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1997-1998


Os mitos no reino dos faraós...


O Alto e o Baixo Egipto estavam divididos em várias províncias. Estas tinham deuses e religiões diferentes. Davam grande importância às práticas funerárias e ao culto dos mortos. Desenvolveram a técnica da mumificação que, no início, se destinava só aos faraós mas, posteriormente, foi adoptada por todos os ricos do Egipto.

O LIVRO DOS MORTOS...

...ensinava a técnica da mumificação e era um importante guia sobre as divindades do antigo Egipto.

 Rá, o deus Sol, percorre o rio da Duat na sua barca nocturna.

O deus-Sol RÁ-OSÍRIS estava associado às cerimónias fúnebres. O deus percorria o rio da Duat (mundo subterrâneo), na sua barca nocturna, acompanhado por outras divindades.

O corpo mumificado do deus-Sol aguarda no extremo oriental da Duat, enquanto o escaravelho Khepri, a divindade do sol nascente, impele o disco solar para fora, para um novo dia. (imagem ao lado)

Rá (ou Ré) era casado com Nut, deusa do céu. Esta era amada por Geb e atraiçoou Rá, concebendo cinco filhos de Geb. Um deles era Osíris, que se tornou um grande e sábio rei do Egipto. Segundo o Livro dos Mortos, Osíris morava com os justos no mundo subterrâneo, onde julgava as almas dos mortos que chegavam à sua presença. Osíris habitava uma zona da Duat que era a única agradável desse mundo — Juncal — e que todos os egípcios desejavam alcançar.
 

O culto do sol era muito antigo no Egipto. As divindades ligadas ao culto do sol têm normalmente corpo de homem e cabeça de falcão. O falcão foi desde muito cedo identificado com o sol, devido à altura a que é capaz de se elevar e pela sua capacidade visual.

O deus-Sol RÁ (ou Ré) é representado com a cabeça de falcão. Tem um disco solar na cabeça, rodeado pela serpente Khut.

O deus-Sol é representado com a cabeça de falcão e um disco solar na cabeça.

O ESCARAVELHO SAGRADO

Desde a Antiguidade que os hábitos e o aspecto curioso dos escaravelhos chamaram a atenção do Homem. O escaravelho põe os ovos na areia e enrola-os numa pequena bola de esterco que faz rebolar, impelindo-a com as patas traseiras, para um buraco por ele feito e onde os ovos são chocados pelos raios solares. Para os antigos egípcios, este comportamento do animal era muito semelhante ao movimento do Sol no céu. O escaravelho, designado por KHEPRI, era uma divindade destacada e constituía o símbolo da longevidade, da imortalidade ou do sol. Via-se neste animal a representação da ressurreição, por ele simbolizar a bola em que estão encerrados os germes da vida. São numerosas as reproduções de Kheper aegyptiorum (espécie encontrada dentro de um sarcófago, que mantinha ainda as cores metálicas características) em monumentos, templos e túmulos, ou talhadas em várias pedras preciosas servindo de adornos.

A imagem superior mostra-nos o escaravelho sagrado Khepri, uma outra forma do deus Rá, sentado numa barca solar.

PTAH era o deus de todas as artes. O Livro dos Mortos refere-o como um grande artífice dos metais, um arquitecto talentoso e o construtor de todas as coisas do universo. Foi ele que construiu os céus e a terra.

Ao lado, vemos PTAH modelando o ovo do mundo na roda de oleiro.

 

A VIDA DEPOIS DA MORTE

Os egípcios acreditavam que o espírito continuava a viver depois da morte e que a sua existência era semelhante à que levara na terra, tendo as mesmas necessidades.

Faziam parte do espólio funerário objectos vários, tais como frascos de barro, nos quais eram guardados os alimentos e o incenso de que o morto necessitaria na sua vida futura.

 

TUTANCAMON

Máscara funerária de Tutancamon.

Tutancamon foi um jovem faraó pertencente à 18ª dinastia e ao Império Novo, considerado como a idade de ouro do Egipto. Reinou entre 1354 e 1345 a. C. Morreu com vinte anos apenas e foi considerado como um faraó frágil, herege e e renegado, tendo ficado esquecido ao longo dos séculos.

Interior do TÚMULO DE OURO do jovem faraó Tutancamon. Foi descoberto, intacto, três mil e duzentos anos após a sua morte, pelo arqueólogo Howard Carter, em 1922.

A máscara de ouro maciço, cravejada de pedras semipreciosas e de outras imitando pasta e vidro, destinava-se a ser colocada sobre o rosto mumificado do Rei, que morreu muito jovem.

A última imagem desta página mostra-nos Tutancamon sentado num trono ornamentado com ouro e metais nobres, tendo como companhia a esposa Ankhesenpaamon, sua meia-irmã.

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Bibliografia

Spence, Lewis – Mitologia Egípcia. Guia Ilustrado.1ª ed., Lisboa, Editorial Estampa-Círculo de Leitores, 1996.


 

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