In: Manuel S. Fonseca, Encontros Imediatos do 3º Grau, Nº 15, Algueirão, Secretaria de Estado da Reforma Educativa, M. E., SD, 16 pp.

Encontros Imediatos do 3º Grau

Texto de Manuel S. Fonseca

Brochura acerca do filme «Encontros Imediatos do 3º Grau» - Dim. 21x14,5 cm - Clicar para ampliar.

    O Filme

    Sinopse

    Análise do filme

    Aproveitamentos interdisciplinares

    Bio-filmografia do Realizador

    Filmografia

    Excertos de entrevistas e críticas

    Bibliografia sumária
   Ficha Técnica

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Encontros Imediatos do 3º Grau
O filme

Imagem do filme - Clicar para ampliar.Realização, Argumento e Conceito dos Efeitos Especiais: Steven Spielberg; Fotografia: Vilmos Zsigmond, John Alonzo, William Fraker. Fotografia dos Efeitos Especiais: Robert Hall; Supervisão dos Efeitos Especiais: Douglas Trumbull; Equipa dos Efeitos Especiais: Larry Robinson, Richard Yuricich, Roy Arbogast. Cenários: Phil Abromson; Montagem: Michael Kahn; Música: John Williams; Som: Buzz Knudson; Production Designer: Joe Alves; Extraterrestres fabricados por: Carlo Rimbaldi; Intérpretes: Richard Dreyfuss (Roy Neary), Melinda Dillon (Jilian), François Truffaut (Lacombe), Gary Guffey (Barry), Teri Garr (Ronnie), Bob Balaban (David); Produção: Steven Spielberg Films Productions para a Columbia; Produtores: Julie e Michael Phillips; Filmado em 35 mm, Panavision, e com o sistema de cor Metrocolor; Duração Original: 134 minutos; Custo da Produção: cerca de 19 milhões de dólares; Estreia em Portugal: Cinema Império, em 17 de Março de 1978./ 4 /

Sinopse

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A acção decorre em Indiana. Subitamente, a região sofre um corte generalizado de energia eléctrica. Roy Near, um engenheiro da companhia de electricidade, é mandado para investigar a origem do corte de corrente e é apanhado por um intenso cone de luz, proveniente do que parecem ser naves espaciais.  Tenta seguir as naves e, no caminho, encontra outras pessoas afectadas pelo mesmo fenómeno, em particular Jillian Guiller, cujo filho, Barry, saiu a correr de casa para perseguir, maravilhado, os estranhos objectos luminosos.

Entretanto um cientista francês, Claude Lacombe, desenvolveu pesquisas que o levam a concluir uma espécie de código musical, cuia tradução matemática equivale às coordenadas geográficas de uma montanha no Wyoming.

Roy, tal como as outras pessoas que tiveram "encontros" com as naves e com os seus focos de luz começa a ter um comportamento bizarro, cujo principal sinal é a obsessão com formas de montanhas − em todas as situações, Roy sente-se compulsivamente levado a desenhar e a esculpir as mesmas formas. É despedido do seu emprego e a família começa a ter suspeitas quanto ao seu estado mental. Sobretudo quando Roy esculpe um modelo gigante de montanha dentro da sala de estar.

A forma que Roy, e também Jillian, a mãe do pequeno Barry, procuram, é a de uma montanha no Wyoming, chamada Devil's Tower. É lá que Lacombe e outros cientistas instalaram um grande centro para estabelecer o contacto definitivo com as naves espaciais, evacuando previamente a área sob pretexto de que um gás mortal se abateu sobre a região. Mas Roy e Jillian conseguem furtar-se à vigilância das tropas e entrar no "aeroporto" espacial preparado por Lacombe. Assistem, assim, à chegada dos extraterrestres e Roy conseguirá mesmo integrar a equipa de cientistas que os vai acompanhar numa missão de mútuo estudo e aproximação. / 5 /

