Quente, Melhor; Beija-me Idiota; O Apartamento; Irma, Ia Douce; Como Ganhar um Milhão; A Vida Íntima de Sherlock Holmes, Amor à Italiana ou A Primeira Página), Richard Quine (Quando Paris / 5 / Delira, A Ingénua e o Atrevido; Como Matar sua Mulher), Blake Edwards (A Pantera Cor-de-Rosa; Um Tiro às Escuras, A Grande Corrida à Volta do Mundo; What Did You Do in the War Daddy? ou A Festa) e Jerry Lewis... Sobretudo Jerry Lewis.

Retomando a tradição dos grandes criadores (Chaplin, Keaton, Marx, Lloyd, etc.) Jerry Lewis é o "único" actor e (realizador) dos E. U. A. a poder ombrear com o nome dos seus geniais predecessores. É verdade que é preciso não esquecer um outro autor-actor revelado na década de 60, Woody Allen (que se iniciou precisamente pelo burlesco, em filmes como O Inimigo Público, Bananas, O ABC do Amor ou O Herói do ano 2000, para evoluir para uma comédia sentimental de humor mais discreto), ou um cineasta como Mel Brooks (O Falhado Amoroso; Balbúrdia no Oeste ou Frankenstein Júnior). A verdade é que Jerry Lewis, Woody Allen e Mel Brooks asseguram um lugar insubstituível ao "humor judeu" americano. É importante também não esquecer o que homens como Minelli, Edwards, Wilder ou Quine (entre alguns outros, poucos...) possam ainda contribuir para a renovação do género. Mas, por essa altura, isolado no burlesco, Jerry Lewis, é incontestavelmente o mestre, o senhor plenipotenciário de uma geração que deixou para trás, envelhecidos e roucos, Tashlin, Taurog, Marshall e quase todos os correligionários dos anos que se seguiram à guerra. Depois do riso demolidor dos irmãos Marx, depois da turbulência exaustiva de Bucha e Estica, depois do trágico lirismo de um Chaplin ou Keaton, Jerry Lewis, sobretudo a partir de 1960 (data da sua primeira realização − Jerry no Grande Hotel), aparece-nos como o mais directo continuador desses cómicos geniais.

A carreira de Jerry Lewis pode dividir-se cronologicamente em três períodos de características definidas, denunciando um esforço contínuo e sistemático de renovação, de amadurecimento de linguagem e enriquecimento de de processos.

Quando em 1949, Hal Wallis contrata a dupla Jerry Lewis-Dean Martin, oferecendo-lhe uma carreira na Paramount, ele pensava sobretudo em arranjar substitutos actuais para uma outra dupla que caía progressivamente em descrédito (Abott e Costello). Durante alguns anos, grande parte do público e a maioria da crítica teimou em ver neles sucessores menores do burlesco. Jerry Lewis, embora colocado nos "top ten" dos filmes do ano (no que se refere a receitas, logo a adesão de público), era crismado de "palhaço", mero fazedor de "caretas" gratuitas, cómico de segundo plano. Raros foram os eleitos que, para lá do aparente desinteresse de certos filmes (devidos à banalidade de alguns argumentos e à mediocridade da realização de quase todos eles), vislumbraram uma personalidade própria, um cómico de características seguras, um actor que, de obra para obra, aperfeiçoava o seu jogo, dominava os fabulosos recursos histriónicos e gestuais, impondo uma figura e por detrás dela uma personalidade.

Nesta primeira época, que vai até 1956, Jerry Lewis (sempre acompanhado por Dean Martin) interpretou dezasseis títulos que, de / 6 / um modo geral, parodiaram, de forma irregular e resultados variáveis, algumas instituições americanas e diversos "géneros, da cinematografia daquele país. Ele havia passado pelas forças armadas, satirizando o exército ("Recrutas... Sentido"), a marinha ("Marujo, o Conquistador"), a aviação, melhor dizendo, os paraquedistas ("Os Heróis do Medo"), e também as experiências atómicas e o sensacionalismo dos mass media ("O Rapaz Atómico"), o golf ("O Grande Jogador"), as corridas de cavalos ("Dinheiro em Caixa"), o filme de terror ("O Castelo do Terror"), o western ("O Rei do Laço"'), o circo ("O Rei do Circo"), o show business ("O Estoira Vergas"), os comics, o filme de gangsters e o "musical" ("Pintores e Raparigas"), Hollywood e o star system ("Um Espada para Hollywood"), etc.

À mediocridade de alguns destes filmes, opõe-se a riqueza da imaginação, a vertiginosa sucessão de gags, a fulgurante acutilância crítica de Frank Tashlin (autor de "Pintores e Raparigas" e "Um Espada para Hollywood"), cuja colaboração com Jerry Lewis parece ter sido profundamente influente na futura carreira do autor. Somente, e por instantes Norman Taurog se lhe assemelha, nalgumas sequências de "O Estoira Vergas", "O Rapaz Atómico" ou "Barbeiro e Professor". Muito, porém, do que de melhor vários destes filmes da primeira fase de Jerry Lewis comportam é-lhe ainda devido, dado que, sob diversos pseudónimos, é o actor quem interfere ao nível da criação de gags e seu desenvolvimento.

Com a ruptura verificada em 1956 entre Jerry Lewis e Dean Martin (ruptura essa que é consequência em grande parte, de ciúmes deste último, em virtude do êxito popular do sócio, que lhe ensombrava a imagem), o primeiro torna-se o seu próprio produtor, rodando sob a direcção de Tashlin (de alguma forma, a partir daqui, seu "mestre espiritual") várias obras de que é protagonista: "Jerry Ama Seca", "Jerry no Japão", "Cinderelo dos Pés Grandes", "Dinheiro e só Dinheiro", "Um Namorado com Sorte", "Jerry, Enfermeiro sem Diploma", entremeada com outras que não se lhes comparam em importância e significado. Os contornos da figura de Jerry Lewis vão-se definindo, ganhando contextura, multiplicando-se já em heterónimos, partes de um mesmo todo que o actor pulveriza em direcções diversas. Entre a grande ingenuidade e o profundo pânico perante a realidade que o cerca e a que se não consegue adaptar facilmente, entre a pesada herança do matriarcado e o pavor do sexo oposto, entre o culto abnegado da amizade, que o conduz a situações de excessiva boa vontade (que contra ele próprio se voltam), e a crueldade da humilhação física e moral a que constantemente o sujeitam, entre a inconsciência do perigo e a solidão desesperante, Jerry vai progressivamente desenhando uma personagem que, em traços excessivos é certo, mas de rara lucidez, nos reenvia a fisionomia do americano médio, povoado de temores e frustrações, aterrorizado (e fascinado) pelo envolvimento mecânico, pela agressividade do comportamento, pelos traumas colectivos. Um dia, Robert Benayoun chamou-lhe um "anti-James Dean" e com alguma razão, dado que a figura de / 7 / "desadaptado" em relação à realidade social americana se expressa a um nível de total desromantização, de ruptura risível. Produto de uma sociedade industrializada até à medula, competitiva ao desregramento, ele é o retrato robot desse descontrolo geral, que em termos sociológicos se poderá chamar "alienação". Uma personagem em busca de uma identidade, de um equilíbrio impossível, eis Jerry Lewis.

A partir de 1960, à dupla responsabilidade de actor-produtor, alia a de realizador e de argumentista creditado. O cómico atingiu a estatura de "autor total" e assume-se por inteiro. "Jerry no Grande Hotel" assinala a estreia e, daí em diante, dez títulos impõem-no como uma das grandes certezas não só da comédia americana como da cinematografia moderna. Em 1963, com "As noites Loucas do Doutor Jerryl" (que será possivelmente, e até ao presente, a sua obra mais perfeita), adapta "O Médico e o Monstro", de Robert L. Stevenson e, a partir dessa base, critica asperamente uma América onde o "intelectual é vexado e ridicularizado e cujo génio é motivo para gracejos perpétuos (Julius Kelp) e onde o monstro da agressiva vulgaridade (Buddy Love) é preferido e louvado" (cita-se novamente Benayoun).