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Análise do Filme

Em toda a história do cinema ninguém fez mais dinheiro do que George Lucas e Steven Spielberg. Noutros tempos isso bastaria para impedir que eles ou as obras deles fossem objecto de uma aproximação crítica séria. O preconceito hoje não será tão forte mas, se bem conversado, o ocidental culto confessará que, ao menos inconscientemente, associa a arte à obra maldita, subsumindo a ideia de artista no cliché do indivíduo que o seu tempo não compreende, nem pode compreender. Ao longo da história do cinema um preconceito semelhante prejudicou durante muito tempo a avaliação da obra de cineastas hoje tão famosos como Alfred Hitchcock, John Ford, Howard Hawks, ou mesmo a "fase americana" de um artista, como Fritz Lang, cuja carreira europeia fora antes saudada como grande arte.

Os tempos mudaram, mas não o suficiente para que o estrondoso sucesso dos filmes de Spielberg, aliado ao tom epifânico, de que é exemplo este Close Encounters, impeça alguns bons espíritos de correr as cortinas da desconfiança.

Em compensação, multiplicam-se à sua volta as tentativas de análise da espantosa aderência do público, parecendo claro que a síntese, nos seus filmes, dos mais variados ícones da cultura popular americana (banda desenhada, Walt Disney, televisão, "fast food", família e vida suburbana) alicerçou solidamente o seu sucesso. Esta hipótese, digna de todo o crédito, vem sobretudo da América. Entre os comentadores europeus, há quem considere, baseando-se nas teorias de Jung, que a consagração da obra de Spielberg se deve ao facto dela responder às mais prementes necessidades do inconsciente colectivo contemporâneo.

Spielberg faz parte da school generation, triunfante no cinema de Hollywood a partir de meados dos anos 70, tendo estado intimamente relacionado com cineastas como Francis Coppola e George Lucas, para mencionar apenas os mais famosos da sua geração. Não tendo obtido a admissão à faculdade onde George Lucas viria a formar-se, Spielberg conseguiu, no entanto, arranjar trabalho na televisão, adquirindo assim uma "oficina" que lhe / 6 / permitiria n1ais tarde, já como realizador de cinema, tocar uma vasta gama de géneros: o terror em Jaws, a comédia em 1941, a ficção científica em Close Encounters e E. T., os serials de aventuras nos três Indiana Jones.

À variedade de géneros sobrepõe-se, no entanto, uma mesma e repetida estrutura, prova cabal de que Spielberg possui orientações e objectivos plenamente definidos. Notar-se-á que todos os filmes apresentam como fulcro ficcional um personagem comum, que é sempre um americano da classe média, cuja visão da realidade sofre, de repente, um brusco sobressalto, originado por uma "aparição" − quase sempre sobre-humana − que o mundo à sua volta não é capaz de perceber e cujo completo esclarecimento Spielberg reserva para o fim de cada filme.

Close Encounters of the Third Kind provam, ponto por ponto, o que ficou dito. Richard Dreyfuss, o protagonista, é um homem comum, habitando com a família no cenário spielberguiano por excelência, o bairro suburbano de uma cidade americana. O trauma surge com a visão dos OVNls e o consequente sentimento de ansiedade provocado pela mensagem aparentemente indecifrável (com um tema sonoro de cinco notas musicais e o tema visual da bizarra montanha).

O filme, mostra, a seguir, a desarticulação do universo familiar e o progressivo isolamento do protagonista, numa linha contínua de suspense cuja motivação, sublinhe-se, não é nem o medo nem o terror. Nesse aspecto afigura-se pertinente a comparação com o 2001, de Stanley Kubrick: enquanto este, prosseguindo naturalmente uma das facetas convencionais da ficção científica, é uma linha recta para o apocalipse, Close Encounters, como já atrás se insinuou, é uma marcha epifânica, isto é, pretende ser um caminho de elevação e revelação espiritual para as suas personagens.

Além da estrutura narrativa descrita, só por manifesta negligência se deixará de observar que Close Encounters, E. T. e Poltergeist (este último realizado por Tobe Hooper, mas sob a supervisão de Spielberg), constituem uma trilogia com rigorosa construção formal idêntica. Nestes, ainda mais do que nos seus restantes filmes, Spielberg leva ao máximo a sua obsessão pela luz, matéria de todo o cinema, dir-se-ia, mas que na obra do autor de Close Encounters ganha uma dimensão inequivocamente religiosa e redentora.

Close Encounters, saído no ano de Star Wars, não tinha as batalhas espaciais deste e, se houvesse que defini-lo numa frase, dever-se-ia dizer que se tratava de um filme que se tratava de um filme sobre uma forte e encandeante luz branca. Frederick Pohl, no seu "Science Fiction: Studies on film", chega a dizer que, em determinada altura da rodagem, Spielberg usou quase todas as lâmpadas do arco Titan de Hollywood para obter o efeito das luzes dos OVNls sobre a paisagem terrestre.

Os efeitos especiais de Close Encounters resultam da estreita colaboração entre Spielberg e Douglas Trumbull, que fora / 7 / anteriormente o responsável pelos efeitos especiais do 2001, Odisseia no Espaço, e que, neste filme de Spielberg utilizou uma tecnologia só antes experimentada para obter os efeitos de movimento de Star Wars. Sendo, deste ponto de vista, um filme altamente sofisticado, é justo assinalar que Close Encounters nunca se deixa apanhar pelo fetichismo do aparato tecnológico. As impressões do espectador, a esse propósito, são determinadas pelo conceito global do filme e não por efeitos isolados. O que é admirável e mesmo genial é a mestria da combinação dos efeitos mecânicos, sonoros e ópticos, cujo resultado mais espectacular coincide, de resto, com o clímax do filme, na sequência da aterragem da nave-mãe. Essa sequência constitui uma das mais comoventes e inteligentes celebrações do próprio cinema, podendo a outro nível ser encarada como mais uma alusão Crística da obra de Spielberg.

Imagem do filme «Encontros Imediatos do 3º Grau» - Clicar para ampliar.A existência de vários níveis de leitura é, aliás, uma constante em Close Encounters, a começar pelo facto de Spielberg, mago de um cinema que abriu, nos anos 70 e 80, novos espaços de potencialidades incalculáveis, nunca deixar de vincar a sua relação estreita com a herança do cinema clássico. Nesse sentido, julgo, se devem ler as inúmeras citações cinéfilas do filme, desde o North by Northwest, de Hitchcock, até ao Bambi, de Walt Disney.

Outra homenagem é a chamada de François Truffaut para o papel do "cientista bom", papel que o autor de Jules et Jim desempenha com limpidez e sinceridade. Houve quem visse no problema da comunicação que constitui o tema de Menino Selvagem a razão da escolha de Truffaut. Mas li já, nos "Cahiers du Cinéma", tese mais crítica e que dá bem uma ideia dos delírios a que pode chegar a interpretação... Spielberg tê-lo-ia escolhido por causa da chave que o seu nome continha: Truffaut, ou seja, aquele que busca a verdade ("true") dos "UFO" (designação em inglês para os OVNls).

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Close Encounters é um filme de celestiais harmonias e de terrestres desordens. Umas e outras ligam-se através de três emblemas típicos de Steven Spielberg: a luz, a nuvem e a casa.

Sequência paradigmática é a do rapto do pequeno Barry pelos OVNls. A nave, que nunca chega a definir-se completamente, surge protegida pela Nuvem ameaçadora e veloz. A arte de Spielberg faz do plano em que ele paira sobre a casa (e não se pode deixar de pensar em The Birds, de Alfred Hitchcock) uma composição de ângulos e de arestas muito marcados, a única ameaça real em todo o filme. Logo a seguir é o assalto à casa pela luz, com a alucinante humanização dos objectos, em particular dos electrodomésticos. Pode falar-se de medo e pode falar-se de ironia. Pode pensar-se em Hitchcock ou no Feiticeiro de Oz. Não devemos afinal ser obsessivos − trata-se só de um "kid's movie".