Depois dessa película, Jerry sentiu a necessidade de se ultrapassar, de criar novos processos, de reestruturar o seu cinema. "Jerry 8 3/4" e "Jerry e os Seis Tios" anunciavam a decomposição de uma figura esgotada (aqui funcionava a lúcida autocrítica de Jerry) e preludiavam uma nova etapa que "Uma Poltrona para Três", "O Charlatão" e "O Morto Era Outro" (este sem a sua contribuição como actor) vieram ajudar a definir e concretizar. Como todos os grandes cómicos, Lewis sentia já a necessidade de um papel dramático. Durante anos anunciou-se a sua participação em "Le Jour où le Clown Pleure" (ao lado de Pierre Etaix), filme que afinal, nunca chegou a concluir-se. Esta marcha esforçada por uma decantação estilística, a permanente tentativa de superação das fórmulas por si criadas, a recusa consequente da facilidade, fazem de Jerry Lewis um actor admirável e justifica o entusiasmo com que são acolhidas as suas pequenas películas.

A genial idade e riqueza da invenção do "gag", o fascínio de uma imaginação insatisfeita, a frescura de uma crítica mordaz, profunda e violenta, mas simultaneamente generosa e terna para com os desprotegidos e inadaptados, a segurança de uma câmara que se quer ágil, desenvolta e moderna, dizem ser Jerry Lewis um dos maiores realizadores-actores da comédia mundial. Infelizmente, nos últimos anos, raros têm sido os títulos dirigidos pelo cineasta e as suas colaborações em filmes de outros realizadores (aparte a sua excelente aparição em O Rei da Comédia, de Martin Scorcese, ao lado de Robert de Niro) afastam-se cada vez mais da qualidade a que nos habituara.
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Sobre Jerry 8 3/4

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1. o título português de The Patsy parodia Fellini 8 1/2 e raras vezes estas "liberdades" tiveram tanta felicidade e justificação: por um lado a tradução remete para o mundo do cinema (e por extensão do espectáculo que se auto-analisa: por outro, é o tom de paródia que se refere. Acertadamente, em ambos os casos.

O filme inicia-se num clima de tragédia: um avião que se despenha, as notícias dos jornais que anunciam a morte de um grande actor, Wally Brandford, que se encontrava entre os passageiros desaparecidos. Entramos então num luxuoso apartamento de hotel em Beverly Hills, onde se encontra reunido o "staff" do defunto actor, carpindo as mágoas da orfandade: é não só um patrão que se perde, como um amigo que se lastima, mas sobretudo o ordenado ao fim do mês que se arrisca e o grupo que ameaça dispersar-se. Única forma de evitá-lo é encontrar um outro actor. Se existir já feito, muito bem, senão o melhor será construí-lo do zero. Estão assim a pensar alto Caryl Fergusson (Everett Sloane), o produtor dos filmes de Wally: Morgan Heywood (Peter Lorre), o realizador; Chic Wilmore (Phil Harris), o argumentista e inventor dos "gags"; Harry Silver (Keenan Wynn), o agente publicitário; Ellen Betz (Ina Balin), a secretária e Bruce Alden (John Carradine), o mordomo". São, bem se pode dizer, seis personagens em busca de um actor, numa altura em que entra na sala Stanley (Jerry Lewis), o criado do hotel, que traz copos, garrafas e gelo e uma enorme insegurança que o leva a atirar tudo ao ar, mal aquelas enigmáticas figuras o rodeiam, o que o leva mesmo a cair pela janela e regressar pela mesma num "gag" digno de qualquer "cartoon", para aceitar ser a argamassa com que se fazem as vedetas.

E começa a construção do actor: primeiro a aparência exterior (ida ao alfaiate e ao cabeleireiro), depois a educação interior (lição de canto com o professor Mulle...rr). Segue-se a primeira apresentação pública, numa gravação de uma canção, durante a qual Stanley recorda em "flash-back" um baile de fim de curso particularmente frustrante.
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Depois é o regresso às lições de dança, de canto, a recepção com os jornalistas, chefiados por Hedda Hooper, onde Stanley foge ao que aprendera nas aulas e consegue impressionar pela sua sinceridade e ausência de hipocrisia. Nova apresentação falhada no Café Copa, e mais uma série de lições de dança, dicção, canto, etc. Stanley não consegue decorar as piadas que lhe dizem para repetir, mas assina um contrato para aparecer no Ed Sullivan Show, o mesmo programa de televisão que revelara Richard Burton, Audrey Hepburn, os Beatles e Jerry e Dean! Perante o fracasso que se adivinha, os colaboradores de Stanley escrevem-lhe uma carta, assinada colectivamente, onde explicam a impossibilidade de continuarem o trabalho comum, explicando-lhe a debandada, deixando-o sozinho, entregue a si próprio. Ellen é a única que não aceita esta retirada cobarde, tenta interceptar a entrega da carta, mas Stanley terá mesmo que enfrentar só as câmaras de televisão que o captam desprevenido na mais completa inocência, transformando-o num verdadeiro êxito popular. Na sequência derradeira, Stanley reúne o "staff" e anuncia que, apesar de tudo, aquilo não é o fim, mas o principio de uma colaboração autêntica.

Arranjará unicamente uma secretária nova, já que Ellen irá ser a sua mulher. Um beijo mais intenso precipitá-lo-á da varanda para o exterior, mas Jerry revelará aí todo o jogo: "nada de dramas, isto não é a vida, mas o cinema". Tudo é fingido, e o filme terminou: "Uma hora de folga para os actores, sete dias para os técnicos."

2. Este filme é a quinta realização de Jerry Lewis, depois de Jerry no Grande Hotel, O Homem das Mulheres, O Mandarete e As Noites Loucas do Dr. Jerryl, pode dizer que se assume como súmula de todas as obras anteriores e do pensamento do autor-actor. Haverá mesmo muito de autobiográfico nesta película exemplarmente construída dentro de uma grande sobriedade e linearidade de processos, expondo claramente uma filosofia de vida e do espectáculo: não se podem "construir" pessoas, não se devem inventar "Frankensteins", ninguém deve aceitar ser "médico e monstro" em simultâneo. Há que ser sincero e honesto consigo próprio. A obra tem de ser um prolongamento harmonioso do seu criador. Não se pode criar artificialmente uma "vedeta", por muito que seja esse o percurso habitual de Hollywood. O que prolonga obviamente a lição de As Noites Loucas do Dr. Jerryl.

Todo o filme se organiza de maneira muito clara, mas igualmente rigorosa, por forma a desenvolver esta ideia.

a) Apresentada a situação inicial (morte do actor e consequente "orfandade" do seu grupo de trabalho), surge o potencial candidato.

b) Tenta-se então criar a vedeta, cuidando sobretudo do seu exterior (ida ao alfaiate, ao barbeiro e com aulas de canto).

c) Surge a primeira gravação em estúdio de televisão, intervalada em "flash back" do baile de fim de curso de Stanley e das provações então sofridas.

d) Regressa-se às lições de dança e de canto (desta feita com um novo professor).
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e) O "staff" de Stanley organiza uma apresentação pública do candidato, demonstrando antes Jerry Lewis como se põe a circular em Hollywood um boato. Numa recepção extremamente fria e convencional, a inocente espontaneidade de Stanley (rindo-se de um caricato chapéu de Hedda Hooper) salva a situação.

f) Mas a sua estreia no Café Copa é um desastre, dado que não consegue repetir as graças que lhe haviam tentado ensinar anteriormente.

g) De volta às lições, prosseguem os esforços de moldar a criatura.

h) Depois da assinatura do contrato, Stanley distribui chorudas gorjetas pelos empregados de um restaurante onde se desloca com Ellen, enquanto o seu grupo de trabalho lhe escreve uma carta desligando-se dele e abandonando-o nas vésperas da estreia no show de Ed Sullivan.

i) Furtando-se à representação de um outro, Stanley mostra-se tal qual é nesse espectáculo onde é filmado sem saber, e atinge o êxito espectacular.