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Diz-se que Spielberg não tem para as palavras o jeito que tem para as imagens. Mas pergunto-me se, mesmo essa incapacidade, não se transforma num dom quando, à falta de palavras, uma multidão de indianos levanta os braços para o céu para assinalar a origem das cinco notas musicais que cantam em coro: não vêm do exterior, vêm de cima. Ou ainda, se não será um dom conceber o delirante diálogo de uma tuba e de um oboé para o fecho de um feito só − como foi sempre aspiração suprema do cinema − de "figuras de luz".

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Aproveitamentos Interdisciplinares

O cinema de ficção cientifica norte-americano − tal como a literaImagem do filme - Clicar para ampliar.tura do mesmo género − permite lançar interrogações mais vastas sobre o lugar do homem e do nosso planeta na ordem cósmica. Essas interrogações poderão ser de ordem cientifica, de ordem antropológica (um particular exemplo desse tipo de questões poderá ser a da figuração visual e a natureza moral dos seres extraterrestres), de ordem filosófica e religiosa.

Há uma curiosa evolução no sentido e no espírito do cinema de ficção cientifica. Nos anos 50 o género foi sobretudo caracterizado pela ideia de um medo, quase psicótico, provocado pela vinda de seres extraterrestres que eram, por um lado, o símbolo de medos profundos do inconsciente humano, e eram, por outro lado, uma forma suave de dar figura à histeria que a ameaça comunista provocava na América dos anos 50. A partir dos anos 70, pelo contrário, e sobretudo com os filmes de Steven Spielberg, o cinema de ficção cientifica converteu-se numa forma de representação de Utopias positivas, em que o apocalipse é substituído pela ideia de harmonia universal, e em que o extraterrestre é encarado como representando uma inteligência superior e benigna.   / 12 /

Bio-filmografia

do Realizador

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Nasceu a 18 de Dezembro de 1947, em Cincinatti, no estado de Ohio. Viveu com o cinema desde a infância. aos 12 anos de idade tinha já uma máquina de filmar de 8 mm. Aos 13 anos fez mesmo o seu primeiro filme Escape to Nowhere, em 16 mm. E teve, diz-se, um prémio, num concurso de vinhos. Aos 16 anos fez o segundo, Firefight. Era igualmente um "home movie", mas com a peculiaridade de retratar os extraterrestres como seres amáveis e de uma inteligência benigna, contrariamente à tradição que normalmente impunha deles uma imagem ameaçadora. Essa "bondade essencial" virá a ser, mais tarde, um dos núcleos fortes da obra de Spielberg.

Quando acabou os estudos liceais, Spielberg tentou matricular-se numa escola de cinema. Chumbaram-no e ele acabou por fazer estudos superiores em literatura e língua inglesa. Com o apoio − reza a lenda − de John Cassavettes produziu e realizou o seu "primeiro filme" não-doméstico. Chamava-se Amblin, custou 10 mil dólares e tinha 20 minutos. Foi exibido e apreciado em festivais (Atalanta e Veneza). Por causa do filme, ou talvez não, foi admitido na televisão. Dirigiu episódios de séries como Columbo, The Name of the Game e The Psychiatrist. Fez também telefilmes. Um deles chamou-se Duel e foi um ponto de viragem − nele se via um carro perseguido, sem nenhuma razão plausível, por um enorme camião, cujo condutor nunca vemos. São 75 minutos de perseguição e no final o camião transformou-se, aos olhos dos espectadores, na mais terrível e monstruosa ameaça. Outra das premissas do cinema de Spielberg fica definitivamente estabelecida neste filme de televisão: os veículos mecânicos, ou outros aparelhos e objectos, são passiveis de antropomorfização, sendo-lhes atribuídas as paixões, os sentimentos e as reacções habituais dos seres humanos.

Duel foi o passaporte para o cinema. Pouco tempo depois, Spielberg faria O Tubarão − fundado praticamente sobre o mesmo modelo de perseguição com que fizera Duel, mas substituindo a estrada pelo oceano e o camião pelo temível rei dos mares. Foi um enorme sucesso a todos os títulos. Começava aqui, em 1975, a lenda Spielberg. Os seus "records" nas receitas de bilheteira seriam, / 13 / de filme em filme, apenas comparáveis aos "recordes" de emoção que cada novo filme estabelece.