E vem a desmontagem final da "representação": tudo não passou de um jogo, de uma encenação, com as suas regras que, aqui e ali, o humor de Jerry Lewis transgrediu.
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Jerry Lewis Dados Biográficos

"Não faço mais do que opor-me a todas as coisas que me parecem desonestas e sofisticadas. (...)"

"Quando apreciam o nosso trabalho, que passou despercebido durante tanto tempo, sentimos uma alegria verdadeiramente grande. As minhas películas têm muito mais êxito na Europa do que na América; sei-o e não tenho razões para não o dizer. Fico verdadeiramente orgulhoso quando alguma película minha recebe uma recompensa, mas quando me disseram que ganhara o "Prémio da Jovem Crítica", por "As Noites Loucas do Dr. Jerryl", fiquei-o ainda mais, porque essa recompensa veio da Europa."
 

Jerry Lewis

Jerry Lewis, de seu verdadeiro nome Joseph Levitch, nasceu em Newark (New Jersey), em 16 de Março de 1926. Filho de um casal de comediantes (o pai, Danny Lewis, actor de "vaudeville"; a mãe, Ray Rothberg, pianista de "cabaret"), teve uma infância atribulada, em constantes deambulações, ora sob a educação de algumas tias, ou de sua avó Sarah. Os estudos foram igualmente acidentados, tendo permanecido alguns anos na Irvington High School onde, aos catorze anos − depois de algumas aparições episódicas em "cafés-concertos" onde o pai actuava − se estreia no teatro da escola e depois no Masque Theatre. Um dia, porém, quando um instrutor de trabalhos manuais lhe diz que "todos os judeus são estúpidos", ele responde-lhe com um vibrante soco que, obviamente, o expulsará da escola. Aos quinze anos irá procurar trabalho. Empregado numa "drugstore", vendedor de legumes, empregado numa fábrica de chapéus, experiências que, posteriormente, irá rever em sequências de filmes seus. Em 1940, Jerry Lewis entra para os estúdios da Paramount, em Nova lorque, como operário de estúdio. Assim se inicia a viagem de aproximação de Jerry Lewis dos holofotes de cena, das luzes do espectáculo. Um dia, um actor inglês, Reginald Gardiner, inventa-lhe um número de imitação de cantores e actores como Sinatra, Betty Hutton, Danny / 12 / Kaye, etc.

Em 1944, já Jerry Lewis trabalha com algum êxito nos cinemas da cadeia da Paramount. Canta nas orquestras de Tommy Dorsey e de Ted Fiorito, onde encontra uma outra cantora, de nome Patti Palmer, com quem vem a casar nesse mesmo ano. Com vinte anos, Jerry Lewis encontra um tal Dino Crocetti, vulgarmente conhecido por Dean Martin, com quem viria a associar-se. A 25 de Julho de 1946, no club 500 de Atlantic City, estreia-se a dupla que irá sucessivamente aparecer no Casino Latin, de Chicago, no Havana-Madrid, de Nova lorque, no Capital Theater, de Washington, no Slapey Saxie, de Hollywood, no Copacabana de Nova lorque, Será aqui precisamente, em 1949, que o produtor Hal Wallis os irá "descobrir" e oferecer-lhes um interessante contrato de longa duração na Paramount, contrato que irá prolongar-se até 1956. Entretanto, entre 1948 e 1949, apareceram numerosas vezes na televisão, particularmente no primeiro "Taste of the Town", que se tornará mais tarde no célebre "Ed Sullivan Show" (1948). Em 1950, Jerry Lewis é eleito "Most Promising Male Star in TV" (o mais prometedor actor masculino). Em 1949 aparece pela primeira vez no cinema, em My Friend Irma, de George Marshall. Igualmente na rádio as actuações da dupla são muito notadas, nomeadamente no "Colgate Comedy Hour". Em 1951, declaram-no "o actor mais popular de Hollywood" e, entre os anos de 51 a 54, a dupla Lewis-Martin é considerada um dos "top-ten money making stars". Em 1955, 1956 e 1959 é "mestre de cerimónias" na atribuição dos "Oscars" de Hollywood. Entretanto, em 25 de Julho de 1956, Dean Martin e Jerry Lewis, depois de alguns anos de trabalho comum, e de algumas desavenças (sobretudo em virtude dos "ciúmes" de Martin que se considerava ultrapassado pelo seu sócio), separam-se definitivamente, fazendo a sua última aparição em conjunto no Copacabana de Nova lorque. Em 1958, Jerry Lewis e a Paramount assinam um contrato, pelo qual o actor será obrigado a interpretar catorze filmes, à média de dois por ano. Em 1960, estreia-se como realizador em "The Bellboy". Em 1966 deixa a Paramount e torna-se um produtor independente, rodando quer para a Columbia, para a fox, a Warner ou a United Artists.

Desde os seus no cinema, Lewis fundou a sua própria produtora: "Ron-Gar" e dirigiu numerosas curtas-metragens, "pastiches" de filmes célebres (como "O Mundo a Seus Pés" ou "Até à Eternidade") interpretados por si próprio e por amigos como Janet Leigh e Tony Curtis. Por outro lado, sabe-se que ele mesmo dirigiu muitos filmes e espectáculos da parelha, deixando aparecer as assinaturas de Hal Walker ou Norman Taurog para não vexar Dean Martin.

Fora dos seus filmes, Jerry Lewis dá espectáculos todos os anos, durante dois meses, em Las Vegas. Na TV (onde interpretou o seu único papel em "The Jazz Singer"), além de numerosas aparições em emissões ("Today", último trabalho ao lado de Dean Martin, "Person to Person", "Youth Wants to Know", etc.) foi vedeta de "The Colgate Comedy Hour" (com Dean Martin, de 1950 a 1955), "The Martin and Lewis Show" (dirigido entre outros por Bud / 13 / Yorkin).

Enfim, a 21 de Setembro de 1963, criou o "Jerry Lewis Show", filmado no "Jerry Lewis Theater", inaugurado na circunstância. Produzido por Jerry, dirigido por Jophn Dorsey, escrito por Lewis, Bill Richmond, Bob Howard e Dick Cavett, foi o primeiro espectáculo regular de duas horas, "em directo" da televisãp americana. Participaram nos primeiros "Jerry Lewis Shows" (a série foi interrompida, em virtude de ter sido mal recebida pelos críticos, mas também porque nela apareceriam demasiados "judeus e negros", além de J. L. (entre outros): Harry James, Del Moore, Jimmy Durante, Bob Stack, Jack Jones, Sammi Davis Jr., Les Brown e a orquestra, Gari Reiner, Mickey Rooney, Peter Falk, Sid Caesar, Stanley Kramer, etc.

Jerry Lewis é a figura principal de um magazine de "histórias aos quadradinhos" que tem o seu nome. Gravou igualmente vários discos e fundou um curso de arte dramática. Utiliza os alunos nos seus filmes.

Clicar para ampliar.Todas as películas interpretadas por Jerry Lewis (até 1965) foram produzidas pela Paramount, em geral por Hal Wallis e depois pelo próprio J. Lewis. A sua casa produtora chamou-se primeiramente York-Films e depois Jerry Lewis Films Incorporated. A partir de 1965, o actor preferiu produzir inteiramente os seus filmes e entregá-los depois a uma companhia que os distribui internacionalmente. Caso da Columbia, para Uma Poltrona para Três e O Charlatão; caso da United Artists para One More Time, por exemplo.

Jerry empreendeu também a construção de uma cadeia de pequenos cinemas. Os E. U. A. e o Canadá contam mais de cem salas e chegou mesmo a inaugurar-se o primeiro "Jerry Lewis Cinema" na Europa (Paris).
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Filmografia de Jerry Lewis

Filmes da dupla Jerry Lewis-Dean Martin

1949 − My Friend Irma ("A Minha Amiga Irma"), de George Marshall; argumento de Cy Howard e Parker Levy; com Jerry Lewis (Seymour), Dean Martin (Steve), John Lund, Dianne Lynn, etc.

1950 − My Friend Irma Goes West ("A Minha Amiga Maluca"), de Hal Walker; argumento de Cy Howard e Parker Levy; com Jerry Lewis (Seymour), Dean Martin (Steve), John Lund, Marie Wilson, Dianne Lynn, etc.

1951 − At War With the Army ("Recrutas... Sentido!"), de Hal Walkerl; argumento de Fred F. Finklehoff; com Jerry Lewis (Pfc. Korwin), Dean Martin (Sargento Puccinelli), Mike Kellin, etc.
That's my Boy ("Eles no Colégio"), de Hal Walker; argumento de Cy Howard; com Jerry Lewis ("Junior" Jackson), Dean Martin (BiII Baker), etc.

1952 − Sailor Beware ("Marujo, o Conquistador"), de Hal Walker; argumento de Cy Howard; com Jerry Lewis (Melvin Jones), Dean Martin (AI Crowthers), Corinne Calvet, etc.
Jumping Jacks ("Os Heróis do Medo"), de Norman Taurog; argumento de Robert Lees, Fred Rinaldo e Herbert Baker; com Jerry Lewis (Hap Smith), Dean Martin (Chick Allen), Mona Freeman, etc.

1953 − The Stooge ("Os Estoira-Vergas"), de Norman Taurog; argumento de Fred F. Finklehoff e Martin Raklin; com Jerry Lewis (Ted Rogers), Dean Martin (BiII Miller), Polly Bergen, etc.
Scared Stiff ("O Castelo do Terror"), de George Marshall; argumento de Herbert Baker e Walter Delcon; com Jerry Lewis (Myron Myron Mertz), Dean Martin (Larry Todd), Elizabeth Scott, Carmen Miranda, Dorothy Malone, etc.
The Caddy ("O Grande Jogador"), de Norman Taurog; argumento de Edmund Hartman e Danny Arnold; com Jerry Lewis (Harvey Miller), Dean Martin (Joe Anthony), Dona Reed, Barbara Bates, Fred Clark, etc.

1954 − Money From Home ("Dinheiro em Caixa"), de George Marshall; argumento de Hal Kanter; com Jerry Lewis (Virgil Yokun), Dean Martin (Honey Talk Nelson), Margie Miller, etc.
Living it Up ("O Rapaz Atómico"), de Norman Taurog; argumento de Jack Rose e Melville Shavelson; com Jerry Lewis (Homer Flagg), Dean Martin (Steve), Janet Leigh Fred Clark, etc.
Three Ring Circus ("O Rei do Circo"), de Joseph Pevney; argumento de Don McGuire; com Jerry Lewis (Jerry Hotchkins), Dean Martin (Pete Nelson), Zsa Zsa Gabor, Wallace Ford, Eisa Lanchaster, etc.

1955 − You're Never Too Young ("Barbeiro e Professor"), de Norman Taurog; argumento de Sidney Sheldon; com Jerry Lewis (Wilbur Hoolick), Dean Martin (Bob Miles), Dianne Lynn, Nina Foch, etc.
Artists and Models ("Pintores e raparigas"), de Frank Tashlin, Hal Kanter e Herbert Baker; argumento de Don McGuire; com Jerry Lewis (Eugene Fullstack), Dean Martin (Rick Todd), Shirley MacLaine, Dorothy Malone, Eva Gabor, etc.

1956 − Partners ("O Rei do Laço"), de Norman Taurog; argumento de Sidney Sheldon; com Jerry Lewis (Wade Kingley Jr.), Dean Martin (Slim Mosley Jr.), Jaçkie Longhery, Lon Chaney Jr., Agnes Moorehead, etc.
Hollywood or Bust ("Um Espada para Hollywood") , de Frank Tashlin; argumento de Erna Lazarus; com Jerry Lewis (Malcolm), Dean Martin (Steve Wlley), PaI Crowley, Anita Ekberg, etc.

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Filmes Protagonizados só por Jerry Lewis

1957 − The Delicate Delinquent ("O Delinquente Delicado"), de Don MacGuire; argumento de Don MacGuire; com Jerry Lewis (Sidney Pythias), Darren McGavin, Martha Hver, ele. Produção Jerry Lewis.
The Sad Sack ("O Herói do Regimento"), de George Marshall; argumento de Edmund Beloin e Nate Monaster; com Jerry Lewis (Meredith T. Bixby), David Wayne, Peter Lorre, ele.

1958 − Rock a Bye Baby ("Jerry Ama-Seca"), de Frank Tashlin; argumento de Frank Tashlin; com Jerry Lewis (Clayton Poole), Marylin Maxwell, Connie Stevens, ele. Produção de Jerry Lewis e Ernest Gluckman.
The Geisha Boy ("Jerry no Japão"), de Frank Tashlin argumento de Frank Tashlin; com Jerry Lewis (Gilbert Wooley), Marie McDonald, Sessue Hayakawa, ele. Produção de Jerry Lewis e Ernest Gluckman.

1959 − Don't Give Up The Ship ("Capitão Sem Barco"), de Norman Taurog; argumento de Herbert Baker, Edmund Beloin e Henry Garson; com Jerry Lewis (John Paul Stacker VII), Dina Nerrill, Diana Spencer, ele.

1960 − Visit to a Small Planet ("O Primeiro Turista do Espaço"), de Norman Taurog; argumento de Edmund Beloin e Henry Garson; com Jerry Lewis (Kreton), Joan Blackman, Earl Hollyman, Fred Clark, ele.
Cinderella ("Cinderela dos Pés Grandes"), de Frank Tashlin argumento de Frank Tashlin; com Jerry Lewis (Fella), Ed Wynn, Judith Anderson, Henry Silva, ele. Produção de Jerry Lewis.

1962 − It's Only Money ("Dinheiro e só Dinheiro"), de Frank Tashlin; argumento de John Fenton Murray; com Jerry Lewis (Lester March), Joan O'Brien, ele.

1963 − Who's Minding the Store ("Um Namorado com Sorte"), de Frank Tashlin; argumento de Frank Tashlin; com Jerry Lewis (Raymond Phiffier), Jill SI. John, Agnes Moorehead, ele.

1964 − The Disordely Orderly ("Jerry, Enfermeiro Sem Diploma"), de Frank Tashlin; argumento de Frank Tashlin; com Jerry Lewis (Jerome Littlefield), Glenda Farrell, Everett Sloane, Susan Olivier, ele.

1965 − Boeing-Boeing ("Boeing-Boeing"), de John Rich; argumento de Edward Anhatt; com Jerry Lewis (Robert Reed), Tony Curtis, Dany Saval, Susanna Leight, Thelma Ritter, ele.

1966 − Way... Way Out ("Um Maluco em Órbita"), de Gordon Douglas; argumento de William Bowers e Laszlo Vadney; com Jerry Lewis (Peter), Connie Stevens, Robert Morley, Dick Shawn, Anita Ekberg, ele. Produção de Jerry Lewis e Malcolm Stuart.