Porquê? É uma fórmula mágica que está longe de poder ser explicada apenas pela pirotecnia técnica em que se diz ser Spielberg brilhante. Donde é que vem o genuíno terror de O Tubarão, a pura maravilha de Encontros Imediatos, a exaltação de Os Salteadores da Arca Perdida, a bondade e o amor de E. T.: "Perto de final do E. T., mal conseguindo disfarçar o meu sofrimento e o meu assombro, olho à minha volta para os meus parceiros de dor: um executivo, um rapaz negro, um homem de negócios japonês, um punk, um hippie, uma mãe, um adolescente e uma criança. Cada rosto era uma máscara de lágrimas... Sinto-me como se tivesse vivido uma longa história de amor de um ano − repleta de desejo e desespero, paixão e prostração− no espaço de 120 minutos." O génio de Spielberg está resumido aqui: na universalidade do seu cinema e na força das emoções primordiais com que ele se confronta. Ou seja, a obra de Spielberg é a última, e porventura desesperada, profissão de fé no cinema enquanto arte de gerar emoções e de constituir um imaginário para as gerações que o vêem. Assim mesmo, de uma forma directa, com uma absoluta necessidade de criação entre o criador e o público.   / 14 /

Filmografia

"Home Movies"

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1960 − Escape to Nowhere.
1961 − Battle Squad.
1963 − Firelight.

Como Profissional
1969 − Amblin's;
           Night Gallery (TV),
1970 − Marcus Welby(TV);
           The Name of the Game (TV);
           The Psychiatrist (TV);
           Columbo (TV);
           Owen Marshall, Counsellor of Law (TV),
1971 − Duel (Um Assassino Pelas Costas) (TV).
1972 − Something Evil (TV).
1973 − Savage (TV);
           The Sugarland Express (Asfalto Quente),
1975 − Jaws (Tubarão).
1977 − Close Encounters of the Third Kind (Encontros Imediatos do
                 Terceiro Grau).
1980 − 1941 (1941 - Ano Louco em Hollywood);
            Close Encounters of the Third Kind, special edition (Encontros
            Imediatos do Terceiro Grau - edição especial).
1981 − Raiders of the Lost Ark (Os Salteadores da Arca Perdida).
1982 − E. T, The Extra-Terrestrial (E. T.).
1983 − Twilight Zone - The Movie (No Limiar da Realidade), só o
            episódio "Kick the Can".
1984 − Indiana Jones and the Temple of Doom (Indiana Jones e o
           Templo Perdido).
1986 − The Colour Purple (A Cor Púrpura);
           Amazing Stories (Contos Assombrosos), só os episódios "The
           Mission" e "Ghost Train".
1987 − Empire of the Sun (O Império do Sol).
1989 − Indiana Jones and the Last Gruzade (Indiana Jones e a
           Grande Cruzada).
1989 − Always (Sempre),
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Excertos de Entrevistas e Críticas

"Poucas maravilhas foram criadas em Hollywood, depois do Feiticeiro de Oz, que se possam comparar à obra de Spielberg, Duel é um thriller como já não se faz, nem se fará (a não ser ele, Spielberg); Jaws tem uma das mais belas aberturas da história do cinema, com a noite na praia e a rapariga a tomar banho; 1941 (tão injustamente esquecido) é a única grande comédia dos últimos dez anos, que aguenta, sem estremecer, a comparação com as que nesse ano foram feitas; Salteadores e Indiana Jones são estarrecedores e, para mim − ao contrário de quase todos − sobretudo o último, com aquela "abertura" que desde Minelli não se via; E. T. é um fabuloso conto de fadas, e é preciso algum empedernimento para não se ir atrás daquela sucessão de apelos; os Encontros Imediatos são imediatamente alucinantes,"  − João Bénard da Costa, in "Ciclo de Cinema de Ficção Cientifica", Cinemateca/Gulbenkian, Lisboa, 1985.