1968 − Don't Raise the Bridge, Lower the River ("Jerry em Londres"), de Jerry Paris; argumento de Max Wilk; com Jerry Lewis (George Lester), Jacqueline Pearce, Terry Thomas, ele.

1969 − Hook, Line and Sinker ("Jerry, Pescador em Águas Turvas"), de George Marshall; argumento de Rod Amateau; com Jerry Lewis (Peter Ingersoll), Peter Lawford, Anne Francis, ele.

1982 − Slapstick of Another Kind, de Steven Paul; com Jerry Lewis, ele.
The King ot Comedy ("O Rei da Comédia"), de Martin Scorsese; com Robert de Niro, Jerry Lewis, ele.

1984 − Retenez-moi ou Je Fais un Malheur ou The Defective Detective ("O Detective Falhado"), de Michel Gérard (França); com Jerry Lewis, Michel Blanc, Charlotte de Turckhweim, ele.

1987 − Fight For Life ("Momentos Difíceis"), de Elliot Silverstein; com Jerry Lewis, ele.

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Para além destes filmes, onde Jerry Lewis desempenha sempre o principal papel, outros houve onde fez curtas aparições (guest stat):

1959 − Lil'Abner ("No País da Alegria"), de Norman Panama.

1963 − It's a Mad, Mad, Mad, Mad World ("O Mundo Maluco"), de Stanley Kramer.

 

Realizações de Jerry Lewis

1960 − The Bellboy ("Jerry no Grande Hotel"); Realização, produção (com Ernest Gluckman) e argumento Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Stanley), Alex Gerry, Bob Clayton, etc.

1961 − The Ladie's Man ("O Homem das Mulheres"): Realização, produção (com Ernest Gluckman) e argumento (com Bill Richmond) Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Herbert H. Herbert e Mrs. Herbert), Helen Traubel, PaI Stanley, etc.
The Errand Boy ("O Mandarete"): Realização, produção (com Ernest Gluckman e Arthur P. Schmidt) e argumento (com BiII Richmond) Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Morty S. Tashman), Brian Donlevy, Dick Wesson, etc.

1963 − The Nutty Professor ("As Noites Loucas do Dr. Jerryl"); Realização, produção (com Ernest Gluckman e Arthur P. Schmidt) e argumento (com BiII Richmond) Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Prof. Julius F. Kelp e Buddy Love), Stella Stevens, Del Moore, Kathleen Freeman, etc.

1964 − The Patsy ("Jerry 8 3/4"); Realização, e argumento (com Bill Richmond) Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Stanley Belt), Ina Balin, Everett Sloane, etc.

1965 − The Family Jewels ("Jerry e os Seis Tios"); Realização, produção (com Arthur P. Schmidt) e argumento (com Bill Richmond) Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Willard Woodward, tios James Peyton, Eddie Peyton, Julius Peyton, Skylock Peyton, Everett Peyton, Bugs Peyton), Donna Butterworth, Neli Hamilton, etc.

1966 − Three on a Couch ("Uma Poltrona para Três"); Realização e produção (com Joe E. Stabile) Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Christopher Pride, Warren, Ringo, Rutherford, Heather), Janet Leigh, James Best, Mary Ann Morley, Gila Golan, etc.
1967 − The Big Mouth ("O Charlatão"); Realização, produção (com Joe E. Stabile) e argumento (com Bill Richmond).
Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Gerard Clamson e Sid Valentine), Susan Bay, Harold J. Stone, Buddy Lestes, ele.

1969 − Which Way to the Front ("Onde Fica a Guerra?"); Realização e produção Jerry Lewis; com Jerry Lewis (Brendan Byers), Jan Murray, John Wood, Steve Franken, Willie Davis, etc.

1970 − One More Time ("O Morto Era o Outro"); Realização: Jerry Lewis; com Sammy Davis Jr. (Salt), reter Lawford (Peper), Esther Anderson, etc.
1972 Le Jour où le Clown Pleura; Realização e argumento: Jerry Lewis; com Jerry Lewis, Pierre Etaix, etc.

1981 − Hardly Working ("Vai Trabalhar, Malandro"); Realização, argumento e produção: Jerry Lewis; com Jerry Lewis, Susan Olivier, etc.

1983 − Smorgasbord ou Cracking Up ("Jerry, Tu És Louco"), Realização, argumento e produção: Jerry Lewis; com Jerry Lewis, Herb Edelman, etc.

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Entrevista com Jerry Lewis


Jerry Lewis - Clicar para ampliar.Na Europa os realizadores são respeitados. Em Hollywood apenas se ocupam dos produtores ou das vedetas.

O papel do realizador é duma ingratidão espantosa. Imagino que em França nunca se ouve falar do ministro das Finanças ou do ministro do Interior, que fazem o trabalho todo, enquanto vos massacram todo o dia com De Gaulle. Na América a situação do realizador é completamente injusta. Eu nunca me habituei. Quando estou atrás da câmara, não há nada que mais deteste que os actores. São amorfos, sem nenhuma sensibilidade, nem grande inteligência, senão fariam outra coisa. Preparar-se-iam melhor para o momento em que o público os esquecerá. Se sou mais esperto do que os outros é apenas porque me condiciono a esse fim inevitável. Não obstante, quando passo para a frente das câmaras, torno a ser actor, o mesmo indivíduo amaria e pouco inteligente. Ninguém me pode condenar por dizê-lo, pois faço parte integrante do que detesto. Torno a ser a vedeta egoísta, instável, sujeita a caprichos imbecis. Enquanto realizador, desprezo este tipo, vigio-o, não lhe dou confiança. (...)

Sou difícil, macio, generoso e bom, insuportável, miserável, egoísta, tudo o que pode ser um ser humano, e tento desesperadamente coordenar tudo isto, o que me dá bastantes dores de cabeça. O resultado nem sempre é brilhante e isso impacienta-me. (...) Desembaraço-me mal. Começou há dois anos. Descobri que certas coisas tinham importância: os princípios morais invadiram a aminha vida no momento em que menos os esperava, porque, devo / 18 / dizer-lhe, eu era um encantador filho da mãe. Comecei a tratar da minha própria integridade, da minha palavra e até da minha felicidade. Levantei-me um bom número de vezes. Esperava uma grande parada para me acolher nas fileiras da humanidade; Apenas encontrei o vazio.

Isso virá, mesmo que o respeito lhe chegue da Europa, para se repercutir na América.

Mas eu sou exigente, Quero o respeito dum desconhecido, de três senhoras, dum rapaz. Quero uma melhor estrutura para a minha saúde moral. Quero o direito de criar com toda a liberdade.(...)

Então, você queria provocar actos, controlar pessoas mesmo antes de se exprimir pela voz e pelo gesto, como actor?

Tudo aconteceu acidentalmente escrevendo para actores, mostrava-lhes como deviam representar e acontecia que desempenhavam pior que eu. Diziam-me que era cómico e comecei a representar. Em 1946 vendi um artigo à revista "Look", sobre o tema "Sexe et Slapstick". Apenas pelo titulo recebi dez dólares; era um assunto que eu tinha (em vão) proposto a Dean para uma das nossas cenas de "vaudeville". Gostava já de ver as coisas tomar forma, afiná-las, mais que representar no palco e, embora tenha gostado sempre do contacto com o público, sentia-me frustrado por ver qualquer outro aproveitar-se do que eu tinha concebido. Fui sempre cabotino, mas tive que refrear o meu gosto pelos aplausos quando me tornei o homem de negócios do nosso duo. Desde aí lancei-me numa superactividade que acabou por cansar o meu "partenaire". Não tinha culpa de que os jornalistas se ocupassem mais de mim e, muitas vezes, isso incomodava-me mais do que a ele. Tive então que recorrer ao anonimato para um certo número de coisas que tinha feito.

Mesmo quando o argumento é de qualquer outro, percebe-se que V. participou efectivamente na sua elaboração e dominou o material.

Todos os bons actores devem dominar inteiramente o seu material. Há, certamente, excepções. Um homem como Harold Lloyd, explicar-vos-ia como era o demonstrador, e nada mais; a "marionette" do escritor. Foi o mais maravilhoso, o mais científico técnico do gag escrito. Mas fará apenas o indicado, nunca lhe peçam que ultrapasse o gag escrito.

Havia a sua escola, e ao invés, a de Keaton, que era o coração e a matéria dos seus filmes.

Buster tomava pequenas coisas e desenvolvia-as em qualquer coisa de magnifico. Mas não esqueçamos nunca Laurel. Para mim é o rei.

Conheço a sua admiração por Stan Laurel, mas que representa Keaton aos seus olhos? Faço-lhe esta pergunta porque no que me diz respeito ele é o maior. Talvez maior que Chaplin.

Ah! não! Ah! não! Ah! Ah! Vamos discutir duramente sobre isso. Compreendo o que me diz, mas isso não me agrada. Não admito que alguém seja maior que Chaplin.
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Creio saber porque o prefere.

Sim? E porque é que o prefiro?

Porque Chaplin fala ao coração tal como você, enquanto Keaton é mais intelectual. Julgo-o maior porque, com avanço sobre o seu tempo, descobriu coisas incompreensíveis na sua época e que, agora, nos saltam aos olhos. Ora, creio, que, por um lado, você está também ligado a esse género de cómico. Tem o mesmo amor que ele pelos gags mecânicos, pelas coisas que divergem e depois coincidem subitamente.

É curioso, nunca tinha colocado Buster nesta categoria particular. Você fala do embrião duma graça, onde Keaton se mantinha voluntariamente. Chaplin, agarrava um nado-morto e dava-lhe vida, enquanto Keaton partia do embrião e, com ele, criava maravilhas técnicas ou meânicas,

Mas medonhas e proféticas. Em avanço sobre a literatura e a poesia, em avanço sobre gente como Kafka.

E é aí que eu não acompanho! Keaton nunca fez por mim o que fez Chaplin, intimidar-me, fazer-me compreender que eu poderia talvez um dia entrar no mesmo negócio que ele, se fosse um menino bem comportado.

Chaplin estimulava-o?

Mr. Keaton era muito forte, mas eu nunca senti necessidade de me tornar tão bom como ele, Ora eu nunca teria ousado, nem mesmo pensado comparar-me a Chaplin, É espantoso encontrarmo-nos sentados numa sala escura, vendo "As Luzes da Cidade" pela trigésima ou quadragésima vez como me aconteceu recentemente, Tinha 2000 dólares em dinheiro nos bolsos, era tão célebre como uma criança pode desejar tornar-se um dia, mas vendo-o tive a sensação de ser um novato em busca de emprego.

O único que eu poderia situar ao lado de Chaplin é Stan Laurel. E se algum dia eu insistisse muito ele passar-me-ia todos os segredos cómicos, Stan era a própria inteligência, ternura, humor vital, abandono total em beneficio do espectador, um ser humano humilde, cientifica e maravilhosamente simples, A mais fabulosa história poderia ser contada se se pedisse a Stan para falar de Oliver e se depois me pedissem para falar de Dean, Gelar-vos-ia de terror a pontos de não poderdes escrevê-la com medo de que ninguém vos acreditasse, Stan e eu olhámo-nos estupefactos quando, em sete horas de conversa, nos pusemos a comparar as nossas respectivas carreiras, Adormeci no apartamento dele, vazio e doente, pelo que tinha ouvido e pelo que tinha confessado, Dois homens gostam de dois outros enormemente e obtêm tão pouco em troca. Dir-se-ia o número das duas esposas abandonadas!

Pensei que os dois casos eram muito semelhantes. Laurel queria sempre trabalhar e esmerar-se enquanto Oliver queria jogar o golfe.

Clicar para ampliar.Surpreende-me que você saiba isso, Mas em defesa de Oliver e do outro, direi que poucos homens aceitaram o papel ingrato que Stan e eu desempenhámos, É preciso estar pronto a partir a cabeça, mas isso dói, Lembro-me dum poema de cujo autor não me recordo e que dizia / 20 / mais ou menos isto: "Quando atingires os 80 anos e, prestes a morrer, pensares em todos os males, em todos os sofrimentos, nos tormentos que conhecestes, e os rolavas juntos numa única bola de dor, isso não representa um milésimo da dor que te causa a integridade." - Entrevista de Robert Benayoun In Positif 67-68. Fevereiro-Março de 1965.

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Impressões críticas sobre Jerry Lewis

... E Por fim Chegou Lewis

Mas aquele que, não nos anos 60, mas desde a época do mudo, encarna melhor a noção de autor cómico é incontestavelmente Jerry Lewis. Decerto o medíocre duetista da equipa Dean Martin-Lewis teve tempo desde 1949, e durante dezasseis filmes, de tomar consciência das suas possibilidades e da sua dignidade de cómico, ao ponto de impor a sua marca nos últimos filmes do team: O Barbeiro e o Professor (You're Never Too Young) e O Rei do Laço (partners), ambos de Norman Taurog. O encontro com Tashlin para os dois melhores filmes deste período, Pintores e Raparigas (Artists and Models) e Um Espada para Hollywood (Hollywood or Bust), a ruptura com Dean Martin, em 1956, e a criação por Lewis da sua própria casa de produção no mesmo ano − que lhe vai permitir durante mais sete filmes, três dos quais ainda com Tashlin, continuar a sua aprendizagem e a evolução da sua personagem − são outros tantos factores positivos que ajudam a aproveitar a ocasião oferecida em 1960: realizar um filme à sua escolha. Improvisa e filma em menos de um mês O Mandarete (The Bellboy), que, escreveu François Mars, realiza «a equação mágica: filme-gag». É preciso reconhecer que este afluxo de sangue novo trazido por Lewis a um género moribundo vinha em linha recta do burlesco pela mão de Tashlin; e Jerry Lewis declarou, a propósito de Stan Laurel, ao qual O Mandarete presta homenagem mais do que uma vez: «Ele foi verdadeiramente um talento e o maior mestre que tive. Ele e Tashlin.» Mas a partir do seu segundo filme, O Homem das Mulheres (The Ladie's Man), destacam-se influências demasiado marcadas e impõe aos seus temas, as suas obsessões, o seu universo, o seu estilo. Já está tudo lá e encontrar-se-á aperfeiçoado, enriquecido, amadurecido − mas nunca sistematizado − na continuação da sua obra: a crueldade que consiste em fazer rir de si próprio; a magistral utilização do showburn; o gosto do espectáculo e a vontade e a vontade de revelar ao espectador o décor, à espera de lhe mostrar o que se passa por detrás da fachada, Jerry 8 3/4 (The Patsy); o desdobramento da sua personalidade actor-autor, à espera da explosão em personagens múltiplas; o cómico simultaneamente visual e verbal do seu cinema (gags sonoros, trocadilhos); e por fim a equipa de fiéis colaboradores: BiII Richmond, para o argumento, Wallace Kelly, para a fotografia... Sim, incontestavelmente a obra mais importante do jovem cinema americano − com as de Penn e Kubrik − e o número um da comédia de hoje... Mas não é também ele o único? Como quer que seja, com 43 anos e oito filmes a sua carreira apenas começou. E que importa que este gigante esteja só: nem por isso é mais pequeno. − Guy Brancourt, in Cinéma 69, Janeiro de 1969
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Reinventar O Cinema