"No E. T. não choramos pelo pequeno extraterrestre, nem pelo pequeno Elliott, nem pela pequena Gertie. Choramos pelo que perdemos de nós próprios, é esse o génio primordial de Spielberg, e E. T. é a mais clara demonstração da sua universalidade. Até agora já um bilião de terrestres viu os seus filmes. Só têm uma coisa em comum. Todos eles, num dado momento, foram crianças."  − Martin Amis, in "The Moronic Inferno';

"Às vezes comparo notas com outros cineastas, como Michael Ritchie, Matthew Robbins e Martin Scorsese, A única diferença nos nossos problemas são os níveis de ansiedade que cada um traz para os seus filmes. Numa escala de um a dez para o nervoso no estômago, acho que Close Encounters devia andar nos oito."

"Quando comecei Close Encounters tinha duas coisas na minha cabeça. Um dos meus filmes favoritos, Fantasia e a montanha da "Night on Bald Mountain"  − sequência que memorizei  − com a canção "When Vou Wish Upon a Star", como era cantada por Cliff Edwards, Procurei fazer a minha história com a atmosfera que a canção criava, e na maneira como me afectava emocionalmente. A montanha tornou-se a simbólica zona limite do filme e tudo gira à volta dela."  − Steven Spielberg

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Bibliografia Sumária

Livros
The Steven Spielberg Story, Tony Crawley, Nova lorque, 1983.
Spielberg, Jean-Pierre Godar, Paris, 1987.
Ciclo de Cinema de Ficção Cientílica, Cinemateca Portuguesa e Fundação Gulbenkian, Lisboa, 1985 (ver em particular a entrada sobre Spielberg, no Dicionário incluído nesse livro, a pgs. 337).
Spielberg, Franco LaPolla, Florença, 1982.
La Fantastique Histoire du Film "E. T.", Pierre Brosseau, Paris, 1983.

Artigos

Close Encounter With Steven Spielberg, Mitch Tuchman, (Film Comment, Janeiro-Fevereiro 1978).
Dialogue on Film: Steven Spielberg, (American Film, Setembro 1978).
American Cinematographer, Janeiro 1978 (número com um dossier sobre Close Encounters).
Quase todos estes elementos podem ser consultados na Biblioteca da Cinemateca Portuguesa, aberta ao público todos os dias úteis, das 14h00 às 20h00, na Rua Barata Salgueiro, n.º 39, 1200 Lisboa.


Filmografia Complementar

Para melhor conhecimento da obra de Spielberg:
Jaws, (Tubarão), edição vídeo da Edivídeo;
E.T. The Extra Terrestrial, (E. T. O Extraterrestre), edição vídeo da Edivídeo;
Empire of the Sun, (O Império do Sol), edição vídeo da Warner.

Para informação sobre o cinema de ficção científica:
Things to Come, (A Vida Futura), de William Cameron Menzies (1936);
The Thing from Another World, (A Ameaça), de Howard Hawks e Christian Nyby (1951);
War of the Worlds, (A Guerra dos Mundos), de Byron Haskin (1953);
Invasions of Body Snatchers, (A Terra em Perigo), de Don Siegel (1956);
2001, A Space Odissey, (2001, Odisseia no Espaço), de Stanley Kubrick (1968, edição vídeo da Lusomundo); Star Wars, (A Guerra das Estrelas), de George Lucas (1977), edição vídeo da Publivídeo.

Imagem do filme «Encontros Imediatos do 3º Grau». Clicar para ampliar.

Ficha técnica

Manuel S. Fonseca
Licenciado em Filosofia
Programador da Cinemateca Portuguesa
Crítico do Jornal "Expresso"

 

Paginação e Grafismo

Cândida Teresa

Gabinete de Meios Técnicos e Materiais

da Direcção Geral de Extensão Educativa
Dim. 21x14,5 cm


Edição

Secretaria de Estado da Reforma Educativa

 

Composto e impresso
 na Editorial do Ministério da Educação

Algueirão


Reconversão para HTML
Henrique J. C. de Oliveira
Espaço Aveiro e Cultura
Secundária J. Estêvão
Projecto Prof2000
Aveiro - 2012

 


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Data de inserção
18-03-2012