Admirável realizador, agora mestre duma linguagem e duma técnica soberbas, Jerry Lewis pode empreender todos os voos. Longe de ser o insignificante fazedor de caretas, como alguns se obstinam ainda em vê-lo, Jerry Lewis impôs-se definitivamente entre os maiores, ao lado de Langdon, de Keaton, de Fields, de Laurel e Hardy e dos Marx. De filme para filme mais grave, mais divertido, mais inventivo, mais delirante, Jerry Lewis acaba de conseguir com "The Nutty Professor", a tragédia mais engraçada e a comédia mais revolucionária da história do cinema. Jerry Lewis está talvez em vias de reinventar o cinema. − Pierre Billardt, in l'Express


O Cómico Universal

Nada disto impede que os trinta e um filmes onde apareceu Jerry Lewis estabeleçam um recorde mundial de popularidade. Nenhum deles deu de lucro menos de cinco milhões de dólares. Dir-me-ão que estas considerações baixamente venais nada têm a ver com o que se chama arte. Mas, desde que se trate do cómico, o critério de arte, quer se queira quer não, é o de fazer rir. E Jerry Lewis é o único cómico internacional contemporâneo em exercício permanente, Cómicos "locais», como Jacques Tati suam suor e sangue durante seis anos para preparar uma longa metragem laboriosa enquanto Jerry arrisca o seu génio e a sua inspiração duas vezes por ano com os resultados que se vêem. A história do cinema prova-nos que nenhum cómico local é viável no plano internacional. Só o cómico de natureza universal toca as massas e transcende a chamada barreira das línguas.

Ora, por um facto em aparência inexplicável, não existe um único grande nome do cinema cómico que não tenha feito a sua carreira no solo dos E, U, A. Keaton, Chaplin, Langdon, Fields, Marx, Laurel-Hardy todos encontraram a essência do riso universal na península californiana, entre Malibu e San Diego, Sem dúvida porque o público americano, ele próprio cosmopolita, constitui um terreno de experiência insuperável, mas também porque o modo de vida americano, rude e violento, indiferente ao sofrimento e baseado na competição de todos os dias, está especialmente apto a suscitar a arte do gesto, uma explosão física da energia, um sentido inato da aceleração. É o país do gigantismo, da deformação física, da perseguição e do choque. O "gag", essa pílula de espaço e de tempo em movimento, é-lhe natural. − Robert Benayount, in Cinéma 63, nº 96
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Frank Tashlin fala de Jerry Lewis

"Na época de «Artists and Models» (Pintores e Raparigas) Jerry Lewis contentava-se em ser actor, excepto na televisão, onde realizava alguns espectáculos. Ele era, como toda a gente, aterrorizado por Hal Wallis. Recordo-me de um dia estafante em que se filmava o baile de «Artists and Models». Wallis chegou e fez com que o desgraçado Jerry se tornasse nervoso, de tal modo que acabou por esquecer a letra da canção. Wallis ficou terrivelmente encolerizado, mandou embora o pessoal e desmaiou com uma crise. Levei-o para o meu escritório e dei-lhe um copo de whisky. − Frank, disse-me ele − acaba de me salvar a vida. Mas no dia seguinte publicou um comunicado interno especificando que as bebidas alcoolizadas eram formalmente proibidas dentro do estúdio!

Evidentemente que Jerry contribuía para a realização de certas cenas, e eu compreendia que, em determinados casos, era necessário deixá-lo improvisar. Mas, francamente, na época eu tinha de o levar do estúdio. Ele detestava lá estar sem armar em patrão. Eu dizia-lhe: − O único meio, meu velho, é dedicares-te à realização. Tu podes fazê-lo. − Respondia-me: − Com a condição de fazer só aquilo que eu possa fazer. − Ele não compreende que nada havia que pudesse ser feito exclusivamente por ele. Pretendia dizer: Aquilo que quero fazer sozinho. É o que me espanta em Jerry. Quando ele dirige, executa coisas muito mais subtis do que quando é simples actor no estúdio de outro realizador. «The Selfboy" (O Mandarete) era Langdon. Se alguém lhe sugerisse o filme, teria, sem dúvida, recusado. Em «The Patsy" (Jerry 8 3/4), quando ele pega nos jarrões sem os quebrar, deixou¬-me estupefacto pois é o género de efeito cómico que eu nunca poderia mandá-lo executar num dos meus filmes."

Biofilmografia de Frank Tashlin

Nasceu a 19 de Fevereiro de 1913 em Weehaven, Nova Jersey. Foi mandarete nos estúdios de animação dos irmãos Fleischer. Depois de praticar desenho animado na R. K. O., ingressou na equipa de Leon Schlesinger, sendo realizador principal de desenhos animados da Warner. Fez parte dos estúdios de Disney, foi argumentista de Laurel e Hardy. Entre os livros de desenhos humorísticos que publicou, figuram: «The Bear That Wasn't», «The Possum That Didn't», «The World That Isn't», «The Turtle That Couldn't».

1951 − The Lemon Drop Kid (O Vigarista).
1952 − The First Time: Son of Paleface (O Filho do Valentão).
1953 − Marry Me Again (Uma Noiva dos Demónios).
1954 − Susan Slept Here.
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1955 − Artists and Models (Pintores e Raparigas).
1956 − The Lieutenant Wore Skirts (O Tenente Usava Saias).
           Hollywod or Bust (Um Espada para Hollywood).
           The Girl Can't Help it (Uma Rapariga com Sorte).
1957 − Will Sucess Spoil Rock Hunter? (A Loira Explosiva).
1958 − Rock-A-Bye-Baby (Jerry Ama-Seca).
           The Geisha Boy (Jerry no Japão).
1959 − Say One For Me (O Céu por Testemunha).
1960 − Cinderfel
la (Cinderelo dos Pés Grandes).
1962 − Batchelor Flat (Apartamento de Solteiro).
1963 − It's Only Money (Dinheiro e Só Dinheiro).
           The Man From lhe Diner's Club (O Homem do Diner's Club).
           Who's Minding the Store (Um Namorado com Sorte).
1964 − The Disorderly Orderly (Jerry, Enfermeiro Sem Diploma).
1965 − The Asphalt Murders (O Alfabeto do Crime).
1966 − The Glass Bottom Boat (A Espia de Calcinhas de Renda).
1967 − Caprice (Um Perigo Chamado Caprice).
1968 − The Privare Navy of Sgt. O'Farrell.

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Bibliografia

Obras consagradas a Jerry Lewis

Clicar para ampliar.

Instruction Book for Being a Person, Jerry Lewis, ed. Autor, 1963.
That Kid (The Story of Jerry Lewis), Riehard Gehman, Avon, 1964.
Jerry Lewis, Jean-Paul Leutrat e Paul Simonei, Premier Plan, Paris, 1964.
Le Monde de Jerry Lewis, Moel Simsolo, Editions du Cert, Paris, 1969.
Jerry Lewis, Gérard Reeasens, Ed. Seghers, Paris, 1970.
The Great Comedians Talks About Comedy, Larry Wilde, Ed. Citadel Press,1968.
Directors at Work, Bernard Kamtor, Irwing Blaeker e Anne Kramer, Funk and Wagnalls, 1970.
Movie Comedy Teams, Leonard Maltin, Signet, 1970.
The Crazy Mirror, Raymond Durgnat, Faber and Faber, 1969.
The Total Film-Maker, Jerry Lewis, Random House, Paris, 1971.
Bonjour Monsieur Lewis, Robert Benayoun, Ed. Eric Losteld, Paris, 1972.


Estudos e artigos síntese em revistas

Jerry Lewis Analysed, Robert Kass, (Films in review, Março 53).

Le Comique de Jerry Lewis, Robert Benayoun, (Demain, Maio 56).

Simple Simon ou l'Anti James Dean, Robert Benayoun, (Positif, n.º 29).

Jerry Lewis, Man of the Year, Robert Benayoun, (Posttif, n.os 50, 51 e 52).

Vous Vous Croyez à Hollywood, Robert Benayoun, (Positif, n.ºs 57, 67, 68 e 69).

Jerry le Simple, Robert Benayoun, (Demain, Abrill57, repris dans La Méthode, Março 62).

Le clown Electronique, Robert Benayoun, (C/néma 65, n.º 96).

Une visite à Jerry Lewis, Robert Benayoun, (Demain, Mai 56).

Le Comique de Jerry Lewis, Robert Benayoun, (France¬Observateur, 15 Outubro 64).

Jerry à Hollywood, Robert Benayoun, (Express, 7 Março 65).

Les Deux Visages de Jerry Lewis, Robert Benayoun, (Constellation, nº 184).

Jerry, Tu as Ri, Il a ri, Robert Benayoun, (Lui, Maio 67).
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Où Va Jerry Lewis?, Robert Benayoun, (Cinémonde, Dezembro 70).

I've Always Been Scared, Jerry Lewis (à BiII Davidson, (Look, 5 Fevereiro 57).

Always in a Crowd, Always Alone, Isabella Taves, (Look, 12 Novembro 58).
Un Certain Monsieur Jerry, Bernard Davidson, (Cínéma 60, nº 49).
Mr. Lewis is a Pussy Cat, Peter Bogdanovieh, (Esquíre, Novembro 62).

The Search for Jerry Lewis, Edward Linn, (Saturday Evening Post, 19 Outubro 63).

The Frantic World of Jerry Lewis, Edwin Miller, (Seventeen, Junho 61).

Jerry Lewis e I'inadattabilita, Lino Peroni, (lnquadrature, 61).

Jerry Lewis, éternel adolescent, André S. Labarthe, (Radio-Cínéma, n,º 408).

Il meravigliose mondo di Jerry Lewis, Adriano Apra, (Fílmcritica, n.º 141).

Jerry Lewis, Glaueo Viazzi, (Cinema Nuovo, n.º 21).

Jerry Lewis, John Russell Taylor, (Síght and Sound, Primavera 65).

Jerry Lewis, nouveau Charlot, Christian Ledieu, (Arts, nº 933).

Le Roi du Crazy, Hollis Alpert, (New York Times, 27 Fevereiro 66).

Martin-Lewis: Are Their Critics Wrong?, Rod Hume, (fílms and Filming, Março 66).

Les Fous Rires de Jerry, Bernard Cohn, (Nouvelles Littéraires, 14 Setembro 67).

En Quête d'Auteur, Robert Benayoun (et André S. Labarthe), (Entretien, Cahiers du Cinéma, n,º 197).

Jerry Architecte, Jean-Louis Leutrat e Paul Simonei, (Positíf, n.ºs 77 e 78),
Chacun Son Sol, Jean-Louis Comolli, (Cahíers du Cinéma, n.º 197).

Nutty Professors, Herbert Feinstein, (Cahiers du Cínéma, n.º 160).

Rencontre Entre l'Ordre et le Désordre, Serge Daney et Jean-Louis Noames, (Cahiers du Cínéma, nº 160).

Ce Touche-à-Tout de Jerry, Serge Lentz, (Luí, Maio 69).
Jerry Lewis à Travers le Miroir, Bertrand Tavernirer, (Nouvelles Littéraíres).

Jerry Lewis Entre le Sel et le Poivre, Bernard Cohn, (Nouvelles Littéraires, 7 Outubro 69).

Comedy is a Man in Trouble, Mark People e Hercules Bellville, (Sunday Times, Novembro 69).
/ 27 /
Jerry en Chair et en Os, Daniele Heymann, (Express, 19 Abril 71).
Jerry Lewis, le Clown au Grand Coeur, Jacqueline Cartier, (France-Soir, 3 Maio 71).
Israel, C'est Mon Pays, Jerry Lewis (à Simon Mizrahi), (Amitiés France-Israël, Maio 71).
La Caméra pinceau de Jerry Lewis, Robert Benayoun, suivi de Jerry Photographe, Michel Caen, (Zoam, Janeiro-Fevereiro 72).


Videografia


Filmes interpretados ou realizados por Jerry Lewis já editados no circuito videográfico português:
Dirigido por Jerry Lewis
O Charlatão (Publivídeo).
Interpretados por Jerry Lewis:
Cinderelo dos Pés Grandes, de Frank Tashlin (Univisão); Jerry em Londres, de Jerry Paris (Publivídeo);
O Rei da Comédia, de Martin Scorsese (Publivídeo e Casablanca VD);
O Mundo Maluco, de Stanley Kramer (Warner Home Vídeo);
O Detective Falhado, de Michel Gérard (Videotrónica);

Momentos Difíceis, de Elliot Silverstein (Diger Vídeo).


Outros autores do burlesco norte americano editados em vídeo cassetes em Portugal:


Buster Keaton:


Pamplinas Maquinista, de Buster Keaton e Clyde Bruckman (Vídeo Colecção - Ecovídeo);
/ 28 /
Jerry em Londres, de Jerry Paris (Publivideo);
O Marinheiro de Água doce, de Charles F. Reisner (Vídeo Colecção - Ecovídeo);
O Colegial, de James W. Horne (Vídeo Colecção - Ecovideo);

Pamplinas na Lua, de Jaime Salvador (Vista Vídeo);
Um Sargento Trapalhão, de Norman Taurog (Publivídeo);
A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Michael Anderson (Publivídeo);
O Mundo Maluco, de Stanley Kramer (Warner Home Vídeo);
Em Roma Era Assim, de Richard Lester (Publivideo).


Charlie Chaplin:
Charlie Chaplin, I (antologia) (Vídeo Colecção - Ecovídeo);

Charlie Chaplin, II (antologia) (Vídeo Colecção - Ecovídeo);

Charlie Chaplin, III (antologia) (Video Colecção - Ecovídeo);

Charlot, O Homem Mais Cómico do Mundo, (Vídeo Colecção - Ecovídeo).


Bucha e Estica:
Bucha e Estica, 10 cassetes antologia (Edivídeo).


Abbott e GosteIlo:
Abbott e Costello, de Jim Gates (antologia) (Videosif).


Mel Brooks:
Alta Ansiedade, (Publivídeo);
Balbúrdia no Oeste, (Warner Home Vídeo);
Frankenstein Júnior, (Publivídeo);
A Mais Louca História do Mundo, (Publivideo);
A Mais Louca Odisseia do Espaço, (Lusomundo VD);
Ser ou Não Ser, de Alan Johnson
(Publivídeo).
Zucker, David e Jerry:
Aeroplano 1, (Edivídeo);
Aeroplano 2, de Ken Finkelman (Edivideo);
Aonde É Que Pára a Polícia, (Edivideo);
Uma Brigada Muito Especial, (Edivídeo);
Uma Brigada Muito Especial 2, de Paul Krasny, Georg Stanford Brown e Joe Dante (Edivídeo);
Ultra-Secreto, (Edivideo).

Ficha técnica

Lauro António

Licenciado em História
Realizador de Cinema (
Manhã Submersa e O Vestido Cor de Fogo)
Crítico e ensaísta de cinema em diversas publicações
Autor e encenador de teatro (A Encenação)
Director dos Festivais de Cinema de Portalegre e Viana do Castelo
Coordenador do grupo «Cinema e Audiovisuais» do Ministério da Educação

 

Paginação e Grafismo

Cândida Teresa

Gabinete de Meios Técnicos e Materiais

da Direcção Geral de Extensão Educativa
Dim. 21x14,5 cm


Edição

Secretaria de Estado da Reforma Educativa

 

Composto e impresso
 na Editorial do Ministério da Educação

Algueirão


Reconversão para HTML
Henrique J. C. de Oliveira
Espaço Aveiro e Cultura
Secundária J. Estêvão
Projecto Prof2000
Aveiro - 2012

 


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Inserido
23-03-2012